segunda-feira, 18 de agosto de 2014

PSDB questionará preparo e capacidade de gestão de Marina


Por Fernando Taquari, Marcos de Moura e Souza e Raquel Ulhôa | De São Paulo, Belo Horizonte e Brasília

Pedro Ladeira/FolhapressDepois de participar com Dilma do velório, Aécio evitou a presidente na saída do Palácio Campo das Princesas
Na campanha do candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), um argumento já está pronto para ser usado contra a ex-senadora Marina Silva (PSB). O alvo é capacidade e a experiência da futura candidata como gestora e seu preparo para discutir temas econômicos com profundidade. O que os tucanos dirão é que Marina não está suficientemente habilitada em nenhuma dessas áreas.
Na campanha tucana, uma avaliação feita com base nas sondagens internas que o PSDB vem fazendo é que Marina aparecerá na próxima pesquisa de intenção de voto beirando os 15% de intenção de voto. Campos estava com 8% e Aécio, pouco acima dos 20%. Governador por duas vezes de Minas Gerais (de 2003 a 2010), o tucano tem se apresentado nas andanças pelo país como um gestor experiente e bem sucedido em seu Estado.
No núcleo da campanha presidencial do PSDB, a avaliação é que a capacidade de gestão será um dos temas importantes da campanha deste ano e que esse também era o discurso do candidato pelo PSB, Eduardo Campos, morto na semana passada. Uma das críticas que Aécio e Campos vinham fazendo contra a presidente Dilma Rousseff (PT) é que ela falha no quesito gestão e que isso se reflete, por exemplo, na lentidão de algumas obras.
"Não vemos a Marina entrando nesse assunto porque não é um assunto que ela domina", disse um integrante da campanha de Aécio. "Ela não tem ideias inovadoras nem experiência para mostrar nessa área", acrescentou. Os tucanos também se preparam para minar a imagem de Marina colocando em xeque seu preparo para lidar com a economia.
O mesmo integrante da campanha desdenhou da capacidade da candidata de entrar num debate mais aprofundado sobre como recuperar o ritmo da indústria, sobre como lidar com inflação, sobre crescimento da economia e questões relacionadas à Organização Mundial do Comércio. Não há, por ora, ajustes previstos nos primeiros programas do horário eleitoral do tucano com a confirmação da candidatura de Marina. Mas as críticas a ela estão prontas para entrarem em campo na campanha tucana.
Ontem, Aécio procurou mostrar identidade entre as propostas defendidas por sua campanha e as do ex-governador pernambucano, morto em um acidente aéreo na quarta-feira. Pouco depois de ir ao velório de Campos e participar da missa de corpo presente, no Recife, o tucano previu que "ficará clara" a convergência entre suas ideias e as do então candidato do PSB.
"Não tenho dúvida de que muitas de suas preocupações e de seus sonhos são as nossas preocupações, não só as minhas, mas de milhões de brasileiros. São também os nossos sonhos", afirmou Aécio, referindo-se a Campos. "Nunca tive dúvida de que nós nos encontraríamos em algum momento na construção de um projeto de país", declarou.
Aécio chegou atrasado à missa campal no Palácio do Campo das Princesas. Durante a homenagem, o tucano cumprimentou Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina. No fim da missa, saiu do pátio interno da sede do governo de Pernambuco ao mesmo tempo que Lula e Dilma, mas evitou os petistas.

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Uma substituição sem transparência - Renato Janine Ribeiro

Valor Econômico 18/08/2014

A nova candidatura socialista deveria ter sido discutida com transparência, não apenas entre os políticos.


A morte de Eduardo Campos foi um choque tremendo. Ele se une, em nossa história, àqueles poucos políticos que morreram no poder ou perto dele. Temos também Getúlio Vargas, em 1954, e Tancredo Neves, em 1985. Nos três casos, o estupor foi generalizado. A morte de Getúlio mudou a conjuntura política, transformando-o de canalha em mártir e retardando o golpe militar por dez anos. A morte de Tancredo iniciou a Nova República com uma decepção e um deságio em relação ao que se esperava.

Eduardo Campos não era presidente e dificilmente ganharia esta eleição, mas parecia quase inevitável que vencesse uma das próximas. Talvez pudesse desatar um nó grave de nossa política, associando a preocupação política à eficiência na gestão. Ninguém ocupará seu lugar, sua liderança. Esse papel, que seria decisivo para o que chamo a "quarta agenda democrática" - a da qualidade na educação, saúde, segurança e transporte públicos - ficou vago, talvez por longos anos.

Desta vez, porém, o Brasil não ficou órfão. O estupor talvez tenha sido maior que o próprio pranto. Sua morte chocou pelo absurdo, tão jovem, tão promissor que era. O Brasil se uniu em ampla solidariedade à viúva e à família, mas não houve as cenas de desespero que, sessenta anos atrás, marcaram o funeral de Getúlio Vargas. Um filme como "O mundo em que Getúlio viveu" (1963, estreou em 1976), de Jorge Ileli, mostra a tristeza, o desamparo, de milhares de pobres que nele investiam suas esperanças. Já a morte de Tancredo Neves, trinta anos depois de Getúlio, trinta anos antes de Eduardo, causou uma comoção nacional, simbolizou a dificuldade de passar da ditadura à democracia, mas nem por isso nos converteu em órfãos. Fomos, sim, interpelados pela necessidade de construir a democracia - a melhor que já tivemos - sem um pai, sem uma figura de autoridade que nos dispensasse de efetuar nossas escolhas. A trágica morte de Campos, num mês despovoado pela partida de grandes e admirados nomes, teve efeito mais político que simbólico. É possível que não nos sintamos mais órfãos, porque não nos portamos mais como filhos dos políticos. O que não reduz, em nada, o sofrimento dos entes queridos, nem nossa perda de um político de perfil único e que, como afirmei acima, na tarefa que poderia cumprir não tem sucessor.


