segunda-feira, 9 de junho de 2014

Presidente por quatro ou cinco anos? - Renato Janine Ribeiro

Valor Econômico - 09/06/2014

Se o mandato presidencial subir para cinco anos, deixará de coincidir com o do Congresso, o que será ruim para o país.


Em diferentes ocasiões, dois aspirantes pela oposição à Presidência defenderam o fim da reeleição, somado à ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Mas me permito dizer que esse mandato maior é uma ideia ruim, que certamente foi proposta sem que os dois candidatos medissem bem suas consequências. (Da reeleição, já falei em outra coluna, mas resumirei o que penso no final desta).

Se o mandato do mais alto cargo executivo da República subir para cinco anos, a primeira pergunta é: acabará a coincidência da eleição do presidente e das legislativas? Essa coincidência surgiu há apenas vinte anos e foi uma das melhores mudanças institucionais das últimas décadas, junto com a criação do segundo turno. Mas, se aumentar o mandato presidencial, ou acaba a coincidência, ou os mandatos legislativos sobem, para cinco anos o de deputado federal, para dez anos o de senador. Ora, deputados eleitos por cinco anos nunca houve no Brasil e não são frequentes, mundialmente falando; senadores por dez seria um excesso, um absurdo.

Então, que tal acabar com a coincidência de mandatos executivo e legislativo? Ela foi introduzida somente em junho de 1994, por uma emenda à Constituição de 1988, e dizem as más línguas que teria sido com a intenção de encurtar um eventual mandato de Lula, favorito, antes de iniciar o Plano Real, para as eleições que seriam daí a quatro meses. Não importa. O fato é que nossa última eleição solteira (ou "escoteira", como preferem alguns - o significado é o mesmo) para a chefia do Executivo federal se deu em 1989. Fernando Collor, talvez o mais demagógico dos nossos presidentes, venceu, em boa medida porque não havia nenhuma outra eleição junto com a sua. Todo o messianismo, o sebastianismo que se concentrou no primeiro presidente eleito da Nova República foi, não digo criado, mas facilitado porque o pleito estava separado de qualquer outro - sem a necessidade de construir uma estrutura partidária inteira. Some-se a isso o momento: quase três décadas sem eleições livres; a enorme expectativa colocada no regime democrático; a frustração com o primeiro governo civil, sobretudo devido à inflação; o receio dos meios conservadores e da mídia ante a possível vitória de Lula ou Brizola, tidos por dois incendiários.

Coincidência dos mandatos federais foi uma conquista


Collor deu no que deu - o único presidente nosso afastado do poder mediante um processo regular de impeachment, o que abriu um período difícil, mas ao fim das contas áureo, de nossa História: a tranquilidade da transição para seu sucessor, o Plano Real, o primeiro e único plano de estabilização monetária introduzido sem susto, sem surpresa, sem mistérios. E nessa ocasião, aproveitando-se o fato de que quando se elege o presidente por cinco anos e o legislativo por quatro seus mandatos só coincidem a cada vinte anos, mas isso aconteceria já naquele ano de 1994, mudou-se a Constituição para tornar permanente a coincidência. Desde então, um candidato faz campanha pelos outros. Aumenta a fidelidade partidária, pelo menos nos partidos finalistas para a eleição presidencial. Cresce a responsabilidade recíproca, entre os que disputam o Executivo e o Legislativo pelo mesmo polo político.

Vale a pena pôr em risco essa corresponsabilidade de Legislativo e Executivo? No único período democrático que tivemos anterior ao atual, entre 1946, o presidente era eleito por cinco anos, os deputados por quatro e os senadores, por oito. A não-coincidência significa que os dois poderes eleitos se defrontam representando vontades expressas em tempos distintos. Esse fato acirra, em vez de acalmar, os conflitos. Põe em confronto duas legitimidades diferentes, sendo que a mais recente sempre poderá dizer-se mais forte.

É claro que há uma possibilidade, que não mencionei ainda, de funcionar o mandato de cinco anos: é generalizá-lo para todos os eleitos federais. O presidente e os deputados subiriam de quatro para cinco, os senadores baixariam de oito para cinco. Resta ver se o Senado aprovaria uma proposta que corta substancialmente a duração do mandato de seus membros. Eu reduziria minha oposição a essa proposta, neste caso, mas considero difícil sua aprovação na Casa Alta.


