segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Quimioterapia e sobrevida - Celina Aquino

Estado de Minas: 04/08/2014 


Leandro Ranmos, organizador do Pós-Asco em Belo Horizonte, afirma que as mudanças  no tratamento devem aguardar a publicação de estudos (Cristina Horta/EM/D.A Press)
Leandro Ranmos, organizador do Pós-Asco em Belo Horizonte, afirma que as mudanças no tratamento devem aguardar a publicação de estudos

Oncologistas discutiram este fim de semana em Belo Horizonte mudanças no tratamento de câncer que podem aumentar a expectativa de vida dos pacientes. As descobertas se baseiam em estudos apresentados durante o principal encontro da área, o Congresso da Sociedade Norte-Americana de Oncologia Clínica (Asco, na silga em inglês), realizado anualmente nos Estados Unidos. “O objetivo não é apenas aumentar a sobrevida, mas melhorar a qualidade de vida. Assim, ganhamos tempo para esperar a chegada de drogas mais ativas”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Regional Minas Gerais (SBOC-MG), Leandro Ramos, organizador do Pós-Asco 2014, promovido pela Oncomed BH.

Incluir a quimioterapia no tratamento de câncer de próstata de alto risco pode aumentar em 17 meses a sobrevida dos pacientes. O benefício de utilizar remédios é comprovado em casos metastáticos, ou seja, quando as células do tumor maligno acometem outros órgãos. O mais comum é que elas cheguem aos ossos. “Até então, utilizava-se apenas a hormonioterapia, química ou cirúrgica, que consiste em bloquear a produção dos hormônios masculinos, em especial a testosterona, que estimulam as células do tumor”, esclarece o oncologista Alexandre Fonseca de Castro. Para o estudo apresentado no Asco, que envolveu 790 pacientes, considerou-se a terapia hormonal química, ministrada por injeções a cada três meses.

Expectativa Outra pesquisa comprova os benefícios da quimioterapia para combater tumores cerebrais com alto risco de progressão. Segundo a oncologista Mirielle Nogueira Martins, os medicamentos otimizam o resultado do tratamento, que rotineiramente inclui cirurgia e radioterapia, técnicas com potencial de atingir áreas vitais do cérebro, causando sequelas ou até a morte. Os participantes do estudo que associaram radioterapia e quimioterapia ganharam cinco anos a mais de vida. “É animador melhorar a expectativa de vida do pacientes com tumor no sistema nervoso central, que em geral é mórbido e agressivo. Era uma área onde não se conseguia grandes avanços”, comenta a especialista.

Apesar de comemorar os avanços, o presidente da SBOC-MG informa que é preciso esperar a publicação dos estudos em revistas científicas para que as descobertas sejam validadas pela comunidade médica e beneficem os pacientes.

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