***
Mas Eduardo terá uma sucessora na disputa pela presidência. Muito ainda terá de ser dito a respeito. O óbvio é: o PSB não tem ninguém como Marina para substituir Eduardo e, se escolher outro nome, em vez de disputar com Aécio e talvez com Dilma, medirá forças só com o pastor do PSC; mas Marina pouco ou nada tem a ver com o PSB, o que torna esquisito esse partido ungi-la. Enquanto escrevo, ainda não há anúncio oficial. Contudo, por isso mesmo, quero comentar a falta de transparência no processo de escolha.

Políticos tendem a tratar os eleitores como crianças

O momento inicial foi de choque. No primeiro dia, só pensei no caráter vão das ambições humanas. Não me saía da cabeça que, não fosse ele candidato, sua família ainda o teria. (Mas é claro que sua vocação era o poder, de modo que esta questão não se punha). Pensei também na necessidade de baixar o clima de ódio que toma conta do país: quem somos nós, diante da parca cruel, que ceifa vidas como quem corta barbante? A morte, destino inevitável, deve conter um pouco a paixão da disputa. Não é à toa que se celebram funerais. Não é à toa que no Brasil é feio falar mal de mortos. São sinais de respeito, que prezo.

Porém, enquanto os políticos próximos a Eduardo falavam em só discutir sua sucessão após o enterro ou o luto, o que eles mais faziam era debatê-la e acertá-la, a portas fechadas. Um dia depois, os cinco partidos aliados ao PSB já propunham Marina - que, só ela, parece ter respeitado o luto. Um pouco mais, e a própria família endossava seu nome. Já o PSB discutia, entre sua ala mais à esquerda e a mais à direita, e certamente negociava com a Rede, esse hóspede promovido a possível dono de uma casa que deveria depois abandonar. Foi a imprensa que nos permitiu saber disso. Se déssemos crédito ao que os políticos ligados ao PSB e à Rede nos diziam, estaríamos mal servidos de informação.

Não é esse um mau início? Os analistas políticos debateram o assunto, na mídia assim como nas redes sociais. Quase sempre ouviam uma advertência: que coisa feia, discutir a herança com a morte ainda no ar. Mas está aqui um dos maiores vícios brasileiros no que tange à política: o interdito da fala pública. No caso, o debate franco foi suspenso em nome de argumentos supostamente morais. Em nome de um luto que os principais interessados não respeitaram, os atores da decisão não deram satisfação aos eleitores. Não expuseram à sociedade os dilemas, as possíveis opções, que seriam uma candidatura Marina, a substituição de seu nome por outro do PSB ou mesmo de um partido coligado, a desistência de concorrer, a coligação com Aécio ou Dilma... Tenho certeza de que exigiria muita coragem fazer essas considerações, esses cálculos em público. Quem o fez, em nome do conhecimento, foi criticado; quem o fizesse, podendo decidir, seria crucificado. Mas não é hora de acabar com essa detestável hipocrisia que nos atrasa? A Bolsa reage, o mercado se socorre discretamente de analistas especializados, os políticos negociam - por que somente a sociedade deveria se calar, por que só ela deveria respeitar o luto, quando justamente é o seu destino que os atores resolvem?

Então, crescemos porque não precisamos mais de pai, mas somos tratados como crianças pelos atores políticos. Não dá.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. 
E-mail: rjanine@usp.br





Eduardo Almeida Reis - Paraíso‏

Para sair das casas aquecidas as pessoas usam meias, ceroulas e camisas térmicas, botas e casacos de peles de animais abatidos por lá

Eduardo Almeida Reis
Estado de MInas: 18/08/2014



Três vezes recebi, três vezes repassei para a lista genteamiga a reportagem de Shaun Walker sobre Yakutsk, provando que existe cidade mais fria do que Juiz de Fora, MG. Fica na Sibéria Oriental, a seis fusos horários de Moscou e seis horas de voo num jato Tupolev. No mês de janeiro, a temperatura média é de 40ºC negativos. Para sair das casas aquecidas as pessoas usam meias, ceroulas e camisas térmicas, botas e casacos de peles de animais abatidos por lá, para horror dos ambientalistas residentes em Fortaleza, CE.

O jornalista do The Independent, com todos os agasalhos recomendados, saiu do hotel aquecido e em 13 minutos suas orelhas começaram a pingar e as pernas “sucumbiram”. Voltou ao hotel e levou um tempão para se recuperar, informando que o corpo inteiro começa a coçar. O vidro do seu relógio não quebrou porque estava protegido pelas roupas. A 50ºC negativos suspendem as obras da construção civil porque os metais se tornam quebradiços. Fecham também os jardins de infância, mas as outras escolas só suspendem as aulas quando a temperatura baixa dos 55ºC negativos.

Ouro e diamantes abundam na região. A cidade tem hotéis, cinemas, ópera, universidade, jardim zoológico e a inevitável entrega domiciliar de pizzas. A cidade de Xanxerê, SC, entrou para o RankBrasil pelo recorde de menor temperatura registrada por órgão oficial. No dia 20 de julho de 1953, o Instituto Nacional de Meteorologia, Inmet, vinculado ao Ministério da Agricultura, registrou no município 11,1ºC negativos. Urubici, SC, já registrou 17ºC negativos, mas em termômetros não oficiais. Em Yakutsk, 11 abaixo de zero deve ser a temperatura no verão. Há 200 mil malucos residentes naquele paraíso da imbecilidade humana.


Pedofilia
Manchete do provedor Terra no dia 16 de julho: “Megaoperação britânica prende 600 por pedofilia”. Nas tevês, o número aumentou para 660. Tradução: a polícia britânica prendeu um tiquinho, uma dx dos pedófilos que circulam por lá, e dx (derivada de x) significa uma porção infinitesimal de x e também indica que a sua integral será com base nessa variável (x). Todo e qualquer país que prenda pedófilos engaiolará uma dx dos existentes. Como explicar a perversão que leva um indivíduo adulto a ser sexualmente atraído por crianças?

