quarta-feira, 3 de setembro de 2014

TeVê

tv paga


Estado de Minas : 03/09/2014 04:00

 (Discovery/Divulgação)


Com estilo

A apresentadora Adriana Galisteu (foto) está de volta ao Discovery, agora no canal Home & Health, para apresentar o programa Dormindo com meu estilista, que estreia hoje, às 20h30. É a adaptação brasileira da conhecida série inglesa, em que maridos e namorados são responsáveis por repaginar o look da amada. O mesmo canal retoma a série O vestido ideal: madrinhas, às 19h40; e estreia Novo ou usado?, às 20h.

Universal também  começa a produzir

Primeira produção nacional do canal Universal, o reality show Cinelab estreia às 19h45, mostrando os segredos dos efeitos especiais com baixo orçamento. O programa vai ao ar também nos canais Syfy (segunda-feira, às 19h45) e Studio Universal (sexta-feira, às 21h30).

Mais novidades para  diferentes públicos

O canal A&E estreia hoje,  às 22h, a série Orphan black, protagonizada por Tatiana Maslany, sobre uma jovem que descobre ter clones e aproveita a situação para aplicar golpes. Na MTV, estreia a quarta temporada da série de humor Ridiculousness, às 23h30. Outro programa que volta à telinha é o Chegadas e partidas, com Astrid Fontenelle, às 21h, no GNT.

Canal Brasil festeja os  70 anos de Edu Lobo

O Canal Brasil vai apresentar a série de quatro episódios 70 anos de Edu Lobo, de Charles Gavin e Gabriela Gastal, começando hoje, às 20h30. No canal Bis, à meia-noite, tem show de Ana Cañas, registrado durante a gravação do DVD Coração inevitável, interpretando clássicos de Edith Piaf, Led Zepellin, Chico Buarque e Cazuza. Já o Film&Arts aposta no pianista Jamie Cullum, com a Orquestra Heritage, no Royal Albert Hall, em Londres, de tardinha, às 16h.

SescTV vai destacar o  legado de Lygia Clark

A série Artes visuais, do SescTV, vai exibir dois episódios sobre a artista plástica mineira Lygia Clark (1920–1988), hoje e quarta-feira que vem, às 21h30. O primeiro focaliza a exposição Uma retrospectiva, realizada no Instituto Itaú Cultural, na capital paulista.

Drama, ação e humor  no pacotão de filmes

O canal Arte 1 exibe hoje, às 22h, o longa-metragem Mil anos de orações, dirigido pelo chinês Wayne Wang e que retrata a relação distante entre pai e filha e a tentativa de reaproximação. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: A concepção, no Canal Brasil; O homem de aço, na HBO; O hobbit – A desolação de Smaug, no Telecine Pipoca; Tudo por um sonho, no Telecine Touch; Os donos da noite, no Telecine Action; A morte e a vida de Bobby Z, no MGM; Fama, no Max HD; e O melhor amigo da noiva, no Studio Universal. Outras atrações da programação: Falsa amizade, às 21h30, no Lifetime; Cabelo bom, às 22h10, no Glitz; O vidente, às 22h20, no Universal; e Caso 39, também às 22h20, no FX.

CARAS E BOCAS » BRIGA DE GIGANTES

Simone Castro
simone.castro@uai.com.br


Herval, personagem de Ricardo Tozzi, só pensa em destruir rival, em Geração Brasil (João Cotta/TV Globo -03/06/14)
Herval, personagem de Ricardo Tozzi, só pensa em destruir rival, em Geração Brasil


Em breve, virá à tona, em Geração Brasil (Globo), a verdadeira identidade de Herval (Ricardo Tozzi). E o público vai acompanhar uma guerra entre feras da tecnologia. É que o mentor de Davi (Humberto Carrão) tem um passado com Jonas Marra (Murilo Benício), que envolve traição e muita mágoa. E ele não vai sossegar enquanto não destruir o rival. Verônica (Taís Araújo), que tem um relacionamento amoroso com Jonas, vai descobrir podres sobre o magnata, por meio de e-mails anônimos. Ao pedir para Davi rastreá-los, conseguirá chegar a Sandra (Susana Ribeiro). A jornalista irá atrás da mulher e a convencerá a contar tudo o que sabe sobre Jonas. Ela, então, revelará que, na juventude, Jonas desviou dinheiro para criar o Bro e acusou LED, que acabou preso em seu lugar. Os dois eram sócios no projeto e enquanto o amigo amargava anos na cadeia, Jonas enriquecia nos Estados Unidos. Depois que deixou a prisão, o dono da Plugar se dedicou a preparar um plano para punir o falso amigo.