E por que sou favorável a manter a reeleição? Porque concordo com uma ideia de Thomas Jefferson, para quem, na prática, o presidente dos Estados Unidos era eleito por oito anos, com uma possibilidade de "recall" (ou reexame) na metade deste prazo. Porque quatro anos são pouco para governar o Brasil: no primeiro ano se segue um orçamento votado pelo governo anterior e se forma a equipe, que é truncada no segundo ano de governo, porque muitos saem para as eleições municipais, e no último ano o mandato já está acabando e há novas eleições para ele. Ou seja, o ano tranquilo é o terceiro ano de mandato, aquele em que se pode trabalhar mais. O país é muito complexo. Somente a formação da equipe presidencial demora pelo menos um ano. Mas, no caso da reeleição, tudo está já montado, em andamento, e praticamente todos os anos do segundo mandato podem ser de gestão. Ou seja, minha preocupação é: como maximizar a administração, a gestão, que precisa estar legitimada pelo voto popular, sim, mas não a ponto de perturbar a continuidade das ações de governo. Se o governo estiver bem avaliado, seu titular é reeleito, se não, não. E, nisso, um quinto ano de mandato acrescenta pouco: apenas faria, pelo cálculo acima que o terceiro e quarto ano fossem mais produtivos, enquanto um governante reeleito pode, em tese, ter todo o segundo mandato em razoável tranquilidade - sempre falando da gestão.


Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. 
E-mail: rjanine@usp.br


Presidente por quatro ou cinco anos? - Renato Janine Ribeiro

Presidente por quatro ou cinco 


anos?


Por Renato Janine Ribeiro
Em diferentes ocasiões, dois aspirantes pela oposição à Presidência defenderam o fim da reeleição, somado à ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Mas me permito dizer que esse mandato maior é uma ideia ruim, que certamente foi proposta sem que os dois candidatos medissem bem suas consequências. (Da reeleição, já falei em outra coluna, mas resumirei o que penso no final desta).
Se o mandato do mais alto cargo executivo da República subir para cinco anos, a primeira pergunta é: acabará a coincidência da eleição do presidente e das legislativas? Essa coincidência surgiu há apenas vinte anos e foi uma das melhores mudanças institucionais das últimas décadas, junto com a criação do segundo turno. Mas, se aumentar o mandato presidencial, ou acaba a coincidência, ou os mandatos legislativos sobem, para cinco anos o de deputado federal, para dez anos o de senador. Ora, deputados eleitos por cinco anos nunca houve no Brasil e não são frequentes, mundialmente falando; senadores por dez seria um excesso, um absurdo.
Então, que tal acabar com a coincidência de mandatos executivo e legislativo? Ela foi introduzida somente em junho de 1994, por uma emenda à Constituição de 1988, e dizem as más línguas que teria sido com a intenção de encurtar um eventual mandato de Lula, favorito, antes de iniciar o Plano Real, para as eleições que seriam daí a quatro meses. Não importa. O fato é que nossa última eleição solteira (ou "escoteira", como preferem alguns - o significado é o mesmo) para a chefia do Executivo federal se deu em 1989. Fernando Collor, talvez o mais demagógico dos nossos presidentes, venceu, em boa medida porque não havia nenhuma outra eleição junto com a sua. Todo o messianismo, o sebastianismo que se concentrou no primeiro presidente eleito da Nova República foi, não digo criado, mas facilitado porque o pleito estava separado de qualquer outro - sem a necessidade de construir uma estrutura partidária inteira. Some-se a isso o momento: quase três décadas sem eleições livres; a enorme expectativa colocada no regime democrático; a frustração com o primeiro governo civil, sobretudo devido à inflação; o receio dos meios conservadores e da mídia ante a possível vitória de Lula ou Brizola, tidos por dois incendiários.
Coincidência dos mandatos federais foi uma conquista
Collor deu no que deu - o único presidente nosso afastado do poder mediante um processo regular de impeachment, o que abriu um período difícil, mas ao fim das contas áureo, de nossa História: a tranquilidade da transição para seu sucessor, o Plano Real, o primeiro e único plano de estabilização monetária introduzido sem susto, sem surpresa, sem mistérios. E nessa ocasião, aproveitando-se o fato de que quando se elege o presidente por cinco anos e o legislativo por quatro seus mandatos só coincidem a cada vinte anos, mas isso aconteceria já naquele ano de 1994, mudou-se a Constituição para tornar permanente a coincidência. Desde então, um candidato faz campanha pelos outros. Aumenta a fidelidade partidária, pelo menos nos partidos finalistas para a eleição presidencial. Cresce a responsabilidade recíproca, entre os que disputam o Executivo e o Legislativo pelo mesmo polo político.
Vale a pena pôr em risco essa corresponsabilidade de Legislativo e Executivo? No único período democrático que tivemos anterior ao atual, entre 1946, o presidente era eleito por cinco anos, os deputados por quatro e os senadores, por oito. A não-coincidência significa que os dois poderes eleitos se defrontam representando vontades expressas em tempos distintos. Esse fato acirra, em vez de acalmar, os conflitos. Põe em confronto duas legitimidades diferentes, sendo que a mais recente sempre poderá dizer-se mais forte.
É claro que há uma possibilidade, que não mencionei ainda, de funcionar o mandato de cinco anos: é generalizá-lo para todos os eleitos federais. O presidente e os deputados subiriam de quatro para cinco, os senadores baixariam de oito para cinco. Resta ver se o Senado aprovaria uma proposta que corta substancialmente a duração do mandato de seus membros. Eu reduziria minha oposição a essa proposta, neste caso, mas considero difícil sua aprovação na Casa Alta.
E por que sou favorável a manter a reeleição? Porque concordo com uma ideia de Thomas Jefferson, para quem, na prática, o presidente dos Estados Unidos era eleito por oito anos, com uma possibilidade de "recall" (ou reexame) na metade deste prazo. Porque quatro anos são pouco para governar o Brasil: no primeiro ano se segue um orçamento votado pelo governo anterior e se forma a equipe, que é truncada no segundo ano de governo, porque muitos saem para as eleições municipais, e no último ano o mandato já está acabando e há novas eleições para ele. Ou seja, o ano tranquilo é o terceiro ano de mandato, aquele em que se pode trabalhar mais. O país é muito complexo. Somente a formação da equipe presidencial demora pelo menos um ano. Mas, no caso da reeleição, tudo está já montado, em andamento, e praticamente todos os anos do segundo mandato podem ser de gestão. Ou seja, minha preocupação é: como maximizar a administração, a gestão, que precisa estar legitimada pelo voto popular, sim, mas não a ponto de perturbar a continuidade das ações de governo. Se o governo estiver bem avaliado, seu titular é reeleito, se não, não. E, nisso, um quinto ano de mandato acrescenta pouco: apenas faria, pelo cálculo acima que o terceiro e quarto ano fossem mais produtivos, enquanto um governante reeleito pode, em tese, ter todo o segundo mandato em razoável tranquilidade - sempre falando da gestão.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras
E-mail: rjanine@usp.br