É perversão inexplicável, mas existe e é universal. Vou às obras completas de Freud, edição eletrônica, escrevo pedofilia e o programa informa: palavra não encontrada. Mas a Wikipédia tem e nos diz que a pedofilia, também chamada de paedophilia erotica ou pedosexualidade, é a perversão na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes, ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade ou no início da puberdade.

A pedofilia faz parte de um grupo de preferências sexuais chamado cronofilia, junto a nepiofilia, hebefilia, efebofilia, teleiofilia e gerontofilia. Animadora, nessa lista, somente a gerontofilia, atração sexual por pessoas de idade avançada, que embala os sonhos dos idosos no outono de suas vidas. Segundo a OMS, adolescentes de 16 ou 17 anos também podem ser classificados como pedófilos se tiverem preferência sexual persistente ou predominante por crianças pré-púberes pelo menos cinco anos mais novas que eles.

A lista das parafilias é imensa, mais que 50, e o artigo da Wikipédia tem milhares de palavras impossíveis de resumir numa coluna de jornal. Parafilia é cada um dos distúrbios psíquicos que se caracteriza pela preferência ou obsessão por práticas sexuais socialmente não aceitas como a pedofilia, o sadomasoquismo, o exibicionismo etc. O etc. diz tudo e não explica os distúrbios psíquicos, motivo pelo qual tiro meu time de campo, não sem antes informar que fico perplexo cada vez que vejo na tevê um pedófilo preso aqui e alhures, eventualmente acolá. Pela atenção, muitíssimo obrigado.


O mundo é uma bola

18 de agosto de 797: Irene de Atenas destrona o filho Constantino VI e passa a governar sozinha como imperatriz bizantina. Irene Sarantapecaina reinou de 797 a 802. Antes de se tornar imperatriz bizantina foi imperatriz consorte entre 775 e 780, e regente (viúva do imperador) entre 780 e 797. Más línguas dizem que ela se autointitulava basileu “imperador” e o certo é que morreu aos 51 aninhos em Lesbos, ilha que originaria em português o adjetivo lésbico (de Lesbos + -ico), que sente atração por pessoa do mesmo sexo ou com ela mantém relação afetiva e/ou sexual, lesbiano, lésbio (diz-se de mulher); que diz respeito à relação afetiva e/ou sexual entre mulheres; lesbíaco, lesbiano, lésbio, sáfico. Vale notar que Irene era feia com força.

Em 1858, primeira comunicação por cabo submarino entre a Europa e os Estados Unidos. Em 1942, manifestações num país grande e bobo exigiam que o ditador Getúlio Vargas entrasse em guerra contra os países do Eixo. No início da Segunda Guerra Mundial, Getúlio parecia favorável à política de Hitler, di-lo a Wikipédia.

Em 1958, lançamento nos Estados Unidos do romance Lolita, de Vladimir Nabokov, contando a história de um professor que se apaixona por sua enteada de 12 anos. De lá para cá, o mundo acabou de enlouquecer e Lolita virou História da Carochinha.


Ruminanças
“A ortodoxia, meu senhor, é a minha doxia; heterodoxia é a doxia de outra pessoa” (William Warburton, 1698-1779).

Hora de sair do sol - Celina Aquino

Tecnologia criada em Ouro Preto para tratar icterícia em recém-nascidos pode ser usada no monitoramento da exposição aos raios ultravioleta

Celina Aquino
Estado de Minas: 18/08/2014



O que era problema virou solução. Enquanto a indústria tenta impedir a mudança de cor das telas flexíveis, que se degradam muito rapidamente em contato com a luz, pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) aproveitam a propriedade dos polímeros, um tipo de material plástico, para criar sensores de radiação, que podem até salvar vidas. Desenvolvida inicialmente para auxiliar o tratamento de icterícia em recém-nascidos, a tecnologia patenteada, inédita e genuinamente brasileira, agora também pode ser usada para monitorar a exposição aos raios ultravioleta. O selo passa do vermelho ao verde, indicando que está na hora de renovar o protetor solar ou sair do sol.

Os sensores mudam de cor quando estão expostos a um determinado tipo de radiação. O que mede os raios ultravioleta é chamado de Sunsticker. “Ele vai conscientizar as pessoas sobre a exposição prolongada ao sol. A radiação solar é uma das principais responsáveis pelo câncer de pele e a nossa preocupação é reduzir os índices da doença”, comenta a química Mariane Satomi Weber Murase, integrante do Laboratório de Polímeros e Propriedades Eletrônicas de Materiais (Lappem) da Ufop. De fácil leitura, o Sunsticker funciona como um semáforo inteligente: quando fica verde, mostra que chegou-se à quantidade máxima saudável de raios ultravioleta. O selo solar pode ser aplicado na pele ou na roupa.

Segundo a pesquisadora, o Sunsticker é pensado para trabalhadores e atletas que passam muito tempo sob o sol. “Nossa expectativa é que o selo se torne um equipamento de proteção individual (EPI), obrigatório para garantir a segurança de quem precisa permanecer longos períodos debaixo do sol. Mas queremos também que a população em geral possa usá-lo para fazer uma caminhada no domingo, por exemplo”, pontua Mariane. Por enquanto, o Sunsticker está calibrado para peles sensíveis, o que garante proteção para todos os brasileiros. A pesquisadora adianta que a intenção é criar selos para cada tom de pele. O tamanho e a forma dos sensores também podem variar de acordo com a demanda.

Cincos alunos ligados ao Lappem planejam colocar o produto no mercado. Para isso, eles criaram, há um ano, a startup Lifee, uma das 40 selecionadas no mundo inteiro pelo Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (SEED), programa do governo de Minas Gerais. Falta registrar o Sunsticker no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Mariane explica que o grupo ainda não definiu o custo do selo, mas ela garante que será baixo e acessível a qualquer parcela da população.