ANÁLISE DO FUTEBOL E MUITO
MAIS NO ALTEROSA NO ATAQUE


Acompanhe a análise sobre os principais assuntos relacionados ao esporte, em especial ao futebol, no Alterosa no ataque, que vai ao ar às 18h40, na TV Alterosa. Na pauta, Brasileirão e Copa do Brasil. A apresentação é de Jaeci Carvalho.

CHITÃOZINHO & XORORÓ À
FRENTE DO FESTIVAL SERTANEJO

A dupla Chitãozinho e Xororó assinou, ontem, contrato com o SBT como os novos apresentadores da segunda temporada do Festival sertanejo. A atração estreia em 20 de setembro, no SBT/Alterosa, e também contará com a participação da dupla Hugo e Tiago, que serão os treinadores e mentores dos candidatos, e Helen Ganzarolli, a “xerife” do programa. Em 1986 e por dois anos, os cantores comandaram na emissora o Programa Chitãozinho e Xororó. “Nós gostamos muito da ideia e do convite. É uma oportunidade que temos de mostrar para o público da música sertaneja uma renovação, gente nova cantando este estilo musical que os brasileiros adoram. E como representantes disso, há mais de 40 anos, nós nos sentimos honrados de ter essa oportunidade de trazer gente jovem para a música sertaneja”, disse Chitãozinho.

VIVA VAI PRODUZIR REMAKE
DO MUSICAL GLOBO DE OURO


Uma das atrações mais famosas da TV, o Globo de ouro teve uma trajetória de 1978 até 1990. Agora, o canal Viva (TV paga) programa um remake, em que artistas consagrados vão subir ao palco, no Rio de Janeiro, para a gravação, que começa neste mês, de dez edições. Na lista, sucessos de ontem e todos os que estão bombando atualmente. A apresentação será de Juliana Paes e Márcio Garcia. A estreia será em 17 de setembro. 


E VIVA FELLINI

Este mês, o cineasta italiano Federico Fellini será homenageado no canal Arte 1 (TV paga) com uma seleção de filmes, que irá ao ar todas as sextas-feiras, sempre às 21h30. O longa-metragem que abre o especial Setembro Fellini é A doce vida, que rendeu ao diretor a Palma de Ouro de Melhor filme em 1960 e o Oscar de Melhor figurino em 1962. A história gira em torno de Marcello Rubini, vivido por Marcello Mastroianni, repórter de um jornal sensacionalista que passa a questionar sua vida e seu trabalho quando conhece uma linda atriz de Hollywood. Um dos personagens, interpretado pelo ator Walter Santesso, deu origem ao termo “paparazzo”, sinônimo de fotógrafo indiscreto de celebridades. Também é célebre cena entre Mastroianni e Anita Ekberg (Sylvia Rank) (foto), na famosa Fontana di Trevi. Ainda estão na lista de filmes de Fellini: A estrada da vida, estrelado por Giulietta Masina; 8 e 1/2, com Marcello Mastroianni, que venceu o Oscar de Melhor filme estrangeiro em 1963, e Julieta dos espíritos, que reúne no elenco Giulietta Masina, Sandra Milo e Mario Pisu.

Viva

Clima da discoteca de Boogie oogie (Globo), que leva o mesmo nome e reproduz as famosas casas de dança e shows de 1978.

VAIA

Em Boogie oogie, armação grotesca sobre falso adultério de Célia, personagem de Taís Campos, não rende boa trama.  

Em grande ESTILO - Carolina Braga

Festival Internacional de Teatro de Bonecos supera dificuldades e chega à 14ª edição com 10 espetáculos de seis países. Produção mineira, o evento fica em cartaz até dia 14, em BH


Carolina Braga
Estado de Minas: 03/09/2014




Ecole des Ventriloques é um dos espetáculos da noite de abertura do Festival Internacional de Teatro de Bonecos (Veronique Vercheval/divulgação)
Ecole des Ventriloques é um dos espetáculos da noite de abertura do Festival Internacional de Teatro de Bonecos


Quando tinha 7 anos, em uma expedição exploratória pelos corredores do colégio de freiras em Paraguaçu, no Sul de Minas, Lelo Silva deparou com o que, para ele, era quase um tesouro. “No porão do auditório, achei duas caixas de papelão lotadas de fantoches. Juntei aquilo, uns amigos e montamos uma história. A gente se apresentava sábado, cobrando chicletes e doce da plateia”, lembra. Algumas décadas se passaram, mas até hoje a inquietação toma conta de Lelo quando ele fala de bonecos e dos universos que cercam essas criaturas.

