domingo, 24 de maio de 2015

Bá, agora tu me pegou - Martha Medeiros

Zero Hora 24/05/2015

Tenho vontade de abraçar afetuosamente aquele que se confessa inapto para explicações com tanta gente enrolando por aí
O texto em que condenei os serviços prestados em estabelecimentos comerciais de Porto Alegre (Chardonnay Tinto, publicada em Zero Hora do dia 13 de maio) teve um retorno expressivo. Alguns empresários me alertaram de que o problema não se resume a treinamento há também muita falta de comprometimento dos funcionários, que optam pelo rodízio de empregos em vez de se dedicar a um plano de carreira.
Feito este registro, o que restou foi a concordância maciça dos leitores e relatos de casos engraçados envolvendo atendimentos sofríveis. Da série rir para não chorar.
O que mais me divertiu foi uma frase clássica que se aplica em restaurantes no momento em que pedimos para o garçom esclarecer o modo de preparo de um prato. Sabe-se que o cliente não tem superpoderes para adivinhar do que se trata o “Filé Gruta Azul” ou o “Frango à moda do chef” e, se a descrição não está no cardápio, só resta perguntar: como é que é? Não raro o garçom, simpático e solícito, responde: “Bá, agora tu me pegou”.
Com você, nunca?
Não só em restaurantes. Você entra numa loja e pergunta se tem aquela calça verde da vitrine, só que na cor preta. “Bá, agora tu me pegou.” Dá para pagar com cheque? “Bá, agora tu me pegou.” O feriado é na terça, a loja abrirá na segunda? “Bá, agora tu me pegou.”
É a expressão que define o atendimento gaúcho. Estão todos os elementos ali. O orgulho local (“Bá”), nenhuma cerimônia com desconhecidos (“tu”) e a concordância verbal peculiar (“me pegou”) – sem falar na comédia toda. Pô, o sujeito não tinha decorado essa parte. Como será feito o raio do Filé Gruta Azul? É um convite para chutar, mas melhor não. Bora perguntar para o cozinheiro. E torcer para que ele saiba.
Recentemente, eu estava na padaria de um súper sem ninguém para atender no balcão quando vi uma moça uniformizada empilhando umas embalagens ali ao meu lado. Perguntei se era ela quem atendia naquele setor, e ela confirmou assim: “Tu tá com pressa?”.
Inúmeras vezes entrei em lojas cujo atendente estava de olho no seu smartphone e nem levantou a cabeça para dar bom dia, e lembro também... Ah, deixa pra lá, isso já está virando bullying. Fiquemos com a graça da coisa: “Bá, agora tu me pegou”.
Tenho vontade de abraçar afetuosamente aquele que se confessa inapto para explicações. É um indefeso. Não está preparado para enfrentar perguntas difíceis. Tanta gente enrolando por aí, enquanto ele revela sua fragilidade sem subterfúgios. Admite a própria limitação. Mas, obstinado em acertar, vai em busca da resposta.
“O cozinheiro disse que o filé Gruta Azul, moça, é na verdade uma maminha temperada com muita pimenta e que vem acompanhada com batatas ao molho picante e ervas.”

Ervas finas ou ordinárias?, você pergunta, só para zoar.

Saudoso e-mail - Martha Medeiros

“Não senhora, você não pode pensar nem cinco, nem dois, nem meio segundo, precisa escrever feito um raio, num flash, sem pestanejar’’

 Quando o e-mail surgiu, foi considerado um meio prático, porém frio de se corresponder. Mas agora que o e-mail foi reduzido a pó pelo Face, WhatsApp & cia., agora que ele sobrevive apenas para a troca de mensagens profissionais (e olhe lá), agora que ele respira por aparelhos, já podemos lembrar, nostálgicos, de como ele era refinado.

