quinta-feira, 14 de agosto de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 14/08/2014



 (Discovery/Divulgação)
Na cozinha

O canal TLC estreia hoje, às 21h30, mais numa produção estrelada por Buddy Valastro (foto), um dos mais respeitados confeiteiros do mundo. Ele agora vai comandar a série Bakery boss, ensinando os donos de confeitarias familiares a administrar seus negócios de forma a evitar que acabem fechando as portas, como tem ocorrido a muitos deles nos Estados Unidos. Segundo Valastro, talento e paixão não bastam para entrar no mercado. É preciso uma boa gestão.

Documentário traça o
perfil de Paulo Francis


Preconceito é o tema de hoje do programa Por que a gente é assim, às 20h, no canal Curta!. Mais tarde, às 21h20, a emissora reprisa o documentário Caro Francis, de Nelson Hoineff, sobre o jornalista Paulo Francis. E às 22h30, vai ao ar a segunda parte de Chomsky e cia., sobre o linguista, filósofo e ativista político americano Noam Chomsky.

No Bio ou no NatGeo, é
tudo muito misterioso


As operações dos Estados Unidos para ocultar notícias sobre avistamento e captura de óvnis (objetos voadores não identificados) estão na pauta de “Governo sombra”, episódio desta noite de Hangar 1, às 21h, no canal Bio. No NatGeo, às 22h30, será exibido o documentário inédito Guardado a sete chaves.

Film&Arts estreia série
sobre os super-heróis


Estreia hoje, às 21h, no Film&Arts, a série Super-heróis: a batalha sem fim, que analisa a forma artística dos protagonistas dos quadrinhos e sua complexa relação com a cultura norte-americana desde o surgimento do Super-Homem, há 76 anos, fenômeno que continua hoje com personagens como o Homem de Ferro e Os Vingadores. Entre os criadores entrevistados está Stan Lee, um dos mestres do gênero.

Space exibe a trilogia
Millennium na íntegra


Uma boa dica do pacote de filmes de hoje é a trilogia Millennium, que o Space exibe, emendando Os homens que não amavam as mulheres (17h35), A menina que brincava com fogo (20h10) e A rainha do castelo de ar (22h30). Outro destaque é a aventura Louca escapada, dirigida por Steven Spielberg em 1974, no ar às 22h, na Cultura. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: Doce amianto, no Canal Brasil; Frida, no Studio Universal; Motores sagrados, no Max; É o fim, na HBO 2; A mulher do açougueiro, no Telecine Touch; A superagente, no Telecine Fun; Terra dos mortos, no MGM; e Donnie Brasco, no TCM. Outras dicas da programação: Incontrolável, às 20h50, no FX; O pagador de promessas, às 21h35, no Arte 1; e 30 minutos ou menos, às 22h35, no Megapix.


CARAS & BOCAS » Para abalar
Simone Castro
Publicação: 14/08/2014


Roberta, personagem de Daniele Suzuki, entra em Malhação para atrapalhar um casamento (Aline Massuca/TV Globo)
Roberta, personagem de Daniele Suzuki, entra em Malhação para atrapalhar um casamento
A atriz Daniele Suzuki, longe da telinha há um tempo, retorna a Malhação (Globo) no papel da sedutora professora de natação Roberta. Uma de suas alunas será Tom Tom (Bianca Vedovato). E um simples relacionamento profissional vai causar muita dor de cabeça ao casal Marcelo (Felipe Camargo) e Delma (Patrícia França), pais da garota. É que Roberta não pensará duas vezes antes de tentar conquistar Marcelo. E sua empreitada será eficiente. Já em sua primeira cena, Dani aparece de maiô nadando na piscina da Aquazen. A boa forma da moça deixa os marmanjos de plantão de boca aberta. Ao site oficial da trama, Daniele, adepta de esportes, entre eles o surfe, e mãe de um menino, comentou que para manter a silhueta impecável renovou seus hábitos alimentares: “Parei de comer carboidratos depois das 18h, parei de comer pão, troquei-o pela tapioca, voltei ao balé, faço ioga.” O retorno da atriz e apresentadora a Malhação vai dar o que falar!

FIQUE POR DENTRO DE
TUDO QUE FOI NOTÍCIA


O Jornal da Alterosa – 1ª edição desta quinta-feira entra no ar às 12h40, com informação atualizada das principais notícias do dia. Acompanhe os fatos registrados na capital e no estado. A apresentação é de Laura Lima.