Até dia 14, o Festival Internacional de Teatro de Bonecos (FITB), idealizado por ele e por Adriana Focas em 2000, volta à agenda de Belo Horizonte depois de superar uma crise. Em 2012, por dificuldades na articulação de patrocínios, houve uma pausa no evento. “Não conseguia nem grana direito e nem espaço”, recorda o produtor. Em 2013, o festival foi realizado de maneira bastante tímida. Agora, com o apoio do Banco do Brasil, promete lembrar os bons e velhos tempos.
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) receberá 10 espetáculos do Brasil, Espanha, Itália, Bélgica, França e Chile, além de 11 caixas de teatro inspiradas na técnica lambe-lambe – montagem em miniatura exibida para um ou dois espectadores por sessão. “Pensamos muito no público de Belo Horizonte e priorizamos a dramaturgia. O tema é a primeira coisa que atrai”, diz Lelo.

O público terá a oportunidade de conferir a combinação de técnicas e dramaturgia no mínimo diferente daquela a que está acostumado. A ideia é despertar no espectador encantamento semelhante ao de Lelo no porão de seu antigo colégio.
Se naquela época o difícil era convencer os colegas de Paraguaçu a embarcar na onda, obviamente, os bonecos de Lelo ganharam outra dimensão. Este ano, para atrair espetáculos que realmente impactaram a curadoria, ele e os colegas da companhia Catibrum toparam construir do zero os cenários das montagens Diagnóstico: Hamlet, da Cia Pelmànec (Espanha); L’Ecole des Ventriloques, da Cia. Point Zéro (Bélgica); e La caravane de l’herreur, da Cia Bakélite (França).

“Fica mais barato, é o caminho para viabilizar o festival e um prazer pra gente. É muito bom ver isso aqui nascendo”, diz Lelo. L’Ecole des Ventriloques, a peça escolhida para a abertura, esta noite, tem sete grandes armários em cena. Embora pareçam ser de ferro, tudo foi feito em madeira dentro da sede onde a Catibrum cria as próprias montagens. Foram necessários 200 metros quadrados de compensado e 2,5 mil parafusos para pôr a estrutura de pé.

L’Ecole des Ventriloques promete ser o espetáculo mais grandioso desta edição do FITB. Com texto do cineasta e escritor chileno Alejandro Jodorowsky, trata-se de um conto filosófico. Ao mesmo tempo em que provoca medo e faz rir, leva para a cena interrogações sobre o status do artista no mundo hoje. O cenário é construído pela segunda vez na América Latina. A primeira foi na terra natal do autor.

Vem do Chile a outra pérola: Otelo, da Cia. Viaje Inmóvil. Entre os diretores está Jaime Lorca, ex-integrante e um dos fundadores da Cia. La Tropa, que oferece olhar contemporâneo para a tragédia passional escrita por William Shakespeare.

Brasil Entre os destaques nacionais está a estreia de O quadro de todos juntos, montagem do grupo mineiro Pigmaleão Escultura que Mexe, em cartaz no dia 10. Uma prévia foi apresentada no Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto e na Feira de Teatro de Bonecos de Lleida, na Espanha, onde o espetáculo ganhou o prêmio do júri internacional. “É mais um pedaço da estreia, fazemos tudo aos poucos. A gente fez uma experiência para o Cenas Curtas e, como deu muito certo, acabamos mudando a versão completa do espetáculo. Na verdade, ele está mudando até hoje”, conta o diretor Eduardo Felix.
Segundo ele, a família de porcos que protagoniza a peça não para de crescer. “Aos poucos, ela vai ficando mais complexa. Estamos fazendo de uma maneira pouco convencional. A dramaturgia nasce da pintura, e não da escrita”, completa.

Outra atração que promete ser marcante é a apresentação inclusiva de O som das cores, da Catibrum, no dia 8. A história terá o suporte da audiodescrição para atender os espectadores cegos.


PROGRAMAÇÃO


» Hoje
19h – Tropeço. Com Tato Criação Cênica (PR/BR)
20h – L’Ecole des Ventriloques. Com Cia. Point Zéro (Bélgica)

» Amanhã
20h – L’Ecole des Ventriloques

» Sexta-feira
19h – Tropeço
20h – Diagnóstico: Hamlet. Com Pelmànec (Espanha)

» Sábado
16h – Entre janelas. Com Tato Criação Cênica (PR/BR)
19h – El cubo libre. Com Cia. Dromosofista (Itália)
19h – Diagnóstico: Hamlet

» Domingo
16h – Entre janelas
19h – El cubo libre
19h – O som das cores. Com Cia. Catibrum (MG/BR)


14º FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS
De hoje ao dia 14. CCBB, Praça da Liberdade, 450. Ingressos R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Capacidade: 264 pessoas. Programação completa: www.festivaldebonecos.com.br

Made in Minas




“Foi aquela coisa ‘papai, eu quero’. Isto aqui é um sonho”, conta Lelo Silva sobre La caravane de l’herreur, atração a partir do dia 11. Quando assistiu à montagem de Olivier Rannou e Alan Floc’h na programação paralela do festival francês de Charleville, Lelo saiu convicto de que o público de Belo Horizonte precisava ver aquilo. O problema é que a peça se passa dentro de um trailer, tipo motorhome, para plateia de apenas 17 pessoas.

