quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tv Paga

Estado de Minas: 24/10/2013 



Todo ligado


 (Cleones Ribeiro/Divulgação )

Na edição de hoje do programa Ensaio, às 23h30, na Cultura, o jornalista Fernando Faro recebe Os Mutantes, banda liderada pelo guitarrista Sérgio Dias (foto), único remanescente de sua formação original, que contava ainda com seu irmão, Arnaldo Baptista, e Rita Lee. No repertório, antigos sucessos como Tecnicolor, A minha menina, Balada do louco, Ando meio desligado e Panis et circenses, e músicas mais recentes, como Querida querida, Teclar e Mensageiro.

Muito balanço esta noite
na telinha do Canal Brasil


Ainda falando de música, Alexandre Moreira e Márcio Menescal, do coletivo Bossacucanova, são os convidados de Pauinho Moska no programa Zoombido, às 21h30, no Canal Brasil, e aí os destaques são as canções Bom dia Rio (Posto 6), Balança (Não pode parar!) e Rio de inspiração. No mesmo horário, o SescTV apresenta os folguedos náuticos de Alagoas em sua série Coleções, indo até Maceió e Coqueiro Seco para mostrar as tradições do fandango do Pontal e da Chegança, que trazem música e dança com enredo e personagens.

Dicas para quem não quer
saber apenas fritar um ovo


Quinta-feira é dia também de atualizar seu caderninho de receitas. No Bem Simples, às 18h30, o programa Cozinha caseira ensina como preparar pratos deliciosos de forma fácil e rápida, para a mulher moderna que trabalha fora. No canal GNT, a festa culinária continua com Rodrigo Hilbert em Tempero de família, às 20h, experimentando uma receita com pupunha. Às 20h30 tem Cozinheiros em ação, e às 21h30 o Que marravilha!, com o chef Claude Troisgros.

Jornalista conta o drama de
ser sequestrado pelo Talibã

O episódio de hoje da série I survived, às 22h, no canal Bio, vai contar a história do jornalista norte-americano Jere van Dyk, que em fevereiro de 2008 foi sequestrado nas montanhas do Paquistão por um grupo do Talibã e mantido prisioneiro por 45 dias. Na época ele era correspondente do jornal The New York Times.

Cultura exibe documentário
sobre o diretor Sergio Leone


Outro documentário em destaque hoje na programação está na tela do Nat Geo, às 19h, mostrando como funciona o Aeroporto de Dubai e seu projeto de ampliação do terminal 3, com 20 novos portões de embarque. Às 20h30, o canal Arte 1 apresenta Edifício Master, em que o diretor Eduardo Coutinho traça um painel com os moradores de um antigo e tradicional edifício de Copacabana, no Rio de Janeiro. Às 22h, a Cultura exibe Era uma vez um sonho americano, que faz um retrato do cineasta Sergio Leone, realizador de clássicos do faroeste como Três homens em conflito e Era uma vez no Oeste.

Os melhores filmes vão ao
ar sempre na faixa das 22h


E se o assunto é cinema, é preciso destacar a exibição hoje de Dia de preto, às 22h, no Canal Brasil, falando da lenda do primeiro escravo alforriado do país. Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: De pernas pro ar 2, no Telecine Premium; Fim dos tempos, no Telecine Action; O fabuloso destino de Amélie Poulain, no Telecine Cult; Behind the candelabra, na HBO HD; Tiranossauro, no Max; O quarto poder, no Max Prime; Decisões extremas, no Sony Spin; e Olhos de serpente, no TCM. Outras atrações da programação: À procura da felicidade, às 20h, no Universal Channel; No limite da loucura, às 23h, no Comedy Central; e Em teu nome, às 23h, no AXN.