RAFAEL VAI DESCOBRIR
A VERDADE SOBRE NOIVA


Em Boogie oogie (Globo), Rafael (Marco Pigossi) descobrirá que sua noiva, Vitória (Bianca Bin), não é filha de Fernando (Marco Ricca). Quem vai revelar a notícia bombástica para o piloto será a enfermeira Márcia, personagem de Christiana Guinle. O encontro entre eles será por acaso e quando Rafael perguntar por que ela quer saber onde mora Fernando, ela vai explicar, deixando o rapaz chocado.

O ETERNO BRUXINHO DÁ
ENTREVISTA NO CANAL E!


O ator Daniel Radcliffe, famoso pelo seu bruxinho Harry Potter, é o convidado do programa Coffe break hoje, às 21h30, no canal E! (TV paga). Radcliffe, que iniciou sua carreira profissional aos 10 anos em Harry Potter e a pedra filosofal, contou que nunca se acomodou e buscou outros papéis, novos personagens, se envolveu com teatro e ganhou reconhecimento muito além de seu sucesso comercial com peças como Equus. No ano que vem, por exemplo, estreará Victor Frankenstein, uma nova versão do clássico de Mary Shelley.

JORNALISMO DA GLOBO
É INDICADO AO EMMY


O Jornal nacional e o Fantástico, ambos da Globo, foram indicados ao Emmy internacional, maior premiação da TV mundial, pela cobertura do incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2013. Os programas concorrem juntos na categoria Notícia. O Jornal nacional já ganhou o prêmio na mesma categoria em 2011 com a cobertura do processo de pacificação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. É a décima vez que o noticiário é indicado. A premiação será realizada em 30 de setembro, em Nova York (EUA).

NOVOS REFORÇOS

A badalada série Scandal, exibida no Brasil no canal Sony (TV paga), ganhou dois reforços para a quarta temporada, de acordo com o site TV Line. Trata-se de Mary McCormack e Josh Randall, que viverão um poderoso casal. Outros detalhes sobre os personagens ainda não foram divulgados. A atriz, entre outros trabalhos, participou da séries The West Wing e Murder One, além de ter protagonizado In Plain Sight. No ano passado, Mary atuou na comédia Welcome to the Family, cancelada logo na primeira temporada. Já Josh Randall marcou presença em Drop Dead Diva, Major Crimes, Master of Sex e Legends. Scandal é centrada em Olivia Pope, vivida por Kerry Washington, uma ex-diretora de comunicações da Casa Branca, amante do presidente, que agora controla a firma que leva seu nome e cuida da imagem de pessoas públicas do governo. A próxima temporada de Scandal estreia nos Estados Unidos em 25 de setembro.

VIVA
Carlota (Giulia Gam), que disparou anteontem, em Boogie oogie, a expressão “a tonga da mironga do Kabuletê”, muito usada na época em que se passa a trama e é um xingamento em nagô. Trata-se do nome da música de Vinícius de Moraes e Toquinho, que se juntavam a Monsueto na hora da interpretação.

VAIA
Na mesma trama, não colam as cenas de exercícios físicos como castigo por descumprimento de regras domésticas e escolares impostas pelo militar Elísio, vivido por Daniel Dantas, aos dois filhos adolescentes. É uma atitude tão condenável que nem deveria fazer parte da sinopse da novela. Além de ridícula. 

NA MORAL » Polêmicas na telinha‏

Estado de Minas: 14/08/2014 



Pedro Bial e a atriz Fernanda Montenegro, convidada desta noite de Na moral

 (Alex Carvalho/divulgação)
Pedro Bial e a atriz Fernanda Montenegro, convidada desta noite de Na moral


A terceira temporada de Na moral chega ao fim hoje à noite, com um programa que promete ser a “cereja do bolo”, assegura o apresentador Pedro Bial. A discussão sobre feminismo vai contar com Fernanda Montenegro (que interpretou Simone de Beauvoir no monólogo Viver sem tempos mortos), a cantora Anitta, a escritora e militante feminista Clara Averbuck, o jornalista e escritor Guilherme Fiúza, o cronista Joaquim Ferreira dos Santos, a filósofa Talyta Carvalho (que publicou o artigo “Não devemos nada ao feminismo”) e Djamila Ribeiro, mestranda em filosofia política.

“É o sucesso da temporada. O programa abre com Fernanda Montenegro falando de Simone de Beauvoir e damos a deixa para Anitta entrar, poderosa. Rendeu uma ótima discussão acerca da mulher brasileira e seus caminhos no feminismo e para além dele. A conversa saiu da teoria e se aproximou do cotidiano da brasileira, das questões práticas que ela ainda enfrenta”, destaca Bial.

