sábado, 27 de outubro de 2012

'Bombeirinho' faz transplante de medula


Menino com leucemia que quer ser bombeiro virou sensação no PR e estimulou doações


ESTELITA HASS CARAZZAI

DE CURITIBA

Cinco anos após receber o diagnóstico de leucemia, João Daniel de Barros, 6, conseguiu um doador de medula óssea e fez nesta semana o transplante que pode garantir a cura da doença.
O menino ficou conhecido como João Bombeirinho, por seu sonho de ser bombeiro, e foi adotado como "mascote" da corporação em sua cidade, Maringá (PR).
Como "bombeirinho", ele protagonizou campanhas para estimular a doação de medula óssea na região, o que fez aumentar em 35% o número de doadores.
O transplante foi realizado no Hospital de Clínicas do Paraná, na quarta-feira. As chances de cura são de 70%, segundo o hematopediatra Lisandro Lima Ribeiro.
"Ele só me diz: 'Eu tenho dois aniversários agora, mãe'. Ele renasceu", conta a mãe, Ana Paula Estevam.
O garoto está num quarto isolado e deve ficar internado por mais 30 dias, realizando tratamento imunossupressor para evitar a rejeição da nova medula. Enquanto isso, tem a companhia de quatro caminhõezinhos de bombeiro -todos esterilizados.
"Já estou com a cabeça doendo de tanto 'vrum-vrum' no quarto", diz Ana Paula.
Segundo a mãe, João já faz planos de "nadar, pescar, acampar e fazer piquenique". Nenhuma das atividades era aconselhada antes, devido à baixa imunidade do garoto. "Agora ele vai ter uma infância de verdade", diz.
João Daniel faz sessões de quimioterapia desde que tinha um ano e 11 meses, quando a doença foi diagnosticada. Desde então, ele convivia com as reações colaterais do tratamento: febre, alergias, coceira e enjoo.
Em 2010, quando passava por mais uma crise internado no hospital, João pediu a visita dos bombeiros. Ao deixar o local, ele foi "resgatado" pelo caminhão da corporação, içado pela janela. Virou sensação em Maringá.
O menino conseguiu um uniforme feito sob medida, já desfilou em carro aberto pela cidade e faz visitas frequentes ao quartel.
A cura da leucemia só pode ser confirmada cinco anos após o procedimento.

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