Tem mais: La caravane... é representante do gênero horror, com apenas 17 minutos de duração. Lelo garante: a experiência é rápida e marcante. “Quando a sessão acabou, disse a eles que queria levar a peça para o Brasil, mas não acreditaram. Como o meu francês é meio tímido, acabei não argumentando. De volta a BH, mandei um e-mail para o grupo”, conta.
Adriana Focas também saiu da sessão impactada.. “Quando ele falou em trazer a peça, imaginei pegar um trailer de verdade e fazer algumas modificações. Vimos que não era tão fácil, aí ele sugeriu construir. Pensei: ‘Lelo, agora você endoidou’”, brinca ela. A missão “sobrou” para Tim Santos, cenógrafo da Catibrum. “Se o Tim falasse que sim, aí sim”, completa Adriana. “A princípio, achei impossível. Depois, fui pensando melhor e resolvi pegar esse desafio”, conta Santos.

Desde 26 de julho ele se dedica exclusivamente a construir o trailer. Como os desenhos com todos os detalhes vieram da França, Tim precisou da ajuda de um tradutor para entender as orientações. “Estou muito orgulhoso de conseguir fazer a peça para mostrar o espetáculo aqui. Gosto muito dela”, conclui Lelo, prometendo uma bela surpresa para o público. 

O mistério dentro de nós‏ - Paloma Oliveto

O córtex pré-frontal é uma das regiões cerebrais que mais intrigam os cientistas. Pacientes que sofreram lesões na área ajudam a desvendar a função dessa importante parte do corpo

Paloma Oliveto
Estado de Minas: 03/09/2014

No início do século 20, a lobotomia foi apresentada como elixir das doenças da mente e da alma. Depressão, ansiedade, agressividade, esquizofrenia, tendência suicida — segundo psiquiatras, todos esses problemas podiam ser resolvidos com a técnica criada pelo português Egas Moniz. Até os anos 1950, a técnica se concentrava na porção dianteira do cérebro, que, então, era uma massa quase desconhecida. Os cientistas da época garantiam que o córtex pré-frontal (CPF) não tinha muita importância, conforme demonstravam experimentos com animais que tiveram pedaços dessa região retirados.

Após milhares de intervenções realizadas em todo o mundo, porém, a verdade começou a aparecer. Longe de restituir a saúde mental da maioria dos pacientes, a lobotomia, na verdade, arrancava parte da vida deles. Muitos se tornaram apáticos, incapazes de realizar tarefas cotidianas e tiveram algumas funções do corpo prejudicadas. Ficava claro que o córtex pré-frontal não era uma parte pouco importante do cérebro.

Na verdade, ainda no século 19, um neuropsicólogo britânico já tinha encontrado pistas disso. Em 1876, David Ferrier removeu largas porções dessa área de macacos. “Os animais retêm seu apetite e instinto e são capazes de exibir sentimentos emotivos. As faculdades sensoriais, visão, audição, tato, paladar e olfato continuam inalteradas”, escreveu no artigo científico “As funções do cérebro”. Contudo, ele pôde perceber outras mudanças no comportamento e na personalidade das cobaias. “Em vez de, como antes, estarem ativamente interessadas no que acontecia ao seu redor, e curiosamente bisbilhotando tudo que aparecia em seu campo de observação, elas se mantinham apáticas, entediadas ou apenas dormindo”, notou Ferrier.

Além disso, outros médicos começaram a reportar casos de pacientes que chegavam aos consultórios com lesões no CPF e, apesar de manter intactas as funções básicas, tinham mudanças surpreendentes de comportamento, algo que, hoje, está bem documentado na literatura médica. “Pacientes com lesões no córtex pré-frontal não perdem seus sentidos e, geralmente, mantêm preservadas as habilidades linguísticas. Mas eles manifestam anomalias sociais ou dificuldades com o planejamento de alto nível nas situações cotidianas”, observa Sara Szczepanski, neurologista da Universidade da Califórnia, em Berkeley. É de autoria da cientista uma análise de estudos, antigos e recentes, que tentam decifrar o CPF a partir da observação de lesões na região, publicada na edição mais recente da revista Neuron.