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/politica/3578132/presidente-por-quatro-ou-cinco-anos#ixzz349GTN61X

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 09/06/2014



 (20th Century Fox/Divulgação)


Noite de estreia
Estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium, o drama de guerra Esquadrão Red Tails (foto), com Terrence Howard, Cuba Gooding Jr. e Nate Parker. O filme conta a história dos pilotos da força aérea americana em suas missões de bombardeio na Alemanha. Sem dinheiro para bancar novos investimentos, o governo começa a considerar a possibilidade de ter pilotos negros. Surge, então,
a chance desses jovens mostrarem sua coragem. Outro destaque de hoje é Guerra ao terror, também às 22h, na MGM.

Telecine homenageia a atriz Natalie Portman
Hoje é aniversário de Natalie Portman, e para comemorar seus 33 anos o Telecine Touch programou três de seus filmes: a comédia Hora de voltar, às 18h10; e os dramas Entre irmãos, às 20h05, e As coisas impossíveis do amor, às 22h. Na faixa das 22h, o assinante tem mais cinco boas opções: Os Smurfs 2, na HBO 2; Coração satânico, no TCM; Guerra Mundial Z, no Telecine Pipoca; O ditador, no Telecine Fun; e A vida marinha com Steve Zissou, no Telecine Cult. E ainda: O mestre, às 20h,
no Max; O discurso do rei, às 21h, no Cinemax; 2 coelhos, às 21h30, na TNT; Intocáveis,
às 22h30, no Megapix; e A lenda de Beowulf, também às 22h30, na Fox.