O e- mail entrava discretamente na sua caixa de mensagens e ficava ali, quietinho, aguardando pacientemente o momento em que o destinatário pudesse lê- lo e respondê-lo. Havia todo o tempo do mundo para isso. A resposta podia ser bem articulada, revisada e enviada sem nenhuma aflição. Claro que não era agradável deixar alguém aguardando uma semana, mas na maioria das vezes não levava tanto tempo assim, o retorno geralmente era dado no mesmo dia ou no dia seguinte, e isso era suficiente para comemorar esta vibrante conexão virtual.

Isso foi ontem. Anteontem. Um século atrás. Dá no mesmo.

Agora você troca mensagens instantâneas, um toma-lá-dá-cá que faz todo mundo parecer meio esquizofrênico. A questão do corretor de texto é uma insanidade. “Oi, Patricia!’’ se transforma em “Ouviu, patife!’’ e o que era para ser um gentil cumprimento vira um insulto. Não preciso dar outros exemplos, você passa por isso todos os dias: corrigir com avidez as bananices que o corretor comete à revelia.

Mas o mais grave nem é isso.

É ter que responder de bate-pronto. Eu às vezes não sei exatamente como reagir a algo que me escreveram, gostaria de ter ao menos cinco minutos para processar a informação e entender o que estou sentindo antes de mandar uma resposta, cinco minutos não é tanto tempo assim, é? Ora, em cinco minutos o interlocutor já se atirou do oitavo andar, sentindo-se rejeitado pelo meu silêncio. Não senhora, você não pode pensar nem cinco, nem dois, nem meio segundo, precisa escrever feito um raio, num flash, sem pestanejar, porque o outro está digitando ao mesmo tempo e isso configura um duelo, ganha quem disparar primeiro. Portanto, seja ligeira e tenha presença de espírito — ia esquecendo: é imperativo mostrar que é engraçadinha.


Só que não sou engraçadinha. Sou cautelosa. Ponderada. Gosto de construir frases. Criar raciocínios. Sou escritora, dê um desconto. Não consigo me contentar com frase de telegrama, que é uma coisa bem antiga, se não me falha a memória.

Bom mesmo seria se a gente continuasse a se comunicar frente a frente, transmitindo nosso estado de espírito com o próprio rosto, sem precisar do auxílio de algum emoji. Se a gente pudesse falar com calma e o outro responder com calma. Mas isso parece que também é coisa muito antiga.
Nasci atrasada, estou sempre correndo atrás do tempo: aquele tempo que o e-mail me dava pra pensar.      
  • 24 mai 2015
  • O Globo
  • Martha Medeiros martha.medeiros@oglobo.com.br

Luzes da ribalta

Luzes da ribalta 

Cauby Peixoto volta (mais uma vez) ao centro da cena, com lançamento de documentário. Ator Diogo Vilela planeja nova temporada do musical em que interpreta o cantor


Ailton Magioli
Estado de Minas: 24/05/2015



O cantor Cauby Peixoto em registro de 1961. Hoje, aos 84 anos, ele é tema do documentário Cauby - Começaria tudo outra vez, que estreia na quinta (JEAN SOLARI/O CRUZEIRO/EM BRASIL)
O cantor Cauby Peixoto em registro de 1961. Hoje, aos 84 anos, ele é tema do documentário Cauby - Começaria tudo outra vez, que estreia na quinta

O que mais fascina o documentarista Nelson Hoineff, de 66 anos, em Cauby Peixoto, 84, é o eterno recomeço do cantor, que, não por acaso, está de volta à cena em variadas frentes, depois do susto pregado pela diabete, que o levou a uma internação recente.

Hoineff é o diretor do documentário Cauby – Começaria tudo outra vez, que estreia na próxima quinta-feira em cinco capitais, incluindo Belo Horizonte. Apesar da demora de quase uma década para a conclusão do filme, o título se manteve todo o tempo na cabeça do cineasta – e sempre pertinente.