LUZ AZUL A empresa estuda também oferecer, a hospitais e maternidades, um sensor de radiação para luz azul, conhecido como Neosticker, que pode ser útil para recém-nascidos com icterícia. “Acreditamos que haverá um salto de qualidade no tratamento e queremos contribuir para que nenhuma criança no mundo tenha sequelas. Se a fototerapia não for adequada, a molécula tóxica bilirrubina, que deve ser eliminada pelo organismo, impregna no sistema nervoso central e causa cegueira, surdez e até paralisia cerebral. Isso é irreversível”, alerta a química industrial Giovana Ribeiro Ferreira, pós-doutoranda em física de materiais. De acordo com a pesquisadora, o tratamento não é controlado adequadamente porque os profissionais de saúde não conseguem medir a quantidade de luz azul a ser recebida.

O selo passa do vermelho ao verde, para mostrar que o tratamento da icterícia foi realizado corretamente. Quando não muda de cor em duas horas, indica que o recém-nascido não recebeu a quantidade de radiação adequada. “Preferimos calibrar a alteração em pouco tempo, para que seja possível ajustar o tratamento mais rapidamente”, justifica Giovana. Recomenda-se que o adesivo seja colado na fralda, mas não há problema em ter contato com a pele do bebê. A aluna da Ufop esclarece que a concentração maior no Neosticker é do polímero convencional, encontrado em copos descartáveis e garrafas de água, por exemplo, objetos que já estamos acostumados a manusear. Já foram realizados testes em laboratório e com recém-nascidos de um hospital no Sul de Minas. A próxima etapa é registrar o produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o coordenador do Lappem, Rodrigo Bianchi, a proposta é trabalhar com materiais orgânicos que mudam de cor, para diversas aplicações. “Os grandes laboratórios tentam inibir os processos de degradação. O que queremos é controlá-los”, resume o físico, que há 12 anos começou a estudar os polímeros luminescentes. 

Está em desenvolvimento um sensor para medir a radiação em alimentos. Muito usada em países da Ásia e África, onde não há sistema de refrigeração, a técnica inibe brotação e mata bactérias, aumentando o tempo de prateleira do produto. O selo pode servir tanto para o controle da indústria alimentícia quanto para o consumidor saber que a quantidade de radiação está adequada.

Bumbum de deusa - Anna Marina

Anna Marina - anna.marina@uai.com.br
Estado de Minas: 18/08/2014




Recebi o catálogo da grife de lingerie Fruit de la Passion e fiquei literalmente impressionada com as fotos e os trajes. Tirando um sutiã ou outro, os modelos batem de longe os exageros da marca americana Victoria Secrets, que devem ser pra lá de incômodos. Ou então são usados apenas para fazer graça, sem roupa por cima. Mas uma coisa fica evidente: o bumbum das modelos. Toda mulher brasileira sonha com aquele bumbum perfeito: durinho, delineado e volumoso. Porém, fatores genéticos, idade, sedentarismo e hábitos alimentares são alguns dos empecilhos femininos na hora de alcançar o “bumbum empinadinho”, tão cobiçado e vastamente exposto nos meios de comunicação.

Mas como não são todas que nasceram com esse biotipo e, ainda assim, desejam fazer jus à sua nacionalidade, o aumento de glúteo tem se tornado uma das maiores “febres” entre as cirurgias plásticas. Apesar de ainda serem menos populares que os implantes nos seios, as próteses de silicone de glúteo vêm conquistando cada vez mais o seu espaço entre as brasileiras. Trata-se de uma cirurgia relativamente simples, em que uma pequena incisão é feita no sulco interglúteo, evitando cicatrizes aparentes. A prótese utilizada é de gel de silicone, semelhante às usadas em implantes mamários, porém mais espessa e que variando de formato, geralmente entre oval e arredondado.

A gluteoplastia resolve de uma só vez o problema de tamanho e de flacidez, uma vez que a musculação e atividades físicas costumam ser ineficientes, embora boas aliadas, no delineamento do bumbum almejado. É indicada para quem tem glúteos pequenos, de pouca projeção, flácidos ou disformes, bem como para quem emagreceu muito e perdeu a elasticidade da pele. O procedimento tem duração de cerca de 1 hora e meia, com anestesia peridural. A incisão é feita por meio do sulco inferior do bumbum, onde a cicatriz ficará bem escondida. Em seguida, insere-se a prótese, que ficará posicionada entre os músculos.

O volume das próteses glúteas costuma ser, aproximadamente, de 360 mililitros. Porém, ele varia conforme o peso, a altura, a idade e o tipo de pele da paciente. Além de decidir o tamanho das próteses, que devem variar conforme a estrutura física e o tipo de pele, a paciente também pode optar entre implantes redondos ou ovais. Os redondos, embora mais compactos, dão maior projeção aos glúteos. Já os ovais, discretamente achatados, deixam a aparência do quadril mais larga. Considerando os limites da anatomia humana e da medicina, a paciente tem liberdade de escolha entre essas opções. Outro bom critério para eleger o formato da prótese é a proporcionalidade. Se a paciente for baixa ou já tiver quadril largo, o implante redondo é mais recomendado. Por outro lado, se ela for alta ou tiver o quadril mais estreito, o oval deixará uma aparência mais natural.

Mais que dar volume e remodelar o bumbum, a gluteoplastia pode corrigir problemas de flacidez de pele na região e assimetria das nádegas. O procedimento não é indicado para gestantes, mães em período de amamentação e pessoas com problemas na região lombar. Durante o pós-operatório, com um pouco de cautela, é possível se sentar. Em relação à posição para dormir, esta deve ser de bruços, evitando, assim, o deslocamento das próteses. A fim de minimizar o desconforto causado nos primeiros dias, recomenda-se o uso da cinta modeladora. Também é preciso redobrar os cuidados com a higiene diária, uma vez que é uma região mais suscetível a infecções. O uso de antibióticos também poderá ser recomendado pelo cirurgião plástico durante 10 dias após a cirurgia, de forma a minimizar todos os riscos. Já a retomada gradual de exercícios físicos pode se dar depois de dois meses da cirurgia.