Na moral, que estreou em julho de 2012 e caminha para a quarta temporada, discutiu temas polêmicos como racismo, privacidade, aborto, pena de morte, preconceito e drogas. “É um programa de debates que veio crescendo graças à demanda do público brasileiro, que deseja de fato ouvir diferentes pontos de vista sobre questões morais numa época às vezes tão confusa, de transformações sociais aceleradas”, afirma Bial.

Desde a segunda temporada, a atração é dirigida por José Lavigne, acostumado a comandar produções ligadas ao humor (Casseta & Planeta, TV Pirata e Dicas de um sedutor). Para ele, a experiência é um desafio e uma oportunidade de se reinventar “aos 50 e poucos anos”. “Encarar algo novo é sempre bom. Mais bacana ainda se for algo que faz a diferença, que tem qualidade e um lugar especial na TV brasileira. Fiz programa de humor a vida inteira e, de repente, estava tratando de temas muito sérios. Apesar de estilos diferentes, as comédias e Na moral têm uma forte característica em comum: a provocação. Eles fazem a diferença, trazendo temas que incomodam e repercutem no dia a dia das pessoas. Cada um no seu estilo, claro. Essa provocação é o que mais me recompensa. Tentamos sempre ir um pouco além dos limites, além do que nos pedem e do que é esperado”, analisa o diretor.

Lavigne diz que Na moral se tornou mais popular. “Na rua e nos comentários das pessoas, sinto que o programa vem se tornando um hábito, e isso é muito recompensador. Estamos realmente atingindo o nosso objetivo: usá-lo como palco de debates”, conclui. (ACB)

Três perguntas para...


Pedro Bial
apresentador

O programa dedicado ao tema “O homem digital” foi ao vivo. Como você avalia essa experiência? Ela vai se repetir?

Foi uma ótima experiência, tiramos algumas boas lições. Pode ser que, na próxima temporada, combinemos trechos ao vivo com partes gravadas, numa interação que alimenta a fogueira do contraditório.

Você teve que lidar com uma saia justa ao vivo. Leu mensagens um pouco ofensivas a você e a Arnaldo Jabor, um dos convidados. Como lidar com isso?

As redes sociais são bastante previsíveis. Sabíamos que os tweets malcriados viriam, isso estava previsto em nosso roteiro. Não foi saia justa foi uma saia rodada...

Em janeiro, você vai apresentar a 15ª edição do Big brother Brasil. O programa ainda tem fôlego depois de tanto tempo no ar? Que motivações tem para fazê-lo?

O fato de o BBB estar na 15ª edição já é uma resposta a essa pergunta. Em primeiro lugar, o que me motiva é o compromisso com os aficionados pelo programa, a capacidade aparentemente inesgotável que o formato tem de surpreender e se renovar.

Vida longa a Jarmusch‏

Amantes eternos, novo filme do diretor americano, confirma sua vocação para contar histórias com ironia e humor refinado. Vampiros outsiders criticam a sociedade atual e apostam no amor


Gracie Santos
Estado de Minas: 14/08/2014



Tilda Swinton é Eve e Tom Hiddleston, Adam em Amantes eternos, longa do diretor americano Jim Jarmusch (Paris Filmes/Divulgação)
Tilda Swinton é Eve e Tom Hiddleston, Adam em Amantes eternos, longa do diretor americano Jim Jarmusch

Vampiro erudito é outra coisa. Em vez de muito pancake, voos mirabolantes e dentes afiados atrás de um pescoço desatento, classe, muita classe. Além, claro, de cultura, bagagem burilada em séculos e séculos de boas leituras e (con)vivências. E é exatamente toda essa, digamos, experiência de vida que deixa Eve (Tilda Swinton, atriz britânica) e Adam (Tom Hiddleston, ator inglês), personagens de Amantes eternos, novo filme de Jim Jarmusch (Flores raras, Estranhos no paraíso e Daunbailó), entediados e decepcionados com a humanidade (ou zumbis, como preferem).

O casal apaixonado acompanhou a evolução dos tempos e se adequou ao século 21. Voa de primeira classe, bebe sangue em garrafinhas de uísque e até encontra uma maneira de evitar “produtos” contaminados. Outsiders e apaixonados, os dois se dividem entre Tânger (Norte do Marrocos) e Detroit (Michigan, EUA), alimentando suas paixões (literatura e música, respectivamente) durante sua longa existência.

Amantes eternos é impecável em todos os aspectos, da primeira à última cena, da caracterização dos atores (e interpretações) às locações e cenários, passando por diálogos mordazes e ironia fina – piadinhas envolvendo questões ambientais e de comportamento surgem em momentos mais que oportunos.