Danos comuns Szczepanski lembra que danos nos lobos pré-frontais são extremamente comuns. Por causa da posição, a região é a mais suscetível a ser lesionada, seja por golpes, quedas ou batidas. Também é onde mais comumente surgem tumores e ocorrem os derrames vasculares que caracterizam o AVC. Mas, justamente pelos sintomas não serem tão flagrantes, pode ocorrer de as lesões acabarem sendo ignoradas ou subestimadas. “Mas essa é uma região crítica para o comportamento e para as habilidades complexas humanas”, alerta a neurologista. Os pacientes com danos nessa região apresentam mais dificuldade para aprender, executar múltiplas tarefas, controlar suas emoções e se socializar. “Essa é uma parte do cérebro ainda cercada de muito mistério. Precisamos entendê-la melhor para encontrar técnicas mais eficientes de reabilitação”, afirma a pesquisadora.

Na compilação de artigos científicos e estudos de caso organizados pela neurologista, cientistas descrevem como lesões cerebrais prejudicaram diferentes aspectos cognitivos e comportamentais dos pacientes, dependendo da área atingida. O córtex pré-frontal é, anatomicamente, dividido em sub-regiões, sendo que cada uma delas, aparentemente, desempenha funções diversas, embora todas estejam, de certa forma, relacionadas às emoções e à tomada de decisões.

Um dos casos citados no artigo é o do paciente Phineas Gage, que, em 1848, sobreviveu a uma lesão severa no cérebro quando uma barra de metal atravessou seu crânio. “O caso do senhor Gage é um dos mais famosos e fascinantes da neurociência”, comenta John van Horn, pesquisador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que, mais de um século e meio depois, estudou esse fato. Trabalhador de uma estrada de ferro, ele dinamitava um rochedo para a instalação dos trilhos quando foi atingido após uma explosão. Homem tranquilo e amável, transformou-se no oposto disso. Aos 25 anos, Gage virou uma pessoa irritável, furiosa, irreverente e mal-humorada. Não à toa, ao longo dos anos, vários cientistas o estudaram. Depois da morte, o cérebro do paciente foi preservado e analisado com exames de imagem.

Jack van Horn foi um dos neurologistas que avaliou os resultados das tomografias. De acordo com ele, a barra de ferro danificou mais de 10% de massa branca da região orbitofrontal de Phineas Gage. Lesões nessa área estão associadas à perda do controle inibitório e emocional e à falta de habilidade no domínio social. “A lesão de Gage interrompeu importantes conexões entre essa parte do cérebro e o restante do órgão”, conta Van Horn. “Isso teve um grande impacto em sua mudança de personalidade. O caso do senhor Gage ainda hoje é extremamente valioso para o estudo de pacientes com danos cerebrais”, observa.

Recuperação Se, na época de Gage, pouco se podia fazer por ele, os artigos revistos por Sara Szczepanski indicam que, embora as lesões no córtex pré-frontal sejam capazes de provocar alterações comportamentais profundas, essa região cerebral também pode ser alvo de reabilitação. “Porções intactas do CPF são capazes de se reorganizar depois de uma doença ou um dano, provavelmente porque essas partes do córtex são suficientemente flexíveis. Com isso, é possível alcançar ao menos uma recuperação parcial das funções perdidas, com várias técnicas de intervenção”, observa. De acordo com ela, as mais bem-sucedidas são as terapias cognitivas compensatórias — tratamentos farmacológicos, por enquanto, não têm surtido efeito no sentido de recuperar as funções do córtex pré-frontal.

Para a pesquisadora, ainda há muitas questões a serem respondidas a respeito dessa importante região cerebral. “Com o aprimoramento das técnicas de imagem, acredito que vamos dar um salto no estudo do CPF”, diz. Szczepanski acredita que uma importante linha de investigação é a interação dos circuitos do córtex pré-frontal com o restante do cérebro e como os danos nessa área podem prejudicar funções que, em princípio, não estão diretamente relacionados com ela.

Saiba mais
O hipocampo e a memória
Poucos pacientes contribuíram tanto para a neurociência quanto o americano Henry Gustave Molaison. Durante 55 anos, ele se olhou no espelho sem saber o que tinha feito no dia anterior. Um homem inteligente, descrito como amoroso, engraçado e generoso, Molaison se lembrava do nome da cidade da Louisiana, onde seu pai nasceu e reconhecia artistas e celebridades dos anos 1940. Mas, todos os dias, ao acordar, não recordava suas ações poucas horas antes.

Epilético, Molaison passou por uma cirurgia experimental em 1953 que removeu uma importante região de seu cérebro. Até então, a memória era um conceito subjetivo e ninguém desconfiava que existissem diferentes tipos: uma de curto prazo, aquela que permite decorar um número de telefone e discá-lo pouco tempo depois, para então esquecê-lo, e outra de longo prazo, pela qual fatos, nomes e habilidades adquiridas são estocados. Os cientistas muito menos poderiam supor que a memória de longo prazo tem subdivisões.