Futura exibe série de  curtas sobre futebol
O Futura entra em campo hoje com a série de curtas-metragens Cores do futebol, que mostra a paixão pelo esporte em diferentes lugares do mundo. Até sexta-feira, a emissora vai apresentar, na faixa das 20h, histórias filmadas em Cuba, Japão e Brasil – incluindo os episódios com o povo indígena Bororó, no Mato Grosso; com o craque do futebol de 7 paralímpico e sobre o campeonato amador de Paranoá, no Distrito Federal. Em tempo: também hoje, às 22h15, o canal Curta! exibe o documentário O homem que engarrafava nuvens, sobre Humberto Teixeira, parceiro mais constante de Luiz Gonzaga, o rei do baião.

Episódio duplo fecha o terceiro ano de Veep
A terceira temporada da série Veep chega ao fim hoje, com episódio duplo, às 22h, na
HBO. Interpretada por Julia Louis-Dreyfus, a vice-presidente Selina Meyer e sua equipe discutem sobre o que fazer para torná-la mais popular e conhecida, na corrida para a Casa Branca. Além disso, precisam conciliar os diversos compromissos oficiais e aparições para sua campanha nos dias que antecedem as primárias de New Hampshire.

DJ Zégon coleciona  discos raros de vinil
O canal Bis estreia hoje, às 19h, a série Na rota do vinil, que acompanha o DJ Zégon, ex-integrante do Planet Hemp, visitando feiras na Holanda, Rússia, Jamaica e Estados Unidos em busca de raridades em vinil. Além de encontrar com renomados DJs e produtores musicais, ele aproveita para se apresentar em grandes eventos de música eletrônica, ao lado de Laudz, seu parceiro no duo Tropkillaz. No Arte 1, às 22h, será exibido um documentário sobre os Rolling Stones, seguido do concerto dos 75 anos da Orquestra Filarmônica de Israel, tocando Chopin, Beethoven e Saint-Saens sob a regência de Zubin Mehta e com solos dos violinistas Julian Rachlin e Vadim Repin e do pianista Evgeny Kissin.


CARAS&BOCAS » Enfim, juntas
Simone Castro
Publicação: 09/06/2014 04:00


Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller): em nova fase (Gil Rodrigues/Esp. EM/D.A Press )
Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller): em nova fase

Uma simples ida à feira – um dos cenários preferidos de Manoel Carlos – vai marcar o começo da vida em comum entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) nos próximos capítulos de Em família (Globo). Elas vão dormir juntas pela primeira vez, mas nenhuma cena mais ousada deve ser exibida. No máximo, o casal aparecerá se acariciando no rosto, como já tem feito. Mas Clara, bem mais à vontade na casa de Marina, não deixará dúvidas de que, finalmente, assumiu o romance. Antes de irem à feira, elas vão assistir a um filme romântico na TV. A essa altura, Clara já se separou de Cadu (Reynaldo Gianecchini), mas tem a guarda do filho Ivan (Vítor Figueiredo) e continua morando em sua própria casa. Ela vive um dilema: como contar ao filho sobre seu novo relacionamento. Mas o romance entre as duas mulheres, previsto na sinopse de Em família, já passou da hora de decolar. Afinal, faltam menos de dois meses para o encerramento da novela.

JONAS MARRA PODE TER POUCO TEMPO DE VIDA
Especula-se nos bastidores de Geração Brasil (Globo) que o grande segredo de Jonas Marra (Murilo Benício) é que ele tem pouco tempo de vida e, por isso, quis voltar ao Brasil e encontrar um sucessor para comandar seu império de tecnologia. Um futuro desses explica porque o milionário ficou apavorado quando o “envelope grená” caiu em mãos erradas. E Verônica (Taís Araújo) ficará em estado de choque quando souber do terrível segredo pelo próprio Jonas. Vale lembrar que Jonas Marra é inspirado em Steve Jobs, que morreu depois de uma longa luta contra um câncer.

MAIS UM BOM REFORÇO  NO CAST DE HOMELAND
Uma das séries mais badaladas da TV, Homeland ganhará reforço de peso na próxima temporada. Trata-se do ator indiano Suraj Sharma, protagonista do filme As aventuras de Pi. Na quarta temporada da série estrelada por Claire Danes, Carrie estará em uma perigosa missão no Oriente Médio, e a luta contra o terrorismo ficará ainda mais acirrada. Suraj Sharma vai interpretar Aayan Ibrahim, um estudante de medicina que será uma nova fonte da agente da CIA. No Brasil, Homeland é exibida no canal FX (TV paga).