Amarrando a trama está um dos pontos marcantes do filme: a trilha sonora (que faturou prêmio em Cannes, onde foi exibido no ano passado). Logo na primeira cena, a música dá sinais de que marcará presença na história que se passará a seguir. Numa vitrola (isso mesmo, eles evoluíram mas preservaram belas raridades), ouve-se a impactante e apaixonada Funnel of love, que fala de joelhos fracos e cabeças girando no inevitável funil do amor.

A canção, lançada nos anos 1960 por Wanda Jackson, cantora e guitarrista norte-americana que foi uma das pioneiras do rockabilly, é apenas uma das preciosidades sonoras do filme em que Jarmusch faz sua maior declaração de amor pela guitarra. Em cena, um verdadeiro desfile de modelos colecionados por Adam, o romântico guittar vampire.

Jarmusch, de 61 anos, é guitarrista desde os anos 1970. Tem um trio formado em 2009, o SQÜRL (com Carter Logan e Shane Stoneback) e é o próprio grupo que interpreta Funnel of love ao lado da vocalista da banda Cults, Madelline Follin. A trilha sonora arrasa-quarteirão de Amantes eternos é assinada pelo trio e pelo músico Jozef van Wissem, alemão que Jarmusch conheceu em 2006, em Nova York, e que se destaca pelo trabalho minimalista. Outro bom momento é a “canja” da cantora libanesa Yasmine Handam, radicada em Paris, que, segundo Adam, “é muito boa e, por isso mesmo, nunca fará sucesso”.

Casal original A fina ironia que atravessa a trama está em cena como se quisesse confirmar a todo o tempo que a existência seria trágica, não fosse cômica. Adam desdenha a raça humana, incapaz de distinguir o bom do ruim; critica o fato de cientistas importantes terem sido incompreendidos em suas épocas, e muitos ainda insistirem em duvidar, até hoje, de Darwin. E, afinal, não deve ser uma simples coincidência o fato de o casal central se chamar justamente Adão e Eva. Muito interessante é o fato de o amor dos dois se sustentar exatamente em suas diferenças: ele é soturno e romântico, ela vivaz e determinada. É “Eva” quem constantemente puxa “Adão” e o convence de que a vida, apesar de todos os enganos que os zumbis vêm cometendo durante todos esses séculos, vale a pena.

O contraponto “jovem” do filme de poucos personagens (e atores de todo o planeta) vem com Ava (Mia Wasikowska, atriz australiana), irmã de Eve, e Ian (Anton Yelchin, ator russo), o fornecedor dos objetos raros que Adam coleciona. No outro extremo está o veteraníssimo dramaturgo Christopher Marlowe (John Hurt, ator britânico). Outsider como Eve e Adam e o próprio Jarmusch, Marlowe é autor dos chamados versos brancos, estrutura que acabou sendo empregada por Shakespeare. O poeta e tradutor inglês viveu no período elisabetano, mas, como se pode ver, sob o olhar de Jarmusch ganhou vida longa como mais um vampiro erudito.

Amantes eternos ou Only lovers left alive, em tradução literal “só apaixonados sobreviverão”, é obra de conteúdo extenso, rara profundidade exposta em tom de brincadeira, que provoca e permite variadas leituras, divertidas (apenas) e/ou surpreendentes. Tem ritmo lento como é longa também a vida dos personagens, sem a urgência da sociedade contemporânea. E propõe uma pausa de bom gosto em meio a tantas versões fakes, datadas e sem graça de histórias sobre vampiros.

Eduardo Almeida Reis - Pot-pourri‏

Pot-pourri
 
Depois do banho, no espelho, descobriu que o corte dos seus lindos cabelos passou a merecer a tacha de porco-espinho. Em francês, cheveux en brosse, o negócio fica chique e volta ao normal em dois meses


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 14/08/2014



Entre os legados da Copa, há que destacar a ênfase dada ao crime de cambismo, que deve ter sido inventado pelo Estatuto do Torcedor, e ao hino a capela, da expressão italiana a capella, que teve origem no canto gregoriano, dispensando o auxílio do órgão e de qualquer outro instrumento, executado apelas pelas vozes dos monges que formavam o grupo chamado schola cantorum (copiei do Google).

Terminado o torneiro internacional, tivemos notícia de que a polícia paulista prendeu, entre outros, um cavalheiro que exercia as funções de gestor das finanças do tráfico de drogas em São Paulo. O gestor das finanças do tráfico circulava a bordo de um Porsche de R$ 400 mil e tinha vários outros veículos de luxo. Com ele, foi encontrada a contabilidade da gestão das finanças do tráfico, em que há indícios de remuneração mensal a policiais corruptos.