Caras & bocas Simone Castro

Estado de Minas: 24/10/2013 


Irene Ravache vai participar da edição 2013 do Teleton e homenagear apresentadora (Alexandre Campbell/Divulgação-27/3/13)
Irene Ravache vai participar da edição 2013 do Teleton e homenagear apresentadora
Lembranças de Hebe

A 16ª edição do Teleton, maratona televisiva promovida pelo SBT em prol da AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente, que será realizada amanhã e sábado, no SBT/Alterosa, prestará uma homenagem a Hebe Camargo, falecida há um ano, madrinha do evento beneficente. Para tanto, foi escalada a atriz Irene Ravache, que vai lembrar a dedicação da apresentadora à causa. Eliana foi escolhida a nova madrinha do Teleton. Entre atores, cantores e apresentadores, estarão no palco Michel Teló, Daniel, padrinho do evento, Sandy, Ronnie Von, Datena, Ratinho, Celso Portiolli, elenco de Carrossel e Chiquititas, Zezé di Camargo & Luciano, Ivete Sangalo. Uma expectativa é sobre a presença de Gugu Liberato, que pode estar de volta à emissora. Sílvio Santos fará o encerramento ao lado da filha Patrícia Abravanel e do neto Tiago Abravanel, atualmente na novela Joia rara (Globo).

CANAL BIO MOSTRA JOVENS
MARCADOS PELA VIOLÊNCIA


Estreia amanhã, às 22h, no canal Bio (TV paga), a série Jovens assassinos, que explora um mundo delicado: a revolta de adolescentes que toma proporções terríveis e irremediáveis. Assim, a nova série tenta desvendar, a partir da opinião de psicólogos, testemunhas e reconstrução de casos de grande repercussão, o que motiva esses jovens a matar a sangue-frio. Seria uma circunstância ou teria a centelha da destruição um quê genético? O programa é baseado em fatos registrados em arquivos policiais sobre assassinatos cometidos por crianças e adolescentes. O primeiro episódio traz os casos do rapaz que mata seus pais adotivos em um acesso de raiva e dos dois irmãos que abrem fogo contra um estacionamento de trailers, como vingança por uma transação de drogas malsucedida.

PARES DE SANGE BOM NÃO
FORAM DEFINIDOS AINDA


Os autores Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari guardam a sete chaves os principais desfechos de Sangue bom (Globo). Daí não se sabe ainda com quem vão terminar Malu (Fernanda Vasconcellos) e Amora (Sophie Charlotte). A expectativa é que as jovens tenham um final feliz com, respectivamente, Maurício (Jayme Matarazzo) e Bento (Marco Pigossi). Uma coisa é certa: até depois de Amora deixar a cadeia, o florista ainda se mostrará indiferente aos seus pedidos de retomada da relação. A pergunta é: até quando?. O único par consolidado é Giane (Isabelle Drummond) e Fabinho (Humberto Carrão).

FOTÓGRAFO DOCUMENTA
OS PARAÍSOS DA NATUREZA


Reinos budistas do Butão, montanhas e estepes da Mongólia, o Pantanal do Brasil, Ásia selvagem da Índia e do Nepal, deserto do Saara e muitos outros locais intocados pelo homem estão presentes na série Viajando aos extremos, do fotógrafo norte-americano Art Wolfe, que estreia domingo, às 17h, na Cultura. São 26 episódios, divididos em duas temporadas. O primeiro programa é Bolívia: o altiplano, que mostra as paisagens deslumbrantes do maior terreno de sal do mundo, a ilha de cactos dourados, lagos escarlate-matizados, vulcões gêmeos e céus surreais. “Natureza sempre me surpreende”, diz o fotógrafo, com mais de 30 anos de carreira.

RITUAL MACABRO

No Conexão repórter desta quinta-feira, à 0h15, no SBT/Alterosa, Roberto Cabrini entrevista um criminoso intrigante. A reportagem, intitulada Diário do mal, enfoca Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, formado em educação física e faixa preta em caratê. Ele tinha tudo para se estabelecer como profissional respeitado, mas trilhou caminhos tortuosos. E criou uma seita que pregava a maldade para combater o próprio mal e, em nome da purificação da humanidade, cometeu, junto com duas mulheres, uma série de assassinatos brutais seguidos de atos de canibalismo. O apresentador se deparou, em três horas de conversa, em um presídio, com um homem frio, manipulador e de boa cultura, que usou seu rico vocabulário para escrever roteiros recheados de cenas macabras que protagonizou. Uma crueldade sem precedentes com detalhes que surpreenderam até a polícia.