Hoineff decidiu abordar a trajetória do cantor – um dos raríssimos remanescentes da era de ouro do rádio brasileiro, ao lado de Angela Maria, 86, confrontando permanentemente o artista e o personagem que ele criou para si.

“O recomeço constante é um desejo do próprio Cauby, que, além das inúmeras plásticas (nunca admitidas), renova o repertório com uma enorme frequência, às vezes para melhor, às vezes para pior”, afirma Hoineff, que diz encontrar paralelos da trajetória do cantor apenas em nomes como os de Beth Carvalho, Caetano Veloso e João Gilberto. “Além do dom vocal, nos shows eles praticamente contam uma história.”

NOVO DISCO Não só a estreia de Cauby – Começaria tudo outra vez está jogando novas luzes sobre o cantor, cujos fãs vão de “uma velinha de 90 anos até um casal de 20 anos”, como observa Hoineff. Até o fim do mês, deve ser lançado o disco Cauby sings Nat King Cole, com shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mais: recuperado da crise provocada pela diabete, o eterno intérprete de Conceição voltará a se apresentar no Bar Brahma, no Centro de São Paulo, onde cumpre temporada semanal há 12 anos.

No filme, Cauby surge literalmente brilhante, vestindo um blaser de tecido resplandescente. A canção escolhida para abrir o documentário é Minha voz, minha vida, composta especialmente para ele, por Caetano Veloso. Ao longo dos 90 minutos de exibição, o público se assenta em três pilares: além da ideia do eterno recomeço, o modelo de interpretação atemporal de Cauby Peixoto e a sinergia entre ele e a plateia, que transcende gerações.

No início do filme, o espectador é levado para o subúrbio carioca (Olaria) onde vive Tadeu Kebian, de 15 anos. Fã incondicional do cantor, que conhece na  infância por influência de seu avô, ao ficar sabendo da realização do documentário, ele tomou a iniciativa de entrar em contato com a produção.

Que ninguém vá assistir a Cauby – Começaria tudo outra vez em busca de revelações. Figura historicamente contraditória e dúbia, o cantor até se expressa sobre a sexualidade, admitindo experiências homossexuais na infância. Mas acaba manifestando preconceito sobre o tema, além de se atribuir um romance com a atriz Dorinha Duval, que a própria nega no decorrer do filme.

DUALIDADES Como lembra o biógrafo Rodrigo Faour, em depoimento no filme, ao longo de sua trajetória, o cantor se destacou pelas dualidades: chique e brega, popular e sofisticado, masculino e feminino. Segundo Thiago Marques Luiz, produtor musical de Cauby Peixoto, ele gostou do filme, assim como do musical Cauby! Cauby!, de Flávio Marinho, protagonizado por Diogo Vilela, e da biografia Bastidores – Cauby Peixoto – 50 anos da voz e do mito, de Faour.

Com farto material televisivo de arquivo (TVs Excelsior, Tupi, Globo, Record, CNT e TVE) à sua disposição, Hoineff leva para a tela cenários antológicos como o auditório da Rádio Nacional e a Confeitaria Colombo, além de trazer à tona personagens como Edson Di Veras (1914-2015), o também famoso empresário do cantor, que não poupou esforços para transformá-lo em ídolo. Veras mandou extrair toda a arcada dentária de Cauby, aos 20 anos, para trocá-la por uma prótese, e contratou as famosas “macacas de auditório” que acompanhavam o artista das emissoras de rádio às ruas, sempre aos gritos.

Entre os momentos mais consagradores da carreira do cantor, Nelson Hoineff destaca a volta de Cauby ao Rio, nos anos 1950, depois da temporada americana, onde, além de se encontrar com Nat King Cole, Louis Armstrong, Bing Crosby e Carmen Miranda, fez um único filme em Hollywood (Jamboree, de Roy Lockwwod); e a gravação de um disco com composições originais de Caetano Veloso (Minha voz, minha vida) e Chico Buarque (Bastidores), entre outros astros da MPB, já nos anos 1980. Ainda nos 1950, ele foi o primeiro a interpretar e dançar um rock (Rock’n ’roll em Copacabana), que gravaria a seguir.