Claro que deve ser verdade. Se há corrupção comprovada entre engenheiros diretores da Petrobras, no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em outros Tribunais de Contas, de Justiça, ministérios, jornalismo, parlamentos, governos estaduais – só uma coisa é certa: onde há dinheiro, há corrupção.

A destacar, pensa o philosopho, o delicioso título: gestor das finanças do tráfico. De mesmo passo em que é preciso comentar o laço da gravata do ministro do Esporte, o alagoano José Aldo Rebelo Figueiredo (Viçosa, 1956), na reunião de 15 ministros com a presidente Rousseff para avaliar a Copa das Copas.

Comuna e purista, se José Aldo faz parte de um ministério e vai a uma reunião em que todos os ministros estão engravatados, penso que deve fechar o colarinho de sua camisa e ajeitar o nó sob o colarinho fechado. Colarinho aberto e nó cá embaixo desrespeitam o cargo que ocupa, os colegas, a reunião e a presidente que o nomeou para substituir outro ministro inacreditável, salvo engano (minha internet caiu) aquele Orlando comprador bolinhos de R$ 8 com o cartão de crédito corporativo (a internet continua fora do ar).

Tancredo de Almeida Neves tinha um irmão, general médico, que não perdia as tardes dos sábados e domingos no Jockey que frequentei. Sentava-se no mesmo ponto do mesmo banco da tribuna social, de terno e gravata, com a seguinte originalidade: não dava o nó na tira de pano usada em volta do pescoço, sob o colarinho, geralmente atada em nó ou laço na frente. “Geralmente” corre por minha conta, porque o general médico usava a gravata em volta do pescoço, sob o colarinho, e não dava o laço, descendo com a tira de pano sem nó ou laço.

Outro irmão seu, também são-joanense, Paulo de Almeida Neves, solteirão, meu amigo, nunca dispensou uma pérola na gravata em que sempre dava o nó, não perdia as tardes no Jockey e passou desta para a pior com as credenciais de ter sido um dos maiores namoradores da história do Brasil. A internet voltou e o Google tem diversas fotos de Paulo de Almeida Neves, nenhuma do Don Juan são-joanense.


Porco-espinho
Com a criminalização da caça, tem sido comum o aparecimento de ouriços-cacheiros no interior das casas rurais da Zona da Mata mineira. Como sabem todos aqueles que vivem consultando o Houaiss, os porcos-espinhos são roedores da família dos eretizontídeos, com cerca de 10 espécies encontradas dos EUA à Argentina e na Europa, dotados de pelos modificados em espinhos, membros curtos, dedos com grandes garras curvas e cauda, que pode ser curta e não preênsil ou longa e preênsil.

Novidade absoluta, não só nas Américas como na Europa, foi o aparecimento de um porco-espinho no espelho do banheiro de um prédio mineiro, fenômeno que merece explicação. Bigodes crescem. Na falta de mais importantes quefazeres, um amigo nosso deixou crescer os bigodes dos quais se livrara havia mais de um ano. Bigodes brancos nos conformes de sua avançada idade.

Sem saber como aparar a bigodelha, chamou o barbeiro muitos dias antes do prazo para cortar os cabelos de sua bela juba. Já que o profissional estava em domicílio, aproveitou para cortar os cabelos e as sobrancelhas, que andavam muito compridas. Depois do banho, no espelho, descobriu que o corte dos seus lindos cabelos passou a merecer a tacha de porco-espinho. Em francês, cheveux en brosse, o negócio fica chique e volta ao normal em dois meses.


O mundo é uma bola
14 de agosto de 1385: Batalha de Aljubarrota entre as tropas portuguesas comandadas por João I, obviamente de Portugal, e castelhanas sob o comando de Juan I, obviamente de Castela. A vitória de João sobre Juan garante a independência de Portugal e põe fim à crise de 1383-1385. Destacou-se na batalha o condestável Nuno Álvares Pereira, que matou espanhóis a montões e foi canonizado em abril de 2009.

Considerado o maior guerreiro português de todos os tempos, o gênio militar foi elogiado por Luís de Camões 14 vezes em Os Lusíadas: “Ditosa pátria que tal filho teve”, “Nuno fero”, “forte Nuno”, hoje Santo Condestável.


Ruminanças

“Preserve-nos Deus também dos santos. Muito frequentemente eles têm sido uma provação para a Igreja antes de se tornarem sua glória” (Georges Bernanos, 1888-1948).