Vitória da emoção

Premiados em Gramado, o documentário A estrada 47, a ficção A despedida e o infantojuvenil O segredo dos diamantes são longas de grande apelo afetivo


Gracie Santos
Estado de Minas: 18/08/2014



Vicente Ferraz (de camisa branca) festeja com a equipe o Kikito de melhor filme para A estrada 47  (Cleiton Thiele/Press Photo/Divulgação)
Vicente Ferraz (de camisa branca) festeja com a equipe o Kikito de melhor filme para A estrada 47

“Quem descobre o tesouro de um filme é o público”, afirma o diretor mineiro Helvécio Ratton, premiado com a aventura infantojuvenil O segredo dos diamantes pelo júri popular do 42º Festival de Cinema de Gramado, na noite de sábado. O Kikito de melhor filme ficou com A estrada 47, de Vicente Ferraz, sobre pracinhas brasileiros na Itália durante a Segunda Guerra, vencedor ainda do prêmio de melhor desenho de som.

Satisfeito por ter conquistado o troféu “em meio a uma safra tão boa”, Ratton acredita que o diferencial de seu filme seja exatamente o fato de ele ser dirigido ao público que o escolheu. “Normalmente, as pessoas não assumem isso. Nós buscamos o espectador e essa conquista dá uma pista de que estamos no caminho. Acho que recebemos o prêmio certo, pois a nossa obra tem o objetivo de emocionar”, afirma o mineiro.

Dedicado a um nicho de mercado quase nunca valorizado nas produções nacionais, o do público infantojuvenil, O segredo dos diamantes, rodado no Serro, na Região Central de Minas Gerais, chega às salas de exibição em dezembro. Para o cineasta, a premiação em Gramado acende mais uma luzinha sobre a obra e lhe dá maior visibilidade. “O público dos festivais é propagador”, aposta. Em 1987, o mineiro ganhou o mesmo prêmio em Gramado com A dança dos bonecos.

Com A estrada 47, o carioca Vicente Ferraz também comemora o Kikito pela segunda vez. Em 2004, com o badalado Soy Cuba, o mamute siberiano – sobre a produção do filme cubano-soviético Soy Cuba, do início dos anos 1960, dirigido pelo russo Mikhail Kalatozov –, ele faturou o prêmio de melhor documentário e melhor filme da crítica no festival gaúcho. O longa venceu também o Festival de Guadalajara (México) e foi o representante brasileiro no Festival de Sundance, em 2005.

Documentário filmado na Itália com forte tempero brasileiro, A estrada 47 conta a história de uma esquadra de caçadores de minas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em meio a um ataque de pânico. Desesperados, com frio e fome, os pracinhas têm de optar entre enfrentar a corte marcial ou encarar novamente o inimigo. “Só louco para aceitar entrar nessa história. E isso devo aos produtores. Mas, fora essa questão, tem a camaradagem, a participação desses atores maravilhosos, que se entregaram. Tudo o que faço só é possível com essa pessoa que, além de ser minha produtora, é minha esposa e o grande amor da minha vida: Isabel Martinez”, declarou Ferraz ao receber o prêmio.

Pela primeira vez, Gramado distribuiu prêmios em dinheiro, somando R$ 280 mil. Também pela primeira vez houve premiação latina. Os vencedores foram El lugar del hijo (melhor filme, roteiro e ator para Felipe Dieste); Las analfabetas (diretor, para Moisés Sepúlveda; atriz, dividido entre Paulina García e Valentina Muhr, e fotografia); e Esclavo de Dios (de Joel Novoa), melhor filme, segundo o júri popular.
O segredo dos diamantes, de Helvécio Ratton, foi premiado pelo júri popular
 (Edison Vara/Press Photo/Divulgação)
O segredo dos diamantes, de Helvécio Ratton, foi premiado pelo júri popular

Coleção de prêmios Depois de ter vencido em Gramado em 2012 com Colegas, Marcelo Galvão saiu da cerimônia como grande vencedor com A despedida. Faturou os prêmios de direção e fotografia, que dedica à equipe, à esposa e ao avô (“inspiração de tudo isso”): “Ele está lá em cima, adorando o fato de eu estar aqui recebendo esse prêmio por ele”.

A despedida levou os prêmios de melhor ator (Nelson Xavier) e atriz (Juliana Paes). O longa conta a história de Almirante (Nelson Xavier), homem de 92 anos que sente o fim se aproximar e decide se despedir de tudo e todos. Também se permite desfrutar daquele que pode ser seu último prazer: uma intensa noite de amor com Fátima (Juliana Paes), sua amante de 37 anos.

O prêmio especial do júri foi entregue a Os senhores da guerra, de Tabajara Ruas, e a Fernanda Montenegro, pelo papel em Infância, de Domingos Oliveira – o diretor, que não estava presente, ficou com o prêmio de roteiro, mesmo troféu conquistado por O primeiro dia de um ano qualquer, no ano passado.

A despedida, de Marcelo Galvão, levou Kikitos de diretor, ator, atriz e fotografia (Cleiton Thiele/Press Photo/Divulgação)
A despedida, de Marcelo Galvão, levou Kikitos de diretor, ator, atriz e fotografia


Saiba mais

O TROFÉU

É comum as pessoas pensarem ou se referirem ao Kikito de Ouro. Não procede. Para começar, o troféu, símbolo e prêmio máximo do tradicional Festival de Gramado, é feito de bronze. A estatueta foi criada inicialmente em madeira. A autora é a artesã Elisabeth Rosenfeld, alemã radicada no Brasil. Rosenfeld é também o nome por trás do Artesanato Gramadense. Ela inaugurou um teatrinho na cidade, promoveu exposições de arte e criou o Kikito para ser troféu da 1ª Feira Nacional de Artesanato, em 1972. A estatueta (com 33cm, em madeira) passou depois a ser troféu do Festival de Cinema de Gramado. A escultura simboliza o bom humor do povo da cidade.
Bastidores

A despedida – Com a terceira idade bem representada no festival, o ator Nelson Xavier se revela figura de ponta. Ele promove avassaladora comoção ao protagonizar via-crúcis de redentor afeto, numa narrativa em que um idoso, de bem com vida, faz engasgar, no adeus definitivo.