VIVA - Mariana Ximenes como a afetada vedete Aurora Lincoln em Joia rara (Globo). A atriz chegou e roubou a cena.

VAIA - Núcleo de Eron (Marcello Antony), Niko (Thiago Fragoso) e Amarilys (Danielle Winits) em Amor à vida (Globo).

TEREZA CRUVINEL » Desatinos em série‏

O Congresso caminha para a aprovação de duas iniciativas que, combinadas, ampliam os riscos de corrupção e desmoralização da política


Tereza Cruvinel

Estado de Minas: 24/10/2013 



Dois assuntos conexos e danosos ao exercício da política, logo, à própria democracia, caminham para o desfecho no Congresso, na ausência de exame e debate mais acurados sobre suas consequências: a tal minirreforma eleitoral e o chamado orçamento impositivo. Por enganosas, as duas propostas merecem ressalvas no próprio nome. A combinação entre essas duas iniciativas não deixa dúvidas sobre o que virá. Com as campanhas cada vez mais caras, e os parlamentares transformados em donos de “fatias do orçamento”, a corrupção aumentará na esfera da política.

Na semana passada, em entrevista ao jornal O Globo, o diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Oslain Santana, afirmou que mais da metade dos escândalos de corrupção investigados estão relacionados com o financiamento de campanhas. E onde há doações de campanha, existem conexões com o orçamento federal. A Câmara aprovou anteontem, dependendo de confirmação de algumas mudanças pelo Senado, o projeto enganador da minirreforma eleitoral, que não mexe nas feridas do sistema eleitoral. Pelo contrário, fortalece a política movida a dinheiro, que impede a renovação e favorece o status quo. Ninguém sabe se poderá valer em 2014, pois foi aprovada a menos de um ano do pleito, mas isso não muda o fato de que se trata de uma farsa da reforma política necessária, sem a qual não haverá jamais a “nova política” pregada pela ex-senadora Marina Silva e desejada pelas legiões de frustrados com a política.

A eleição de 2002 teve um custo global de R$ 800 milhões, que saltou para R$ 4,8 bilhões em 2010. Neste ritmo, diz o deputado Henrique Fontana (PT-RS), a de 2014 poderá chegar aos R$ 8 bilhões. “Essa corrida do ouro é que estamos estimulando com este projeto que proíbe peças acessórias de campanha, mas não limita os gastos dos candidatos nem as doações dos financiadores”, lamenta o relator da finada reforma política. “Veja que coisa. Essa reforma proíbe que eu pendure uma faixa com meu nome, que custará R$ 10, na frente da minha própria casa. Mas poderei contratar cabos eleitorais, pagando o que quiser”, diz o deputado Garotinho (PR-RJ). Mas esse jogo está feito. O Senado referendará a proposta e veremos se a presidente vai sancioná-la sem reparos. E, depois, o TSE decidirá sobre a vigência, se em 2014 ou em 2016. A reforma farsesca prova a incapacidade dos congressistas de mudar as regras do jogo que jogam, recomendando ao vencedor da disputa presidencial, seja quem for, que destine um pouco da força inicial do mandato à reforma política.

Capitanias orçamentárias

O chamado orçamento impositivo não merece esse nome fantasia porque obriga o Executivo a executar apenas as emendas parlamentares. E nem são todas, apenas as individuais, lembra o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, pois existem as emendas de bancadas estaduais, que supostamente expressam melhor as necessidades regionais, e as de comissões, que deveriam representar o compromisso com projetos setoriais estratégicos. As individuais é que farão de cada parlamentar um donatário de capitanias orçamentárias, como aqueles fidalgos portugueses que ganharam pedaços do Brasil para explorar.