Para espantar o pânico‏

Para espantar o pânico 
 
App para smartphone criado por professor e aluno da PUC Betim e que permite localizar com exatidão usuário cadastrado pode se tornar arma da PM contra sequestros-relâmpagos

Silas Scalioni
Estado de Minas: 14/08/2014


De um trabalho de monografia do curso de sistemas de informação da PUC Minas, unidade Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nasceu um aplicativo para se tornar um importante aliado contra o crime de sequestro. O programa de geolocalização para smartphones permite identificar, compartilhar endereços e posições geográficas de contatos salvos no aparelho, é gratuito e está disponível para download para equipamentos Android na Google Play Store, com previsão para ser baixado para dispositivos iOS (da Apple) na iPlace em breve, como também de editar versões para inglês e espanhol.

O nome do programa é sugestivo: Oncoto?, e surgiu como parte de resposta à tradicional e mineiríssima pergunta “oncetá?” (onde você está?), tendo sido concebido justamente por causa de um sequestro. “Pensei, inicialmente, apenas conseguir uma solução mais imediata para tais crimes, logo depois que minha mulher, grávida, ao lado da minha filha de 2 anos, foi sequestrada, em outubro do ano passado. Na ocasião, encontrei muita dificuldade para acionar a Polícia Militar (PM) e identificar onde minha esposa poderia estar”, conta o professor Sandro Laudares. Foi então que conversou com Elton Fernandes Alves, aluno que também tinha vontade de desenvolver algo semelhante, propondo que ele criasse como trabalho de monografia o que chamou de um sistema de geolocalização e pânico. O programa resume-se em mostrar um botão Pânico que, ao ser acionado, indica, por meio do GPS do celular, a localização da pessoa, enviando as informações por SMS ou para o e-mail de uma lista de usuários cadastrados.

Em fevereiro, os dois começaram a introduzir novos recursos ao aplicativo, como lista de convidados, compartilhamento de endereços e posições geográficas dos contatos, visualização de distâncias, entre outros, originando, então, o app na forma como é hoje e com o atual nome. “O Oncoto? passou a ser conhecido e, em um mês, já chegou a 10 mil usuários cadastrados. E passou a se tornar uma possibilidade de ajuda à polícia no socorro a pessoas em perigo”, diz ele, revelando que um tenente da PM, aluno de doutorado em geografia pela PUC Betim, se entusiasmou com o aplicativo e pretende implantá-lo no programa Rede de Vizinhos Protegidos. “Assim, se alguém em perigo acionar o botão Pânico do app, uma mensagem será enviada também aos sistemas da PM, fornecendo a localização do usuário em tempo real”, explica.


ALTERNATIVASAgora, segundo o professor, a dupla estuda o desenvolvimento de alternativas para serem introduzidas no aplicativo, como um teclado de atalho para o botão Pânico (como pressionar uma tecla por alguns segundos, o que facilitaria o acesso sem os marginais notarem) e comandos por voz. O programa, desenvolvido na linguagem Java, utilizando-se da solução Web Service, é útil também para outras situações, como acompanhar filhos e saber onde eles estão e a distância para se chegar até eles, se necessário; monitorar equipe de trabalho de empresas que não têm condições de pagar por serviços de rastreamentos; e ajudar pessoas perdidas ou em situações difíceis, como com defeitos em carros. Todos os usuários cadastrados estão armazenados em nuvem por um servidor do data center Locaweb, o que propicia ao programa ter um número ilimitado de usuários.

O programa utiliza os serviços do Google Maps, o que permite localizar pessoas no mundo inteiro. Para baixar o app, basta entrar na loja virtual da Google, digitar Oncoto? e fazer o download. O endereço é https://play.google.com/store.

Pequenos gigantes

As cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas já representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 1985, eram 21%


Luiz Barretto
Presidente do Sebrae Nacional
Estado de Minas: 14/08/2014



Ninguém precisa ser empresário para saber da enorme concorrência que existe no mercado. A globalização trouxe para a realidade local o acesso a produtos e serviços de vários países e estimulou um forte processo de fusões empresariais. Competir contra grandes corporações é um desafio, em especial para micro e pequenas empresas. Assim, é uma boa surpresa a revelação de que pequenos negócios ganharam mais espaço na produção de riqueza do Brasil. 

Isso foi o que constatou pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getulio Vargas (FGV), usando a mesma metodologia do IBGE. Os pequenos negócios – aqueles que faturam até R$ 3,6 milhões por ano – já respondem por mais de um quarto de toda a riqueza produzida no Brasil. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 1985, representavam 21%. 