A estrada 47 – A excelência técnica está em todos os cantos, para um interiorizado drama de guerra capaz de se enamorar da gramática hollywoodiana; só que não: marcante tempero brasileiro se infiltra na trama de desgarrados pracinhas da FEB.

Infância – Se muitos associam o diretor Domingos Oliveira, um sentimental incorrigível, ao veloz humor de Woody Allen, é melhor rever conceitos: revolvendo o baú de memórias familiares, com a altiva Fernanda Montenegro na pele da avó, o diretor se mostra um Bergman dos trópicos.
(Ricardo Daehn)

VENCEDORES

Longas brasileiros

Melhor filme – A estrada 47, de Vicente Ferraz
Melhor diretor – Marcelo Galvão, por A despedida
Melhor filme (júri popular) – O segredo dos diamantes, de Helvécio Ratton
Melhor ator – Nelson Xavier (A despedida)
Melhor atriz – Juliana Paes (A despedida)

Outros prêmios: Fernanda Montenegro, prêmio especial do júri, por Infância;Os senhores da guerra,  prêmio especial do júri; Infância,  roteiro, montagem e ator coadjuvante para Paulo Betti; A despedida, fotografia; A luneta do tempo, direção de arte e melhor trilha musical, composta por Alceu Valença; Os senhores da guerra, melhor atriz coadjuvante para Andrea Buzato; e A estrada 47,  melhor desenho de som.

Confira a lista dos vencedores em: www.festivaldegramado.net

Tiburi filosofa em BH - Carlos Herculano Lopes

Tiburi filosofa em BH
Carlos Herculano Lopes
Estado de Minas: 18/08/2014


A romancista e professora universitária Márcia Tiburi está em BH para bater papo com o público e lançar Filosofia prática – Ética, vida cotidiana, vida virtual (Record), a convite do projeto Sempre um papo.

A autora explica que seu novo livro quer devolver a filosofia a seu devido lugar: “O da convivência, dos laços afetivos, da linguagem, um lugar onde agimos a favor, contra ou com os outros”.

 Tiburi avalia o vazio da emoção e da ação que nos caracteriza como sociedade. Ela tomou emprestada da filósofa Hannah Arendt a expressão “vazio do pensamento” – conceito, no seu entender, típico de uma sociedade que prefere o desconhecimento ao saber, que prioriza a resposta pronta e autoritária em detrimento da “aventura do questionamento”.

 Outro tema está relacionado às redes sociais. As pessoas, sobretudo os jovens, consideram a internet uma nova realidade,  o objetivo de suas vidas. Ela adverte: não é bem assim. “Tento discutir o redimensionamento do próprio cotidiano em cotidiano virtual. Isso pode até ser agradável, mas não o será se ali estivermos apenas reeditando o vazio do pensamento, da emoção e da ação”, conclui. 

TeVê

TV Paga

Estado de Minas: 18/08/2014



Água na boca
 (CARLO ALLEGRI/REUTERS)

O canal Fox Life estreia hoje, à meia-noite, a nova temporada de Chocco fantasy (foto), que reúne os chocolateiros mais famosos do mundo, encarando desafios propostos por clientes extravagantes, entre eles, Whoopi Goldberg, Ivana Trump e Julien MacDonald. A cada episódio, uma celebridade vai chegar com um pedido especial, como faz a escritora Jackie Collins no primeiro episódio: ela quer um bolo tão selvagem como um de seus livros, com uma pantera em tamanho real com olhos de esmeralda que brilhem muito para surpreender os convidados de sua festa.

Viva passará a reprisar
o programa Bem estar


A partir de hoje, o canal Viva vai apresentar o programa Bem  estar, desde o episódio de sua estreia na grade da Globo, em 2011. Apresentada atualmente por Fernando Rocha e Mariana Ferrão, a atração fala sobre alimentação saudável e cuidados com o corpo e será exibida de segunda a sexta-feira, às 18h.

GNT fashion fala do uso
da tecnologia na moda


Moda e tecnologia se encontram esta noite no GNT fashion. Lilian Pacce segue viagem por Bordeaux, no Sudoeste da França, e visita a sede da Lectra, referência mundial em softwares e equipamentos para a indústria de design. A marca conta com clientes como Dior, Louis Vuitton e H&M. Já Caio Braz conversa com a especialista em cultura digital Bia Granja para conhecer os principais aplicativos para quem curte moda. No ar às 21h30, no canal GNT.

Jack Johnson faz show
no iTunes, em Londres


O documentário Carmen Miranda – Bananas is my business, dirigido por Helena Solberg e que conta a história da estrela brasileira que conquistou a imaginação e o coração do mundo ao estrelar produções de Hollywood, é um dos destaques de hoje do canal Curta!, às 21h15. Já às 22h50, a emissora exibe mais um episódio da série Jazz icons, dedicado ao trompetista americano Art Farmer e sua banda, em um show realizado em 1964 e que contou com as participações do guitarrista Jim Hall, do baterista Pete LaRoca e do baixista Steve Swallow. No canal Bis, às 21h, a série Palco principal traz Jack Johnson no iTunes Festival de 2013, no Roundhouse, em Londres.