GLOBO LANÇA NOVELAS LOGO DEPOIS DA COPA
Depois da Copa do Mundo, três novelas vão entrar no ar, duas em julho e outra em agosto, na Globo. Mês que vem, dia 14, estreiam a temporada 2014 de Malhação e o remake de O rebu. Dia 21 será a vez de Império, trama de Aguinaldo Silva que vai substituir Em família. E em
4 de agosto, Boogie oogie entra no lugar de Meu pedacinho de chão.

ARGENTINOS ACHAM QUE  VÃO SE DAR BEM NO BRASIL
Sob uma ótica bem-humorada, estreia hoje, às 20h30, na Cultura (TV paga), a série Copa do caos, que narra as aventuras de dois argentinos, Pipo (Hernán Franco) e Charly (Juan Isola), fanáticos por futebol que resolvem viajar de última hora ao Brasil para a Copa do Mundo. Sem falar português e com pouco dinheiro no bolso, eles se metem em várias enrascadas. Entre elas o sequestro de um falso Neymar e a tentativa de invasão no Itaquerão. Com 12 episódios e exibida às segundas, quartas e sextas-feiras, é uma coprodulçao do Cine Group e a MTV, que já exibiu a série.

RIBALDINHO, O FENÔMENO
E se o assunto é Copa do Mundo, nada como um bom revival. O Viva (TV paga) exibirá, amanhã, às 20h30, um Sai de baixo especial com o episódio Voa Ribaldinho, voa, que foi ao ar originalmente em 1998, no início da Copa da França. Tom Cavalcante encarna um personagem que satiriza Ronaldo Fenômeno. Com os dentes separados e a famosa careca, Ribaldinho é o irmão mais novo do porteiro Ribamar, também interpretado pelo humorista. Ele foi convocado pelo técnico Zagallo e, como é menor de idade, precisa da companhia de um parente, o que causa muita confusão no apartamento do Arouche, já que ninguém tem dinheiro, mas, com inveja de Ribamar, querem assistir aos jogos do Mundial.

VIVA
O ator Thiago Mendonça está muito bem como o alcoólatra Felipe, na novela Em família.

VAIA
Fiuk não convence como o jornalista Alex, de Geração Brasil. Mais uma fraquíssima atuação. 

Pesquisa tenta evitar falência do fígado‏

Pesquisa tenta evitar falência do fígado 

Morte de células num dos órgãos mais importantes do organismo gera expulsão de DNA no local, provocando uma reação inflamatória grave, relatam cientistas do Departamento de Morfologia da UFMG

Isabella Souto
Estado de Minas: 09/06/2014


As imagens captadas com técnicas de microscopia mostram o fígado de um camundongo vivo, onde o DNA foi corado com uma sonda fluorescente verde, e as células do sistema imunológico, vermelha. Na primeira imagem (E), o animal está saudável. Na outra, as áreas verdes no fígado indicam os locais de células mortas e acúmulo de DNA. As células do sistema imunológico migram para os locais ricos em DNA (verde), em razão de uma ativação errônea, piorando o quadro da doença hepática  ( Gustavo Menezes/Divulgação )
As imagens captadas com técnicas de microscopia mostram o fígado de um camundongo vivo, onde o DNA foi corado com uma sonda fluorescente verde, e as células do sistema imunológico, vermelha. Na primeira imagem (E), o animal está saudável. Na outra, as áreas verdes no fígado indicam os locais de células mortas e acúmulo de DNA. As células do sistema imunológico migram para os locais ricos em DNA (verde), em razão de uma ativação errônea, piorando o quadro da doença hepática

Anualmente, entre 2 mil e 4 mil pessoas no Brasil sofrem de falência hepática pela ingestão exagerada de medicamentos, a chamada hepatite medicamentosa. A morte dessas células resulta na expulsão do material genético (DNA), que se espalha pelos vasos do fígado, provocando uma reação descontrolada do sistema imunológico – o que agrava ainda mais um quadro que pode levar o paciente a óbito. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG), que vem se tornando referência mundial em hepatologia.