Na cirurgia, foram removidos os dois lados do hipocampo, uma estrutura do cérebro em formato de cavalo-marinho. A retirada acabou com as convulsões, mas também transformou Molaison em um homem sem passado. Nos mais de 100 testes científicos dos quais ele participou, ficou evidente que ele se esquecia completamente das tarefas executadas ao longo do dia. O americano só conseguia se lembrar dos fatos ocorridos até três anos da operação. Isso levou os neurocientistas a compreenderem que o hipocampo é o centro da memória de curto prazo, que converte acontecimentos em recordações.

A partir da experiência com o paciente, a neurociência passou por uma revolução. Molaison foi estudado por muito tempo e até hoje desenvolvem-se novas teorias a partir das observações registradas sobre seu desempenho em testes cognitivos. Ele foi o mais famoso paciente neurológico da história. (PO) 

Eduardo Almeida Reis - Azulejos‏

Calçadas, hoje, só contratando os serviços de uma empresa que as limpe regularmente sem abrir o portão da casa

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 03/09/2014






Sou do tempo das casas alpendradas, muros baixos e assaltos nenhuns. Não foi há mil anos, mas ainda outro dia. Moramos hoje em bunkers, circulamos em carros blindados e a situação piora dia a dia. Muito me espanta que os residentes nos bairros nobres de BH, do Rio, de São Paulo ainda permitam que os seus empregados limpem as calçadas. É meio caminho andado para o assalto, pouco importando que os muros tenham por cima fios eletrificados. Calçadas, hoje, só contratando os serviços de uma empresa que as limpe regularmente sem abrir o portão da casa.

Nos anos todos em que morei no Bairro São Bento, em BH, defendi-me dos pichadores com o jardim cercado de grades em vez de muros. Hoje, as grades continuam impedindo a pichação, mas permitem que os assaltantes, da calçada, apontem suas armas para os moradores. Fazer o quê? Nem se pode dizer que a situação está ficando difícil, porque já ficou impossível. E os brasileiros de 16 anos podem votar, mas são inimputáveis quando cometem crimes hediondos.

Volto aos bons tempos para recordar que muitas famílias não se esqueciam de pregar na parede dos alpendres azulejos com os seguintes dizeres: “Lá fora, a chuva, o vento, o frio; aqui, amor, paz, harmonia” – mentirosos, mas simpáticos. Lembrei-me dos azulejos dia desses, tarde chuvosa, cinzenta, um frio desgraçado. Metade da mentira teria aplicação: chuva, vento, frio. No “aqui” é que a porca torceria o rabo. Como falar de amor em casa de abandonado? Soa como corda em casa de enforcado. Paz não se vê no televisor nem na rua e harmonia só do vinho com o queijo.

Sem Google

Dois dias sem internet. Sai dessa, caro e preclaro leitor. Dir-se-á que o computador funciona, o teclado, o monitor de 40 polegadas, o Windows 7 e os dicionários eletrônicos, mas faltam o Google, a Wikipédia e os e-mails com as notícias dos amigos. Sem Google e Wikipédia fica difícil escrever. Meus primeiros 14 livros e milhares de crônicas foram escritos antes da invenção de um e outra; hoje, não consigo escrever dez linhas. Estou na décima, com 77 palavras, e acabo de embatucar, verbo pouco usado que entrou em nosso idioma no ano de 1816.

De memória, lembro que em 1816 a família real portuguesa ainda estava no Brasil, mas não me recordo se dom João ainda era o príncipe regente ou já se assinava João VI pela morte de sua mãe, a rainha dona Maria I, dita a Louca. No Google, basta um clique para saber o dia e o ano em que dona Maria I esticou as reais canelas.

Cês querem saber de uma coisa? Vou parando por aqui. Amanhã, se não resolver o problema da internet, não sei o que será de minha vida. Tenho a tevê com uma porção de canais abertos e pagos, mas a minha capacidade de assimilar notícias tem limites. Notícias ruins, então, arrasam o meu dia. Terminei hoje a releitura de um delicioso livro do Eça. Vou ao leito agarrado a outro volume, A Ilustre Casa. É tempo de eleições. Quero reler a campanha de Gonçalo Mendes Ramires para deputado. Fiquei arrasado com o noticiário sobre aquela bonita loura, Vanessa Felippe, a mais jovem deputada federal, eleita em 1994 com 22 aninhos e 64.822 votos, e seu ex-marido Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Sobrenome raro. Pensei que fosse parente de velho amigo meu, professor da escola de engenharia no Rio, que tinha em seu quarto um acessório que jamais consegui instalar nos meus, pois depende da qualidade da laje do teto.

Antes que o leitor se assuste pensando em acessórios eróticos, devo explicar que se trata de algo indispensável no quarto de cama de todo homem sério: um saco de couro cheio de areia para o sujeito esmurrar quando está com raiva. Resolve 97% dos problemas existenciais e deve ser item obrigatório nos casamentos para permitir que maridos e mulheres descarreguem suas raivas. As lajes inventadas pela moderna engenharia brasileira mal suportam as teias de aranha. Basta dizer que o belo prédio do fórum de Atibaia, construído há 10 anos no próspero município paulista, está caindo.