Boas opções esta noite
no pacotão de cinema

Na programação de filmes, a grande novidade de hoje é o drama Imperador, dirigido por Peter Weber, com Tommy Lee Jones e Matthew Fox, que estreia às 22h, no Telecine Premium. No mesmo horário, o assinante tem mais cinco opções: Chamada de emergência, na HBO 2; O besouro verde, no Studio Universal; Na companhia do medo, no MGM; O Cavaleiro Solitário, no Telecine Pipoca; e Doze homens e uma sentença, no Telecine Cult. Outros destaques: O reino, às 20h05 , no Universal Channel; Atração perigosa, às 20h20, no Space; O chamado de Xangai, às 21h, no Cinemax; Anônimo, também às 21h, no Max HD; e Eu sou a lenda, às 21h35, no FX.


Caras & Bocas
Simone Castro
simone.castro@uai.com.brae Castro

Segundo tempo

Depois de viver a protagonista Maria Marta, na primeira fase da novela Império (Globo), Adriana Birolli retornará à trama. Ela será sobrinha de Lília Cabral (que faz o papel de Adriana mais velha). O autor Aguinaldo Silva criou uma designer de sapatos para a atriz, e mais detalhes não foram revelados. Não se sabe ainda o perfil da moça, que, especula-se, será uma aliada de Maria Marta em suas vilanias. O certo é que ela competirá com Maria Clara (Andreia Horta), filha que não tem muito cartaz com a mãe, mas é a queridinha do pai José Alfredo (Alexandre Nero). Comenta-se, inclusive, que a personagem de Adriana Birolli vai atrapalhar e muito o namoro entre a prima e o chef Enrico (Joaquim Lopes), que já não é dos mais animados. O retorno de Adriana Birolli, que será em breve, estava previsto desde o início da novela.

JORNAL DA ALTEROSA FALA
de PROPAGANDA ELEITORAL


Na véspera do início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, saiba o que os candidatos podem e o que não podem fazer para conquistar os votos dos eleitores. Seja na publicidade nos meios de comunicação, inclusive na internet, seja nas ruas, quem quer ser eleito tem que respeitar a lei. E você cidadão eleitor, deve ficar de olho. Saiba mais sobre o tema no Jornal da Alterosa – 1ª edição de hoje, que tem também as principais notícias do dia e do fim de semana. A apresentação é de Laura Lima e o jornal vai ao ar logo depois do Alterosa esporte, que traz tudo sobre a rodada do Brasileirão.

CONTRATOS RENOVADOS
E PRÓXIMOS TRABALHOS


Os atores Isabela Garcia e Johnny Massaro renovaram contratos com a Globo. Há mais de 40 anos na emissora, a atriz interpretou Vera na temporada passada de Malhação. No ano que vem, voltará à cena na novela Babilônia, de Gilberto Braga, com quem já fez outros trabalhos. Já Johnny se despediu há pouco do vídeo com o fim de Meu pedacinho de chão, no papel de Ferdinando, e aguarda convocação para o próximo trabalho.

REGINA DUARTE VAI DAR O
AR DA GRAÇA EM SERIADO


A atriz Regina Duarte, que atuou na primeira fase de Império, no papel de Maria Joaquina, especialista em diamantes, vai participar de um episódio de A grande família (Globo), que se despede da telinha, depois de 13 anos no ar. Ela postou foto no Instagram ao lado de Marco Nanini, que interpreta Lineu. "Vou adorar fazer parte mais uma vez de A grande família nesta reta final do antológico programa", escreveu. Em 2012, Regina participou da atração como Noêmia, juíza que decidiu se Agostinho (Pedro Cardoso) iria ou não para a cadeia.

MENOR MULHER DO MUNDO
ESTÁ GARANTIDA EM SÉRIE


A indiana Jyoti Amge, de 20 anos, considerada a menor mulher do mundo pelo Guiness book, vai participar da série American horror story, segundo o autor Ryan Murphy anunciou no Twitter. Ela está na quarta temporada da série, batizada de Freak show. A jovem, que mede apenas 62,8 cm, sofre de uma doença genética conhecida como acondroplasia. No elenco da série, que no Brasil é exibida no canal Fox (TV paga), estão, entre outros, Jessica Lange, Kathy Bates e Angela Basset.

TRAVESTIS
DO FUNK


O programa A liga de amanhã, às 22h45, na Band, mostrará o mundo dos travestis do funk carioca. Em um antigo reduto machista e homofóbico, eles tentam construir o seu espaço. E muitos brilham! Com letras que falam de preconceito, diversidade e dores de cotovelo, os travestis do funk também estão bombando na internet. Mais: a atração revela também o universo dos praticantes do Airsoft, esporte que faz da guerra um jogo. Nessa brincadeira, as pessoas podem se sentir senhoras das guerras e das armas.

PLATEIA

VIVA


Na moral (Globo), que encerrou temporada com um bom fecho, tratando do feminismo, debate sempre atual. E ainda contou com a participação preciosa de Fernanda Montenegro, que leu textos sobre o tema.

VAIA


Música de Anitta não é para criança. Daí nada a ver escalá-la para o Mais você (Globo), que foi ao ar no sábado, cheio de crianças. Uma delas afirmou não gostar da música da funkeira. Bem sintomático.

Vaidade, ostentação, soberba e queda - Carlos Eduardo Guilherme (Pacome)

Estado de Minas: 18/08/2014 



Mascarado é a palavra usada na gíria esportiva para identificar o atleta que não tem a exata noção de seu justo valor. Além de se ver como celebridade, ele se julga também o mais eficiente, o mais destacado, o único insubstituível e, às vezes, o mais bonito. A figura do mascarado não é privilégio desse ou daquele esporte. A fera é figurinha carimbada no meio esportivo. O termo é também usado fora do ambiente esportivo, com o mesmo sentido genérico, para identificar qualquer indivíduo soberbo.

Esse atleta, quando consegue fama e dinheiro, compra carros possantes, dá entrevista na TV, se exibe com mulheres bonitas – geralmente loiras –, usa joias caras, enfim, muda radicalmente seu comportamento, tornando-se excessivamente vaidoso, antipático e arrogante. Muda a maneira de falar, de se vestir, de se pentear, de andar e de se relacionar com as pessoas. E se sente o máximo. Para aparecer na mídia, faz de tudo, mesmo que isso o torne ridículo. Deslumbra-se facilmente com os flashes e com as luzes das câmeras. E assim torna-se antipatizado pela opinião pública e, paradoxalmente, até por seus admiradores.