Pouquíssimos congressistas ousam falar contra o que está sendo apontado como uma grande conquista, a alforria dos parlamentares em relação a um Executivo que usa as emendas como moeda de troca na busca de apoio, o que tem estigmatizado negativamente os dois lados do balcão. Essa doença existe, mas o remédio está errado.

No Senado, o vice-presidente Jorge Viana (PT-AC) também é visto como herético pela maioria de seus pares, porque vem apontando os perigos da iniciativa. “Ela fará cada deputado responsável pela execução de pelo menos R$ 50 milhões ao longo do mandato. O senador, em seu mandato de oito anos, por R$ 100 milhões. O resultado será obviamente uma combinação entre emendas, corrupção e financiamento de campanhas. Quantos escândalos serão necessários para admitirmos que isso é um erro? No fundo, estaremos legalizando as ações que, no passado, levaram à cassação os anões do Orçamento”, diz Viana.

Outro dos poucos críticos da bandeira do baixo clero, o senador Humberto Costa (PT-PE), como relator, propôs a destinação de pelo menos 50% dos recursos do valor global das emendas para ações na área de saúde. “Isso é bom, mas o escândalo dos sanguessugas e tantos outros ocorreram na área da saúde”, lembra Nunes Ferreira. O Executivo barganha liberações por apoios, mas a solução, para o líder tucano, é criar regras mais rígidas para a execução orçamentária. “Se aprovarmos a Lei de Responsabilidade Orçamentária, do ex-senador Tasso Jereissati, relatada pelo senador Francisco Dornelles, teremos uma nova disciplina, que porá freio na barganha e nos livrará dos riscos deste orçamento parcialmente impositivo”, diz ele.

Afora o risco de corrupção e aumento da desmoralização da política, a mudança terá consequências operacionais irracionais. O governo será obrigado a montar uma grande estrutura só para executar as emendas parlamentares. Se cada deputado, com sua verba de R$ 15 milhões, apresentar 25 emendas, serão 15 mil ações. O Executivo terá de liberar recursos para cada uma, o que exige convênios e outros procedimentos. A Comissão Mista de Orçamento, por sua vez, terá de acompanhar a execução de cada uma. Toda sua estrutura e uma enorme energia política, criadas para garantir a prerrogativa do Parlamento, de aprovar a LDO e a lei orçamentária anual, podendo emendá-la ou modificá-la, será consumida neste varejão. Ainda é tempo para alguma reflexão sobre o assunto.

Em paz com Portinari‏ - Ailton Magioli

O painel Civilização mineira, instalado no Palácio dos Despachos, é desmontado para ser restaurado e protegido dos cupins. Alvo de polêmicas em BH, seu autor conquista a cidade



Ailton Magioli


Estado de Minas: 24/10/2013 



Restauradores trabalham no Palácio dos Despachos (Maria Tereza Correia/EM/D. A PRESS)
Restauradores trabalham no Palácio dos Despachos


Principal atração da temporada cultural de BH – o Cine Theatro Brasil-Vallourec exibe sua monumental obra Guerra e paz –, Candido Portinari (1903 –1962) é um velho conhecido da cidade. Foi ele quem pintou painéis, passos da via-sacra e os azulejos da fachada da Igreja de São Francisco, na Pampulha. O paulista de Brodowski assinou também trabalhos instalados no Pampulha Iate Clube, no Iate Tênis Clube e no Palácio dos Despachos.

Pintado em 1959 para a sede carioca do Banco Agrícola Hipotecário de Minas Gerais, o painel Civilização mineira está sendo oportunamente restaurado. Nele, Portinari retrata a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte. Formado por 12 chapas de madeira compensada (234cm x 814cm), o painel chegou a BH em 1967, mas ficou fechado na sede do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), na Praça 7, até ser transferido definitivamente para o Palácio dos Despachos, que vai abrigar a Casa Fiat de Cultura a partir de junho.