Iniciado há quatro anos, o estudo tinha como objetivo encontrar mecanismos para evitar a falência do fígado e a necessidade dos transplantes, nem sempre suficientes para salvar a vida do doente. O que se verificou foi que a ingestão excessiva não só de remédios – mas também de anabolizantes e alguns chás para emagrecer – faz com que parte do fígado morra pela sobrecarga. Na tentativa de proteger o organismo, o sistema imunológico reage por meio de uma resposta inflamatória. “Nosso trabalho é impedir que isso ocorra”, diz o professor de biologia celular Gustavo Menezes, orientador da pesquisa.
Grupo de imunobiofotônica da UFMG que participou do trabalho: meta agora é descobrir   como e porque o DNA da célula morta se espalha nos vasos do fígado (Foca Lisboa/UFMG/Divulgação)
Grupo de imunobiofotônica da UFMG que participou do trabalho: meta agora é descobrir como e porque o DNA da célula morta se espalha nos vasos do fígado

E, ao que tudo indica, os alunos do doutorado e pós-doutorado Pedro Elias Marques e André Gustavo Oliveira parecem ter encontrado a solução para o problema. Todo o estudo está documentado em imagens captadas com técnicas de microscopia intravital usando microscópio confocal – instrumentos que permitem a visualização das células sem técnicas invasivas. Em uma delas, há um órgão cheio de DNA, material que foi destruído poucos minutos depois da aplicação de uma enzima.
Outras imagens revelam a ação de substância que impede que o receptor do DNA TLR-9 (presente no sistema imune) reconheça o material genético expulso da célula, evitando assim a reação inflamatória. Os dois medicamentos usados na pesquisa já existem no mercado e são indicados para outras patologias. No entanto, a pesquisa realizada no ICB demonstrou que eles teriam atuação eficaz para evitar a resposta negativa no organismo humano.

De acordo com o professor Gustavo Menezes, a Coordenadoria de Transformação e Inovação Tecnológica da UFMG (CT&IT) já entrou com o processo para obter a patente da formulação e o uso desses remédios no tratamento de doenças hepáticas. O próximo passo será buscar o apoio financeiro e tecnológico da indústria farmacêutica para a realização do teste clínico em humanos – processo que poderá levar de cinco a 10 anos.

Transplante Com a descoberta, a ciência está trazendo à medicina a possibilidade de evitar a falência do fígado – quadro em que mais de 70% do órgão já esteja tomado e que, uma vez constatada, não traz outra alternativa ao doente senão o transplante. “O paciente com a falência hepática é grave, tem um custo enorme para o sistema de saúde e muitas vezes não é salvo pelo transplante”, ressalta Menezes. Além disso, o novo procedimento poderá ser realizado até mesmo para o fígado que será transplantado, aumentando as chances de sucesso.

Embora todo o trabalho tenha sido voltado para o fígado, o professor da UFMG diz que é possível a sua aplicação em outros órgãos. Até porque um problema hepático pode trazer reflexos para o resto do corpo, pois os produtos de células mortas liberados entram na circulação sanguínea e podem ativar o sistema imunológico em outros órgãos, como por exemplo o pulmão, que tem vasos muito finos e cheios de leucócitos, que, ao serem ativados de forma errada, provocam a sua destruição.
E engana-se quem pensa que o trabalho realizado na UFMG chegou ao fim. O próximo passo do grupo de cientistas é descobrir como e por que o DNA da célula morta se espalha pelos vasos do fígado. O objetivo? Chegar a outro medicamento, desta vez, que impeça a ocorrência do fenômeno.

A PESQUISA

» Problema

Como o sistema imunológico lida com a morte de células causada pela ingestão exagerada ou errônea de medicamentos?

» Objetivo

Criar alternativas para o tratamento de pacientes com doenças hepáticas, evitando a falência do fígado.

» Conclusão

Durante o processo de morte da célula pela ingestão de remédios, parte do DNA se acumula no fígado. O sistema imunológico reage para destruir esse DNA, mas, junto, ataca células vivas, agravando a lesão.

» COMO FOI O TRABALHO


Para chegar ao resultado, a equipe de 11 profissionais do grupo de imunobiofotônica da UFMG usou animais geneticamente modificados para que as células do sistema imunológico brilhassem, permitindo sua visualização.

» O primeiro passo foi visualizar o acúmulo hepático de material genético oriundo de células mortas (DNA), por meio não invasivo;

» Em seguida, imagens do fígado do animal foram analisadas em alta resolução por microscopia intravital confocal;

» Para elucidar ainda mais os mecanismos, foram isoladas células hepáticas (hepatócitos) e produzidas imagens do mesmo fenômeno in vitro.  