Essa evolução é importante por várias razões, em especial em uma conjuntura marcada por crescimento econômico em menor ritmo. A última década marcou o ingresso de cerca de 40 milhões de pessoas na classe média. As políticas públicas que estimulam a ascensão social têm sido eficientes: em 10 anos, a renda dos 10% mais pobres subiu cinco vezes mais do que a dos 10% mais ricos no país. 

 Se a renda aumenta, cresce também a capacidade de consumo, o que é um ótimo estimulador da economia. Os pequenos negócios podem contribuir mais para a economia brasileira. Um crescimento mais significativo do PIB, como um todo, não depende apenas das grandes empresas, em especial em um país como o nosso, onde a quase totalidade dos negócios (99%) corresponde a micro e pequenas empresas.

 Mas isso não acontecerá por inércia e muito menos por sorte. A forma de aumentar a participação de pequenos negócios no PIB brasileiro é com muita capacitação. O primeiro aspecto fundamental é conhecer o mercado. Uma ideia pode ser genial no papel, mas é preciso testar o interesse do público em adquirir o produto ou serviço que a empresa pretende comercializar.

 Depois disso, há outros quesitos importantes da gestão. Alguém consegue imaginar um dono de mercadinho que não tenha noção quanto aos produtos estocados? Uma cantina de colégio que não se prepare em vista das férias escolares? Planejamento é essencial, assim como o controle do fluxo de caixa, a profissionalização da gestão, a inovação, a adoção de práticas sustentáveis. 

 Boas práticas de gestão são decisivas diante de uma concorrência cada vez mais acirrada. Os consumidores sempre surgem com novas demandas, com base não só no que compraram na cidade onde vivem, como também no que experimentaram em viagens a outras cidades e outros países.
 O aumento de renda viabiliza mais viagens, sem falar do imenso acesso à informação que todos têm graças à internet. Novos produtos e serviços são lançados o tempo inteiro e a fartura de opções torna mais complexo o processo de decisão do consumidor. 

 Com mais qualificação, as empresas têm maior chance de prosperar no longo prazo. Nossa economia precisa de negócios sustentáveis, que continuem gerando emprego e renda em todas as regiões do país. 

 No Brasil, as micro e pequenas empresas tiveram um incentivo recente, com a ampliação do Supersimples para todas as categorias de serviços antes excluídas do regime especial de tributação. Um ambiente legal, com menos burocracia e menos impostos, aliado à capacitação da gestão nos pequenos negócios, tem tudo para fomentar o aumento da participação dos pequenos negócios no PIB brasileiro – e esse cenário interessa a todos.

O mundo se encontra na cozinha - Marcos Luiz

O mundo se encontra na cozinha

Marcos Luiz
Chef de cozinha
Estado de Minas: 14/08/2014


A gastronomia é uma das áreas que mais possibilita miscelânea cultural, social, econômica e étnica. Não há maior democracia que a mesa. A integração do melhor de cada lugar, região ou país transforma a culinária em algo ainda mais criativo e, claro, delicioso. Aliar fatores globais é um hábito nas cozinhas de Minas, considerada uma das mais ricas e completas, ainda que isso seja feito de maneira despretensiosa e não intencional. A compreensão da gastronomia como um elemento conectivo é fundamental para entender as peculiaridades regionais e transformar essas diferenças em itens de impulsão e desenvolvimento comunitário. É válido frisar que gastronomia não se restringe aos renomados chefs europeus e, muito menos, à comida. Gastronomia engloba os hábitos de cada família, a relação que cada pessoa tem com o gesto de se alimentar e a oferta de produtos em cada região. Assim como as carnes de caça estão para os espanhóis e para os países colonizados por esse povo, o saudável e criativo hábito de reaproveitar os alimentos está para os brasileiros. Feijoada, rabada e cozidos são alguns exemplos. Não há nenhum demérito nisso. Se, por um lado, as cortes europeias eram marcadas pelos banquetes, por outro, parte dos primeiros brasileiros aprendeu desde cedo o valor de cada alimento, uma vez que os costumes foram adaptados à distância geográfica dos demais continentes e à proximidade com os trópicos. As formas alternativas de uso evoluíram com o tempo e, hoje, são consideradas tipo exportação. 