Depois de passar, há uma década, por restauro estético para conservação e limpeza, Civilização mineira foi desmontado pela primeira vez. Isso permite à equipe do Grupo Oficina de Restauro, responsável pelo trabalho, descobrir detalhes da técnica de montagem até então desconhecidos.

“A definição final da montagem ainda está em discussão”, explica Rosangela Reis Costa, que lidera a equipe técnica responsável pela restauração do painel. Um dos temas discutidos é a moldura em jacarandá baiano escuro (material usado nas escadas do Palácio dos Despachos, projetado por Luciano Amedée Peret). Ela tem três camadas de tinta em tom bege-esverdeado, mas Portinari não aprovava esse tipo de intervenção em seu trabalho. O pintor preferia a borda pintada de branco diretamente no painel.

“Na verdade, não há nada muito organizado em relação ao painel, o de maiores dimensões em Belo Horizonte. Como apenas pequenos documentos o citam, somente agora ele terá sua história devidamente escrita”, comemora Rosangela. Todo o projeto vem sendo documentado e exaustivamente debatido, reforça a especialista. Nada será apagado, obedecendo ao princípio de reversibilidade da restauração.

Equipe de quatro técnicos liderada por Rosangela comanda a desmontagem do painel. A escovação é etapa importante, pois permite remover resquícios deixados por cupins. “É uma verdadeira chuva de cupim”, comenta Rosangela, enquanto assiste ao escovamento da madeira da parede frontal da entrada do Palácio dos Despachos. Além dos restauradores, integram o grupo historiadores, artistas plásticos, químicos e fotógrafos especializados em luz.

“As técnicas são as mesmas empregadas no Guerra e paz, trabalho comandado pelos restauradores Cláudio Valério e Edson Mota Filho”, informa Rosangela, lembrando que Civilização mineira foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). Os estudos começaram no início de 2012, mas só em setembro os trabalhos de restauro foram iniciados. A conclusão está prevista para o ano que vem, quando a Casa Fiat de Cultura, atualmente instalada no Belvedere, funcionará no Palácio dos Despachos. A reabertura está prevista para junho.
Painel remete à mudança da capital de Ouro Preto para BH (Casa Fiat/divulgação)
Painel remete à mudança da capital de Ouro Preto para BH


Orgulho

Ana Vilela, gestora da Casa Fiat de Cultura, diz que é motivo de orgulho o governo mineiro ter confiado patrimônio de tal importância à instituição. “É o reconhecimento do trabalho de sete anos que desenvolvemos. Um de nossos objetivos é valorizar, preservar e difundir o patrimônio histórico, artístico e cultural”, garante.

De acordo com ela, a restauração de Civilização mineira, orçada em R$ 317 mil, foi viabilizada pela Lei Rouanet graças à parceria entre Ministério da Cultura, governo do estado e Iepha-MG. “Isso só vem reforçar a política cultural da empresa, trazendo a possibilidade de o público desfrutar da obra do grande mestre do modernismo brasileiro”, diz Ana.

A gestora lembra que o painel, além de remeter à transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte, traz a alegoria da Inconfidência Mineira, “referência da identidade dos brasileiros”.
São Francisco, padroeiro da polêmica igrejinha da Pampulha (Auremar de Castro/EM/D.A Press - 5/7/05)
São Francisco, padroeiro da polêmica igrejinha da Pampulha


Haja confusão

Olag, motivo de espanto em 1944 (Arquivo)
Olag, motivo de espanto em 1944


A onda modernista que atualmente contamina Belo Horizonte não se limita a resgatar a importância da cidade para o movimento artístico que tem o conjunto da Pampulha como um de seus símbolos. Ela também restaura – em boa hora – a relação da capital com Candido Portinari. Criadas para a Igreja de São Francisco, obras do pintor geraram uma batalha político-religiosa. Na época, o arcebispo de Belo Horizonte, dom Antônio dos Santos Cabral, rejeitou o conjunto modernista, condenando “fantasias de artistas” e “extravagâncias que podem muito bem ficar em salões de arte”.