Eduardo Almeida Reis - Sumiço‏

Sumiço 
 
É simplesmente doloroso demais admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos enganados 
 
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 09/06/2014




O economista Virgílio Guimarães de Paula e o sociólogo Paulo Gabriel Godinho Delgado, fundadores do Partido dos Trabalhadores, tomaram chá de sumiço. Ambos foram deputados federais por diversas legislaturas e deram às de vila-diogo da política partidária sem aviso prévio, fenômeno que foi explicado no livro O Mundo assombrado pelos demônios, de Carl Sagan, um dos maiores IQs de que o mundo teve notícia. IQ, como sabe o leitor, vem de intelligence quotient. No dicionário do doutor Bill Gates encontro: “measure of intelligence – a measure of somebody’s intelligence, obtained through a series of aptitude tests concentrating on different aspects of intellectual functioning. An IQ score of 100 represents average intelligence”.

Carl Sagan explicou o sumiço de Virgílio e Paulo: “Uma das lições mais tristes da história é a seguinte: se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é rejeitar qualquer evidência de logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou. É simplesmente doloroso demais admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos enganados. Se deixamos que um charlatão tenha poder sobre nós, quase nunca conseguiremos recuperar nossa independência. Por isso, os antigos logros tendem a persistir, enquanto surgem outros novos”.

Pessoalmente honestos e bem-intencionados, o economista e o sociólogo acreditaram no PT. Quando viram a ladroeira em que o partido se especializou, conseguiram recuperar a independência e caíram fora para cuidar de suas vidas. O deputado André Vargas, agora sem partido, ameaça cuspir tudo que sabe: quem levou quanto, quando, onde, como e por quê. Por muito menos, o prefeito Celso Daniel foi retirado de um carro blindado e terminou do jeito que todos viram. Falta muita gente na Papuda.

 Notas fosfóricas
Faz tempo que lido com fósforos, hoje de preferência os extra longos da Swedish Match do Brasil S.A, que garante “Madeira 100% Reflorestada”: palitos que não queimam bem, mas são ecológicos. Quando morei na roça, os filhos dos compadres cascavam fogo no mato seco usando palitos pequenos e os incêndios destruíam municípios inteiros.

A Swedish Match nos conta pela internet que um alquimista de Hamburgo, Alemanha, chamado Henning Brandt, foi quem descobriu acidentalmente, em 1669, o elemento químico batizado fósforo, do grego phos “luz” + phoros “transportador”, quando tentava produzir ouro a partir de urina. Alquimistas podem ser meio malucos e o nosso Houaiss diz que a etimologia de fósforo vem do latim phosphòrus,í “a estrela-d'alva”, do grego phósphóros,os,on “idem”, mas o Diccionario de La Real Academia Española concorda com a Swedish Match: “portador de luz”.

A descoberta de Brandt chegou ao conhecimento do físico inglês Robert Boyle (1627-1691), que criou em 1680 uma folha de papel áspero com a presença de fósforo, junto com uma varinha com enxofre, elemento que se incendeia com facilidade, em uma das pontas. O calor provocado pela fricção da varinha com a superfície áspera fazia o fósforo liberar faíscas incendiando o enxofre.
Na época era uma curiosidade muito cara. Só em 1826 os palitos de fósforos, então com 8 centímetros de comprimento, começaram a se popularizar, mas tinham o inconveniente de incendiar-se sozinhos dentro da embalagem, problema só resolvido em 1855 com os “fósforos de segurança” recobertos com um isolante que não os deixava pegar fogo à toa, produto que passou a ser fabricado pela Fiat Lux no Brasil no século passado.

A história do fósforo é divertida. Sugiro que o leitor veja no Google a “História do Fósforo – Swedish Match”, porque preciso falar da minha descoberta. As caixas de extra longos têm de um só lado aquelas tiras marrons, ásperas, em que a gente risca os fósforos, em média 50 palitos por caixa. O bobo que lhe fala riscava ao comprido e logo acabava com a aspereza da faixa. Semana passada, num raríssimo acesso de inteligência, passei a riscar a faixa na perpendicular, o negócio funcionou à maravilha e você acende os 50 palitos quando ainda resta metade da faixa áspera. Acabo de descobrir que a faixa marrom tem 11 cm e cada palito extra longo 9,5 cm.
 