Normalmente, esse tipo de atleta exerce liderança negativa sobre os colegas e, para conquistar a simpatia e a confiança de seus companheiros, mostra-se sempre agradável e prestativo com eles, mas aguardando uma oportunidade para influenciá-los a cometer atos de indisciplina. Mal sabe ele que o que desperta simpatia e admiração é justamente a modéstia, a educação e o cavalheirismo. Valores que o mascarado desconhece.

Curiosamente, no início de carreira, ele costuma ser educado, simples e humilde. Entretanto, ao se tornar famoso, transforma todas essas preciosas qualidades em ostentação. É impressionante como se torna exigente. Reclama de tudo: do hotel, da alimentação, dos horários de treinos e de jogos, do sistema tático e coletivo, da arbitragem, dos colegas de equipe, etc. Depois da fama, muitas vezes, acometido pela amnésia esportiva, se esquece dos amigos e das pessoas que o ajudaram na vida. Inacreditavelmente, muitos deles, quando chegam ao estrelato, acham que são Deus, enquanto os outros têm certeza disso. O ambiente esportivo, no qual o dinheiro, a fama e a vaidade acirram a competição, alguns atletas perdem a ética, o escrúpulo e a vergonha e se deixam cair na armadilha da mesquinharia, do egoísmo e da inveja. A competitividade revela o melhor dos produtos e o pior das pessoas. Essa é uma triste constatação: a maioria dos atletas, depois do sucesso, torna-se mal-agradecida.

Embora os técnicos e os dirigentes não visem a nenhuma retribuição dos atletas, sentem-se recompensados quando alguns alcançam o estrelato. Sua maior decepção, no entanto, ocorre quando percebem que naquele período nem sempre os atletas têm gratidão por seu técnico nem pelo clube. As cenas de jogadores que mudam de time, beijando a camisa da nova equipe, são um ato mais de marketing do que de sinceridade. Não nos iludamos: hoje o dinheiro fala mais alto. O amor à camisa inexiste. O esporte, a música e as artes quebram todas as barreiras sociais, possibilitando que pessoas dos mais variados níveis socioeconômicos se destaquem social e financeiramente, sem, contudo, estarem preparados para o sucesso.

No final da carreira, ironicamente, as mesmas pessoas que inflaram seus egos, por interesse e oportunismo, ou a mídia que construiu o mito para fins promocionais, são as primeiras a abandoná-los ao menor sinal de declínio. Não é raro vermos ex-atletas despreparados encerrem suas carreiras e se enveredarem no alcoolismo ou nas drogas, quando não morrem prematuramente na miséria. Todavia, é oportuno registrar que existe um seleto grupo de atletas que atravessa toda a trajetória esportiva, da iniciação ao encerramento da carreira, com classe digna de louvor.

Dignidade no câncer‏

Novas leis criaram benefícios para os pacientes oncológicos


Lúcia Maria de Paula Freitas - Advogada, gerente jurídica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)
Estado de Minas: 18/08/2014



O câncer é uma doença devastadora e de contínuo crescimento no nosso país. Os dados são alarmantes. Serão registrados 580 mil novos casos no biênio 2014/2015, número maior que o previsto para 2013, conforme projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Além de toda a dificuldade relacionada ao diagnóstico e tratamento da doença, uma série de dificuldades de acesso e recursos afeta os pacientes oncológicos. Para amenizar esse sofrimento, a jurisdição brasileira assegura benefícios a esses pacientes. No entanto, muitos desconhecem seus direitos. Buscar ajuda da Justiça e conhecer algumas leis é essencial para dar mais dignidade aos pacientes com câncer.

A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu artigo 196, que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Os tratamentos devem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo totalmente custeados pelos governos federal, estadual e municipal. Indiscutivelmente, a criação dessas leis é um grande passo para dar maior qualidade de vida aos pacientes oncológicos e demonstra a preocupação do país com questões que podem atenuar impactos financeiros e sociais nesses enfermos. Em 2013, houve importantes mudanças para garantir o acesso de pacientes ao tratamento. Entre elas, as leis 9.797 e 12.802, que garantem a reconstrução imediata para pacientes com câncer de mama e a garantia do fornecimento de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde. De acordo com a Lei 8.112, de 11/12/1990, artigo 186, o servidor público que esteja em tratamento da neoplasia terá direito a receber proventos integrais, mesmo que não tenha o tempo completo de serviço para fins de aposentadoria. Outro direito conquistado foi a isenção do Imposto de Renda aplicada nos proventos de aposentadoria, ou reforma e pensão recebidos pelos portadores de doenças graves. Se o trabalhador é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ele tem o direito aos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) recolhidos, uma parte pelo empregador e outra, por contribuição descontada de seu salário. Caso o paciente adquira um imóvel financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou outro financiamento, paga-se juntamente com as prestações mensais um valor de seguro destinado a quitar o imóvel em caso de sinistros. Para facilitar o entendimento e auxiliar no processo de solicitação dos benefícios previstos em lei, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) criou a Cartilha dos direitos do paciente oncológico. Sabemos que não resolveremos o problema desses enfermos apenas com decisões protocolares, sem melhorar a estrutura física dos serviços e sem descentralizar a rede.

Felizmente, essas ações mostram boa vontade do Poder Legislativo e abrem espaço para os pacientes exigirem seus direitos. Com essas novas leis, o paciente passa a ser visto de um ponto de vista holístico, ou seja, globalizado, levando em consideração as partes e suas inter-relações. É importante ressaltar que documentos como laudos médicos, resultados de exames, biópsias, relatórios, encaminhamentos, entre outros, são vitais para a comprovação dos fatos e consequente garantia da tutela jurídica, para que os direitos do paciente possam ser efetivados.