Inaugurada em 1945, a igreja ficou fechada por 14 anos. Só foi aberta aos fiéis em 1959, três anos depois de Portinari pintar os painéis Guerra e paz para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Comunista assumido, o artista plástico brasileiro não conseguiu visto de entrada nos Estados Unidos.

Outra polêmica mineira envolvendo Portinari se deu em 1944. Seu quadro abstrato Cabeça de galo, exibido na Exposição de arte moderna de Belo Horizonte, provocou intensos debates na capital. Boa parte do público rejeitou a obra, ironicamente apelidada como Olag.

Dor e palavra - Carlos Herculano Lopes

A escritora Eliane Brum usa seu faro jornalístico para investigar as delicadezas da vida. Hoje à noite, ela autografa A menina quebrada... e conversa com o público na capital


Carlos Herculano Lopes

Estado de Minas: 24/10/2013 



A autora gaúcha Eliane Brum diz que escrever transforma a vida   (Lilo Clareto/divulgação)
A autora gaúcha Eliane Brum diz que escrever transforma a vida


Integrante da boa safra de escritores gaúchos surgida a partir da década de 1960, a jornalista Eliane Brum navega com competência por romances, crônicas e livros de reportagem. Hoje à noite, ela vem a BH fazer palestra e autografar seu último trabalho, A menina quebrada e outras colunas (Editora Arquipélago).

Nascida em Ijuí, no interior gaúcho, Eliane conta que escreve desde a infância para tentar converter a dor em palavra. “Essa possibilidade foi transformadora e me permitiu criar uma vida com sentido. Não é só dor o que percebo no mundo, mas também abissal delicadeza”, afirma.

 Para poder dedicar mais tempo à literatura, ela abriu mão do jornalismo diário, mas não perdeu o faro para boas reportagens e para perceber as sutilezas que rendem boas crônicas. “Como era repórter escrevendo uma coluna de opinião, usava parte do processo de reportagem na produção de minhas crônicas. Cada uma delas partia de um espanto e seguia uma investigação movida pelas dúvidas”, observa.

Eliane Brum vai conversar com o público às 19h30, no Centro de Convenções do Hospital Mater Dei (Rua Mato Grosso, 1.100, Santo Agostinho). Entrada franca. Informações: www.sempreumpapo.com.br.

CRIANÇAS » Associação teme redução de adoções‏

CRIANÇAS » Associação teme redução de adoções 

Luana Cruz

Esatado de Minas: 24/10/2013

A Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad) criticou a decisão judicial que ordenou a devolução da menina M.E, de 4 anos e 5 meses, aos pais biológicos. Ela havia sido adotada por uma família de Contagem, na Grande BH. Por enquanto, o retorno da criança está suspenso, conforme decisão, em caráter liminar, do desembargador Caetano Levy. Ele acatou o pedido dos advogados da família adotiva e suspendeu a entrega da criança aos pais biológicos. O caso está no Tribunal de Justiça para ser reavaliado. O desembargador Belisário de Lacerda, autor da primeira decisão de devolução, poderá referendar ou não a liminar.

“A devolução de qualquer criança à família biológica após tal lapso de tempo reconhecidamente provocará danos psicológicos profundos e indeléveis”, afirma a Angaad, em manifesto divulgado ontem. A entidade entende que a repercussão da disputa judicial causou temor e insegurança a famílias adotivas e outras que pretendem adotar, pondo em risco futuras adoções.

Segundo a associação, “os habilitados no cadastro nacional de adoção, que aguardam ser chamados, passaram a recusar crianças ainda não destituídas do poder familiar, por medo de perdê-las após anos de amor, cuidado e dedicação”.

JUSTIÇA A história da menina M. E. ganhou evidência em 2009, depois de denúncias de maus-tratos dos pais biológicos, Robson Ribeiro Assunção e Maria da Penha Nunes. O Ministério Público solicitou à Justiça a destituição da guarda e com 2 meses de idade a criança foi encaminhada para um abrigo, onde ficou por dois anos até ser adotada por Valbio Messias da Silva e Liamar Dias de Almeida.