Preparando-se para voltar a encenar, no ano que vem, o musical em homenagem a Cauby, Diogo Vilela diz que será a primeira remontagem da carreira dele. “E como disseram que Cauby estava desanimadinho, acho que será uma boa homenageá-lo em vida”, diz o ator.

Para Vilela, trata-se de “um intérprete precioso de canções, que faz parte do inconsciente coletivo brasileiro”, a exemplo do mineiro Ary Barroso, que ele também interpretou no teatro, além de Nelson Gonçalves. “Temos de parar com a nossa falta de memória e aprender a gostar da gente mesmo. No Brasil, vive-se o mito do importado”, afirma Vilela, detentor dos prêmios Shell e da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pelo espetáculo. Ele ficou dois anos estudando canto e se aperfeiçoando para viver Cauby.


Um cantor polêmico que se fez eterno

Rodrigo Faour*

Hoje, todo mundo fala bem de Cauby. Ainda bem! Mas nem sempre foi assim. Cantor polêmico, incomodou muita gente no início de sua explosão, a partir da gravação de Blue gardenia, seu primeiro grande sucesso, em 1954. Ocorre que foi lançado com uma agressiva estratégia de marketing do saudoso empresário Di Veras, para que em pouco tempo se tornasse “o maior cantor do Brasil”, o que de fato se concretizou.

Para conseguir manter os holofotes de uma indústria cultural ainda em formação sobre seu pupilo, valia quase tudo o que depois passou a ser banal com outros artistas: deu-lhe um banho de loja, plantou notícias, criou slogans, sugestionou que as fãs suspirassem e desmaiassem por ele... Fora o fato de que nem sempre se conseguia ouvi-lo direito no rádio, porque suas fãs estavam numa constante histeria coletiva.

Os mais refinados torciam o nariz, ainda mais que o rapaz tinha um jeito delicado, incomum para um país ainda mais machista do que hoje. O tempo passou, o repertório de grandes versões e sambas-canções acrescentou bossas novas e umas breguices aqui e ali. Depois, mais longe dos estúdios, virou o rei da noite, cantando em boates – até na de sua propriedade, o Drink, em Copacabana, entre 1964 e 1968 – e churrascarias do país inteiro.

Em 1980, a redenção! Munido de um repertório reciclado e de uma nova estratégia de marketing, desta vez da Rede Globo e da Som Livre, Cauby voltou à moda – e ganhou aquilo que lhe faltava, o prestígio dos formadores de opinião, incluindo a grande imprensa. Descobriram que Cauby era um grande cantor subestimado.

E a partir de então, não passa cinco anos sem que alguém o redescubra e seu legado venha à tona. E ele soube tirar partido disso. Em busca do tempo perdido, gravou muito. Tudo o que quis e em outros tempos não teve oportunidade. Além disso, manteve o estilo, o glamour, a delicadeza e a extravagância, mostrando que imagem, voz, estilo e respeito ao público podem ser eternos.

*Rodrigo Faour é jornalista, produtor, historiador de música brasileira e biógrafo de Cauby Peixoto

EM DIA COM A PSICANÁLISE » Consumidos pelo excesso

Regina Teixeira da Costa
Estado de Minas: 24/05/2015 



A vida anda corrida para a maioria das pessoas. Pelo menos é a impressão que se tem. Interessante, o relógio anda no mesmo compasso. Então, que tipo de vida moderna é essa da pressa, da falta de tempo, da dificuldade de encontrar amigos e sair pra relaxar? Será que virou moda dizer que falta tempo? Dizer que estamos sempre ocupados é valorizar o passe?