O mundo é uma bola

9 de junho de 53 – Nero se casa com Cláudia Otávia; 9 de junho de 62 – Cláudia Otávia se suicida; 9 de junho de 68 – o imperador Nero se suicida.

Em 1448, Afonso V de Portugal alcança a maioridade e assume o reino. Em 1775, criação da PM-MG com o nome de Regimento Regular de Cavalaria de Minas: vai ter trabalho na Copa das Copas. Em 1921, a Organização Internacional do Trabalho adota o espanhol como terceiro idioma oficial.

Em 1597 morreu José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo, jesuíta espanhol recentemente canonizado como brasileiro. Hoje é o Dia do Tenista, do Porteiro, de Anchieta e do Funcionário Público responsável pelo apenso. No Brasil não há dia que não seja do funcionário público, daí a necessidade de dizer que hoje é o do responsável pelo apenso.
 
Ruminanças

“Os funcionários são como os livros de uma biblioteca: os menos úteis é que são colocados mais alto” (Paul Masson).

A busca da rapidez e do menor custo não pode dispensar a segurança - Mauro Ribeiro Viegas Filho

Qualidade das obras públicas 
 
A busca da rapidez e do menor custo não pode dispensar a segurança
Mauro Ribeiro Viegas Filho
Presidente do Conselho da Associação Brasileira
de Consultores de Engenharia (ABCE)

Estado de Minas: 09/06/2014


O calcanhar de Aquiles da administração pública é chegar ao equilíbrio entre a eficiência na aplicação de recursos e a missão de democratizar o bem-estar e diminuir as diferenças sociais da população, com transparência e eficácia. E o que vemos nos últimos anos é justamente esse esforço, nas diversas esferas do poder, de expurgar os entraves de uma máquina conhecida por sua burocracia e morosidade. No entanto, essa eficiência não pode e não deve dispensar a qualidade e as medidas de segurança. A Associação Brasileira de Consultores de Engenharia chama a atenção para o retrocesso que representa a aprovação da MP 630. Semana passada, em votação simbólica, a Medida Provisória 630 passou pelo crivo do Senado. Essa MP impõe restrições ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) apenas para obras de presídios.

Nós, da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia, vemos com temor a adoção do sistema de “contratação integrada”, que determina que uma mesma construtora projete e construa uma obra. Para isso, seria necessário apenas um anteprojeto, dispensando a apresentação de um projeto básico. O RDC limita a aplicação da modalidade da “contratação integrada”, um dispositivo que agilizava a contratação de empresas para obras de serviços altamente especializados de engenharia, como aqueles que exigem e apliquem inovação tecnológica ou de metodologias de uso exclusivo. Nós, da ABCE e de demais entidades da engenharia, combatemos a falsa ideia de que chegar a patamares cada vez mais baixos em orçamentos de licitações de obras técnicas é uma boa prática de gestão. Ao contrário, garantir preços baixos nem sempre significa chegar à excelência. Ao invês vez disso, estaríamos estimulando uma prática danosa de mercado. Queremos, sim, garantir qualidade e eficiência, que muitas vezes custam caro pela aplicação de métodos e técnicas mais modernas e seguras. É por isso que lutamos pela alteração do RDC, a fim de impedir lances sucessivos de redução dos preços das licitações para serviços técnicos de engenharia e a falsa impressão de que estes têm necessariamente orçamentos superfaturados. A ABCE continuará combatendo essas práticas danosas para a sociedade quanto aos custos e à qualidade dos investimentos públicos. A contratação de serviços de consultoria deve ser prévia e independente da contratação das obras.

Os prazos adequados para a maturação do projeto e precificação visam a garantir riscos mínimos, custos adequados e segurança de contratos, como impõe a Lei 8.666/93 vigentes, e se pratica mundo afora. A MP 630 aprovada no Senado volta agora para a Câmara dos Deputados e caduca no dia 2 de junho. É hora de o setor voltar sua atenção ao PL 559/2013, que pretende “modernizar” a lei 8.666/93. A ABCE já encaminhou à relatora, a senadora Kátia Abreu, sua avaliação de vários dispositivos do PL. O texto deverá passar pelas comissões de Economia, Infraestrutura e Constituição e Justiça. É hora de a sociedade civil conhecer nossa luta, que interessa a todos os cidadãos de bem.