O mundo é uma bola

3 de setembro de 1189: coroação de Ricardo I da Inglaterra. Nascido em Oxford, dia 8 de setembro de 1157, morreu na francesa Châlus dia 6 de abril de 1199. Foi duque da Normandia, Aquitânia e Gasconha, senhor de Chipre, conde de Anjou, Maine e Nantes e suserano da Bretanha em vários momentos no mesmo período. Era o terceiro filho de Henrique II, rei da Inglaterra, e da rainha Leonor da Aquitânia. O caro e preclaro leitor do grande jornal dos mineiros deve ter ouvido falar de um grande guerreiro e líder militar chamado Ricardo Coração de Leão. Pois fique sabendo que se tratava do menino nascido em Oxford dia 8 de setembro de 1157. Em 1979 nasceu Júlio César, quíper do timeco do Felipão, que conseguiu levar 17 gols na Copa das Copas sem ter culpa em nenhum deles. Hoje é o Dia do Biólogo e o Dia Nacional do Guarda Civil.

Fator Previdenciário - André Luiz Pires de Miranda

Fator Previdenciário
Os candidatos atuais evitam tratar do assunto, mas a aposentadoria por idade mínima é uma questão de tempo
André Luiz Pires de Miranda
Professor da Universidade FUMEC e especialista em
planejamento previdenciário
Estado de Minas: 03/09/2014


Fator Previdenciário (FP) foi criado em 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e tem como finalidade desestimular aposentadorias precoces. Antes da sua criação, ainda no governo FHC, houve uma tentativa de alteração da regra básica de aposentadoria no regime geral do INSS, que não obteve apoio na Câmara dos Deputados. O que se propunha, desde aquele momento, era a mudança da regra de aposentadoria por tempo de contribuição (35 anos para os homens e 30 para as mulheres) para o regime de idade mínima, como já aplicado na maioria dos países. 

Com a negação da proposta de idade mínima, criou-se o Fator Previdenciário, exclusividade do nosso país e que, com o passar do tempo, observou-se que não atendeu à sua proposta inicial. Tem sido relativamente comum, ao completar o tempo de contribuição, as pessoas solicitarem a aposentadoria e continuarem na ativa. Como consequência disso, ao continuar trabalhando, o equivalente ao INSS continua sendo recolhido e em nada irá alterar o valor do benefício da aposentadoria. No entanto, abriu questionamentos quanto à “desaposentação” ou revisão da aposentadoria, que, por enquanto, só é possível por meio da Justiça.

Diversos movimentos e propostas de revisão constitucional têm sido apresentados para acabar com o FP, que, em suma, penaliza a aposentadoria precoce. Em algumas ocasiões, sua extinção foi aprovada pelos deputados, mas vetada pelo presidente Lula e, na última tentativa, pela presidente Dilma Rousseff.

O que se extrai dessas atitudes é que houve uma preocupação de cunho responsável do presidente Fernando Henrique Cardoso ao propor a mudança para o regime de idade mínima, em razão do envelhecimento da população. Também agiram de forma responsável os presidentes Lula e Dilma ao vetar a simples extinção do FP. No entanto, nada foi feito, nos últimos anos, para proteger o sistema previdenciário no futuro, em razão do envelhecimento populacional.
Estudo recente da agência de classificação de riscos Moody’s registra que, até nas economias de alta longevidade, por exemplo, Japão, Alemanha e Itália, ainda há espaço para o aumento do contingente de pessoas acima de 65 anos. O Brasil, que, atualmente, tem 8% da sua população acima dessa faixa etária, terá 13,6% em 2030. Esse envelhecimento e o consequente declínio na força de trabalho serão os principais responsáveis pela desaceleração do crescimento econômico brasileiro no médio prazo.

Em razão do risco (político) associado a essa questão, observa-se que os candidatos às eleições de outubro têm se esquivado quando são abordados quanto ao fim do Fator Previdenciário. Todos os candidatos têm evitado entrar nos detalhes da questão. Pode-se dizer que é uma atitude responsável ao não prometer sua extinção, mas evitam propor alternativas, pois, independente de quais forem, serão propostas antieleitoreiras, portanto evitáveis.