Em um país de dimensões continentais há ainda as contribuições indígenas, farroupilhas e, claro, portuguesas, cada uma desempenhando igualitariamente papel fundamental na construção cultural de nossas cozinhas. As influências de clima e relevo também colaboraram para que essa identidade fosse desenvolvida. Em terra em que se plantando tudo dá, não há como negar as particularidades de cada território gastronômico. No Norte, vemos o uso abundante de receitas unindo os peixes de água doce e raízes; no Nordeste, há prevalência dos alimentos ligados ao mar; no Sul, têm-se hábitos herdados dos hermanos, como a parrilla; e no Centro-Oeste, há influência pantaneira. A rica mistura de todos os elementos no Sudeste é apenas uma pequena amostra disso. Em Minas, ressaltam-se os tradicionais fogões a lenha e a hospitalidade característica. Vale o recado para os desavisados: não há ofensa maior do que rejeitar um café com pão de queijo.

Como se não bastasse, há espaço ainda para as contribuições mundiais. O intercâmbio gastronômico entre países revela a flexibilidade dos paladares e deixa espaço para a criatividade. Se a Ásia nos presenteou com a cana-de-açúcar, por que não transformar o que era só para alimento animal em uma fonte de renda por meio da fabricação de combustível, e claro, das transformações em melado, caldo, rapadura e aguardente? Ainda há espaço para o artesanato do bagaço, para a fabricação de maquinário necessário à coleta do produto e para as pesquisas de desenvolvimento de espécies mais adequadas ao clima tropical. 

Gastronomia vai além da mesa. Não se restringe às cozinhas e nem à hora da fome. Até a culinária mais simples é artigo de luxo e deve ser encarada como apenas uma faceta das realidades sociais. A compreensão desse processo significa colaborar para o amadurecimento intelectual do setor e, claro, se deliciar com muito mais informação, nos pratos e na memória.

Coordenação e aptidão física‏

Coordenação e aptidão física
A infância é o período ideal para se desenvolver a capacidade motora

Tiago Matos
Professor de educação física
Estado de Minas: 14/08/2014


Você já parou para pensar na importância das atividades físicas e motoras para a infância? A prática regular e contínua de diversas atividades gera benefícios para indivíduos de qualquer idade e ainda previne doenças como hipertensão, obesidade e diabetes, entre outras. No caso das crianças, a atividade física auxilia também na coordenação motora, já que é durante essa fase que se tem a idade ideal para desenvolver os movimentos básicos como andar, saltar, chutar, quicar e rolar. Isso acontece de tal forma que, caso não seja bem trabalhado, posteriormente, será muito mais difícil atingir bons resultados. Vale ressaltar que qualquer criança nasce com a capacidade de se movimentar e vai se aprimorando, dependendo da quantidade e qualidade dos estímulos que recebe do ambiente. Um pai que rola a bola sempre para o pé esquerdo da criança acaba fazendo com que ela crie força e habilidade de chute apenas no pé esquerdo, sentindo dificuldades ao ter que usar o pé direito. É na infância que se deve trabalhar a maior gama de movimentos possíveis e não focar apenas no que é comum. A partir dos 4 anos, as atividades físicas e motoras já podem ser trabalhadas, tanto dentro das escolas, por meio das aulas de educação física, e pela própria família, ao estimular brincadeiras que explorem o próprio corpo da criança, quanto em qualquer outro ambiente. Com 6 a 7 anos, a criança já pode ser direcionada para um esporte específico por aptidão ou por gosto, lembrando que para alguns esportes, como natação e ginástica, tal iniciação se dá um pouco mais cedo. Como a educação física é uma atividade curricular na educação infantil, é importante que os pais fiquem atentos às atividades que seus filhos fazem nessa idade. 

Cientes da importância de se trabalhar a coordenação motora nessa fase, algumas escolas estão implantando cursos básicos de esportes para incentivar a coordenação e a aptidão pela atividade física, que pode surgir naturalmente, ou ser estimulada desde a infância. Os cursos abordam o aspecto educacional da atividade física e têm como objetivo fazer com que as crianças vivenciem os movimentos e conheçam várias modalidades de esporte. Eles são importantes por definir as atividades de acordo com a idade das crianças, já que cada fase tem uma determinada necessidade física e motora específica. Quando o curso chega ao fim, a criança tem a oportunidade de optar por dar continuidade em um esporte que mais lhe interessar.

É importante aproveitar ao máximo tanto a infância quanto a adolescência, praticando esporte ou alguma atividade física. São várias as opções e, com certeza, uma delas será do interesse e gosto da criança. É necessário exercitar, seja aproveitando as aulas de educação física da escola, ou brincando com os colegas. Existem diversas formas de explorar o potencial do corpo para que a criança se torne uma pessoa bem coordenada. O público infantil deve aproveitar todos os benefícios que a atividade física pode proporcionar. Já os pais, precisam ficar atentos ao matricular os filhos numa escola de esporte, seja qual for a modalidade, para que o foco do trabalho não seja apenas técnico.