Ao longo do processo, entretanto, os pais biológicos recorreram à Justiça comprovando que a família estava reestruturada. Dessa forma, em decisão unânime, três desembargadores da 7ª Câmara Civil do TJMG entenderam que a criança deveria voltar para a família biológica, onde viveria com os novos pais e seis irmãos. No dia 17 de outubro, durante audiência no Juizado da Infância e Juventude de Contagem, ficou definido prazo de cinco meses para a entrega da menina aos pais biológicos, depois de processo de adaptação. Mas dois dias depois, o desembargador Caetano Levy concedeu liminar suspendendo a devolução da criança.

PRÉ-SAL » Sem alta na bomba‏

Preço de gasolina não será reajustado para pagar R$ 6 bi devidos pela Petrobras pelo Campo de Libra, diz Foster


Paulo Silva Pinto

Estado de Minas: 24/10/2013 



Brasília – Depois de passar duas horas reunida com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no gabinete dele, em Brasília, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que a empresa não terá dificuldades para pagar os R$ 6 bilhões devidos até o próximo mês pela assinatura do contrato de exploração do Campo de Libra. "O caixa da Petrobras está muito bem. Vai chegar ao final do ano conforme planejado no início do ano. Tem como pagar os R$ 6 bi", afirmou. "Nossa produção começa a aumentar no quarto trimestre. E quem produz mais petróleo precisa buscar menos recursos no mercado (financeiro)." Mantega é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, que se reúne no Rio de Janeiro na sexta-feira, quando será divulgado o balanço trimestral da empresa. 

Ao falar com jornalistas após o encontro, Graça Foster descartou a necessidade de aporte de capital de seu acionista controlador, o Tesouro Nacional, para o pagamento do bônus. Disse que tampouco será preciso fazer algo que é frequentemente reivindicado por ela: reajustar os preços cobrados nas refinarias e repassados pelos postos aos consumidores. "Não tratamos do assunto aumento de combustíveis. Tratamos de Libra", desconversou ela.

O adiamento da decisão de mexer nos valores cobrados nas bombas por parte do governo, com o objetivo de segurar a inflação, é apontado por analistas como um dos principais fatores responsáveis pela queda nas margens de lucro da Petrobras, o que tem elevado seu endividamento. Ainda assim, Graça Foster disse que, em duas horas de conversa com Mantega, nem um minuto sequer foi dedicado a isso. As ações ordinárias da empresa, com direito a voto, caíram ontem 1,78%. As preferenciais, priorizadas na distribuição de dividendos, fecharam em baixa de 1,18% em relação à véspera.

O campo de Libra, o primeiro do pré-sal brasileiro a ser oferecido ao mercado, foi leiloado na segunda-feira e teve apenas uma proposta, do consórcio formado por Petrobras, a francesa Total, a anglo-holandesa Shell e as estatais chinesas CNPC e CNOOC. A Petrobras, que já seria a operadora do consórcio e ficaria com 30% de participação, independentemente do resultado, ampliou a fatia em 10 pontos, elevando-a para 40%. A Total e a Shell ficaram cada uma com 20%. As chinesas, separadamente, com fatias de 10%.


INVESTIMENTOS Para o governo, foi um alívio ver duas empresas europeias com 40% do consórcio vencedor. Além da credibilidade, pela tradição, o que agrada é o fato de que essas empresas são movidas pela maximização de lucros. Com isso, tentarão tirar o óleo de Libra o mais rapidamente possível. Empresas estatais asiáticas, sobretudo chinesas, costumam ser movidas por outros propósitos além da rentabilidade. Têm, sobretudo, interesses geopolíticos, que incluem a manutenção de reservas estratégicas de petróleo para consumo no longo prazo.

Para Mantega, a demanda por equipamentos para a exploração do pré-sal vai elevar significativamente a taxa de investimentos no Brasil. Somente no caso das sondas de perfuração, com custo unitário de mais de US$ 1 bilhão, será necessária ao menos uma dezena.