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A retomada de Paulínia
Festival ganha edição enxuta a partir de amanhã. Retorno prepara terreno para o evento de julho de 2014, que vai se tornar internacional. Na abertura, Confia em mim, de Michel Tikhomiroff
Gracie Santos
Estado de Minas: 10/12/2013
O troféu é símbolo desse rito de passagem.
Início de processo de reconstrução do polo -a Mônica Trigo, secretária
municipal de Cultura de Paulínia |
A decisão de retomar o evento, ainda que de forma tímida, foi tomada para que o festival ganhe força e possa, como planeja a secretária Municipal de Cultura, Mônica Trigo, não apenas recuperar o espaço perdido como se tornar internacional em julho 2014. “2013 não podia passar em branco. A gestão atual assumiu em julho e tinha que tomar pé da situação. O 5º Paulínia Festival de Cinema vai marcar a retomada. O próximo será realizado na última semana de julho, em 2014, com mostra competitiva e a participação de filmes estrangeiros”, conta Mônica. Nesta edição, serão homenageados 138 premiados nas anteriores.
“O troféu é símbolo dessa retomada, desse rito de passagem. O início de um processo de reconstrução do polo. Vamos retomar também a escola, os editais”, anuncia a secretária, que espera aprovar na Câmara Municipal, até dia 31, orçamento para a realização da sexta edição no ano que vem. Mônica Trigo garante que dos cinco estúdios de Paulínia, quatro estão prontos para operar imediatamente. “Podem começar a rodar amanhã. Vamos lançar editais de curtas até o fim do mês, depende apenas da aprovação do orçamento”, afirma, admitindo que a realização desta quinta edição visa sensibilizar o Legislativo municipal para a importância do festival e do polo cinematográfico. Os editais para os longas virão na sequência.
A programação do 5º Paulínia Festival de Cinema vai exibir ainda Entre vales, de Philippe Barcisnki, e O lobo atrás da porta, de Fernando Coimbra. Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi, será mostrado diariamente na programação infantojuvenil, antecedido por filmes dos alunos da escola de stop motion. Haverá seis mesas debatedoras com personalidades do meio cinematográfico nacional e internacional. Na pauta, workshop sobre a experiência de filmar em Paulínia e de experiências bem-sucedidas no mundo.
O suspense Confia em mim, com Fernanda Machado e Mateus Solano, abre o festival |
PAIXÃO Está nos planos da secretária, para 2015, abertura de espaço para a produção de TV no polo de Paulínia. Mônica Trigo também anuncia que foi assinado, em setembro, acordo de cooperação com o governo federal por meio de adesão ao Sistema Nacional de Cultura. “É o início, teremos um Conselho Municipal de Cultura e vamos abrigar câmaras setoriais para promover discussões em torno do audiovisual e de outras artes, com a participação da sociedade civil, trabalhando alinhados com os governos estadual e federal”. Para Mônica Trigo, “tem que ter paixão e o Paulínia Festival de Cinema está sendo retomado pela paixão”.
Retrospectiva
>> Em 2005, começou a ser desenhado o Polo Cinematográfico de Paulínia, complexo de estúdios destinado à produção de filmes brasileiros. Com cinco estúdios (inclusive de animação), a Escola Magia do Cinema e o Theatro Municipal de Paulínia, o polo gerou centenas de empregos e movimentou a economia da cidade.
>> Em 2008, com o desenvolvimento do polo e os primeiros filmes rodados foi criado o 1º Paulínia Festival de Cinema, que consagrou o terror Encarnação do demônio, de José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
>> Em 2009, a segunda edição teve o maior número de inscritos entre longas e curtas. Olhos azuis, de José Jofilly, faturou seis prêmios, entre eles os de filme, roteiro, ator coadjuvante (Irandhir Santos) e atriz coadjuvante (Cristina Lago).
>> Em 2010, a terceira edição consagrou 5x favela, agora por nós mesmos, produção coletiva de Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos e Luciana Bezerra, num projeto idealizado por Cacá Diegues – foram seis prêmios, entre eles os de filme, roteiro e montagem.
>> Em 2011, a quarta edição teve na abertura Corações sujos, adaptação de Vicente Amorim para livro de Fernando Morais. Febre do rato, de Cláudio Assis, foi o grande vencedor, levando o prêmio de melhor filme.
>> Em 2012, o então prefeito suspendeu o festival e as atividades do Polo Cinematográfico.
SAIBA MAIS
Dança das cadeiras
O atual prefeito de Paulínia, Edson Moura Júnior (PMDB), tomou posse em 16 de julho. Assumiu o cargo ocupado por José Pavan Júnior (PSB). A decisão da substituição foi da ministra Carmen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois da batalha judicial travada desde as eleições. Moura Júnior foi o candidato mais votado nas últimas eleições, mas sua candidatura foi contestada pelo Ministério Público porque, um dia antes do pleito de 2012, ele substituiu o pai e candidato oficial, Edson Moura. Júnior venceu, mas teve o registro cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
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