Não é só isso. De fato, moramos em grandes cidades, o deslocamento é mais difícil por causa das distâncias e do trânsito geralmente caótico. Tempo é dinheiro! Trabalha-se muito mais. Pra comprar coisas que nem usamos tanto, somos seduzidos pela oferta excessiva . Outro dia, peguei o caderno Divirta-se para ver o que ele trazia sobre o Bairro do Prado. A profusão de bares, restaurantes e pizzarias me surpreendeu.

A semana é curta para tanto trabalho. O fim de semana é curto para tanta oferta. Exposições, cinema, amigos e ainda descansar. O sentimento é de que todo o tempo é pouco para tanto. Não bastassem os aspectos externos que citei, ainda somos dotados da tal da subjetividade. Não estou reclamando... Seria contraditório, afinal, sou psicanalista, vivo disso!

Atentar para o desejo é algo que devemos praticar sempre, senão a demanda te suga inteiro. E não só a demanda externa, os atrativos sociais, culturais, os amigos, malhação, compras e tantas ofertas. Nós também somos cativos da demanda de amor. Por ele, deixamos o desejo de lado. Esse desejo te obriga a fazer cortes, que aliviam, evidentemente, mas para muitos são extremamente difíceis...

Queremos atender o outro para sermos amados. Temos dificuldade em abrir mão dos programas, perder uma coisa ou outra, pois ainda inventaram mais um imperativo categórico para nos torturar: quem não é visto não é lembrado!!! Quem inventou isso deve ser algum publicitário fissurado da propaganda, a serviço de sabe-se lá quais interesses.

Esse imperativo me dá verdadeiro pavor. Se fôssemos atendê-lo, correríamos o risco de ficar tal e qual temia a mãe de uma amiga de adolescência, que dizia: “Não vai sair todo dia, nem ir a todas as festas, senão vai ficar igual a arroz-doce”. Naquela época, isso doía nos nossos ouvidos. Hoje, seria um bálsamo sagrado!!!

É muito bom quando podemos dizer para nós mesmos que neste fim de semana ficamos por conta própria, só vamos fazer o que quisermos, sem compromisso a não ser com o desejo. E ninguém poderá nos corromper com seduções deliciosamente convidativas.

Afinal, se se esquecerem da gente, pegamos o telefone. Nada que um bom papo não resolva, matando saudades e preparando o próximo encontro. Infelizmente, hoje em dia as pessoas perderam a boa educação: convidam e resolvem tudo por WhatsApp!!! Que deselegância um moço chamar uma moça pra sair sem gastar um telefonema... Isso não é de bom agouro. Preservar um pouco dos homens de antigamente não faria mal nenhum – e de mulheres também. Afinal, até para encontros amorosos a pressa é o tom mais comum: sair e ir logo às vias de fato, sem tecer o afeto. Passado o afã da atração, nada resta. A maioria das pessoas se sente exilada e nem sabe dizer por quê!

Na pressa de amar, perde-se o amor, porque amor não obedece a vontades. Ele tem o seu tempo, e, caso não possamos lidar com ele com menos ansiedade, abortam-se as chances.

Viver é difícil de suportar, dizia Freud em O mal-estar na civilização (1927), porque a realidade nos contraria, decepciona, frustra, faz sofrer. E a busca incansável pela felicidade, essa busca que cada um faz a seu modo, produz maior sofrimento. Talvez a correria deste nosso tempo de mil ofertas atenda a um mecanismo de defesa, levando-nos a viver correndo para evitar sentir o que quer que seja.

Estamos sempre em desarmonia no quesito felicidade total. O outro, entre outras fontes de sofrimento, é a maior delas: nunca é o que esperamos. Porque é um chato? Não. É que o desejo é único e intransferível. Talvez por isso devamos ir mais devagar. Não adianta ir com tanta sede ao pote, atropeladamente, sem respeitar o espaço, o tempo e a sensibilidade do outro. Então, tem horas em que o menos vale mais. Mesmo.