Pode-se concluir, então, que, mesmo que o FP venha a ser extinto, essa não será uma medida unilateral, mas acompanhada por qualquer alternativa que possa substituí-lo e proporcionar maior segurança ao sistema previdenciário brasileiro. Portanto, não tenham esperanças de que, a qualquer momento, ficaremos livres do Fator Previdenciário. A aposentadoria por idade mínima é apenas uma questão de tempo. Só para reforçar o tamanho da responsabilidade quanto à questão, até 2020, sociedades altamente envelhecidas (aquelas com mais de 20% de idosos) serão 13, ante apenas quatro hoje (Alemanha, Japão, Itália e Finlândia). Até 2030, 34 países estarão no grupo dos altamente envelhecidos. E certamente estaremos lá.

COLUNA DO JAECI » Bom recomeço‏

Sei que a torcida não queria Dunga, mas é com ele que tentaremos resgatar nosso futebol. Não conseguiu isso entre 2006 e 2010, mas quem sabe tenha aprendido e mostre algo de novo?

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 03/09/2014



Miami – Tivemos ontem a primeira janela de entrevistas no hotel da Seleção Brasileira. Velhas caras, como Robinho e Ramires. Outras pouco conhecidas, como Ricardo Goulart. Alguns fazendo sucesso na Europa, como Philippe Coutinho e Miranda, que, aliás, poderiam ter feito parte do grupo que fracassou na Copa do Mundo, depois de grande temporada nos seus clubes. Para o técnico anterior, porém, Seleção não era momento, e sim família, e como ela ruiu, ficou desmoralizado. Aliás, companheiros da imprensa colombiana me perguntam o que teria ocorrido na derrota para a Alemanha. Franco, respondi que o problema não foi naquele jogo, mas na Copa inteira. Não há como fugir das perguntas, algumas feitas com certa maldade e sorriso debochado de coleguinhas. Faz parte do jogo. Quem mandou termos Seleção tão ruim como a do Felipão? Vamos pagar esse preço por muito tempo.

A entrevista foi organizada. Hoje, tudo está centralizado pelo coordenador Gilmar Rinaldi, que determina a Luiz Augusto Nunes e Vinícius Rodrigues o que e como deve ser feito. Ainda há dúvidas sobre a marcação de entrevistas etc. Mas nada como anteriormente, quando globais tinham mordomias, principalmente atores, que até treino paravam na Granja Comary. Um passado recente que Dunga e Gilmar não querem ver repetido.

Dei de cara com Dunga na noite de segunda-feira, na porta do elevador. Disse a ele que da minha parte estava tudo zerado, sem ressentimento. Com sorriso discreto, o técnico me apertou a mão e balançou a cabeça concordando. Ao nos reencontrarmos ontem, no elevador, nos demos bom-dia e ainda brinquei que há tempos não via Taffarel e a barba do antigo goleiro estava branca. O treinador riu e desceu no quinto andar para tomar café com o grupo. Torço sempre pelo Brasil e, se Dunga der padrão de jogo ao time, escalar os melhores e modernizar e resgatar o futebol brasileiro, eu elogiarei. Do contrário, criticarei, mas sempre o profissional. Se ele admitiu publicamente que precisava mudar a postura com a imprensa, não custa mudarmos também.

Dito isso, ontem à tarde começou efetivamente a nova era Dunga na Seleção. Gostei de nomes como Miranda, para mim, bem superior a David Luiz, de Philippe Coutinho, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. Também gostei de rever Robinho, que no Brasil joga muito, mas na Europa não foi o que se esperava. Com seu ótimo astral, ele garantiu não estar preocupado com 2018. Para o atacante, o grupo é forte, mas terá de conviver com o fracasso do Mundial de 2014 e superá-lo. Ele diz que sua maior motivação na volta é nunca ter sido campeão mundial.

Teremos de conviver permanentemente com o fantasma dos 7 a 1. Sei que a torcida não queria Dunga, mas é com ele que tentaremos resgatar nosso futebol. Não conseguiu isso entre 2006 e 2010, mas quem sabe tenha aprendido e mostre algo de novo? Acho que não foi boa escolha a Colômbia, de James Rodríguez e novamente com Falcao García, para primeiro adversário. Se não formos testados contra times de qualidade, porém, nunca saberemos em que estágio estamos.

A propósito, será fantástico, menos de dois meses depois da final da Copa, ver Alemanha e Argentina se enfrentando novamente. São esses grandes jogos que movem o futebol e nos encantam.


Veterano
Ricardo Goulart parecia um veterano, dando entrevistas. Ele se portou bem, se saiu melhor ainda nas respostas e parecia estar em casa.


Philippe Coutinho
No momento em que Éverton Ribeiro e Paulo Henrique Ganso estão jogando o fino no Brasil, o armador do Liverpool também ganha chance na Seleção. Para quem não tinha um camisa 10 há dois meses, saber que dois dos melhores estão aqui é bom sinal.


Miranda
Apontado por muitos como injustiçado ao ficar de fora do Mundial, ele elogiou Dunga, que comparou a seu técnico no Atlético de Madrid: o argentino Diego Simeone.