terça-feira, 27 de maio de 2014

TeVê

TV paga



Estado de Minas: 27/05/2014



 (Discovery/Divulgação)


O aventureiro
O viajante solitário Ed Stafford (foto) está de volta ao Discovery. A emissora estreia hoje, às 23h10, a série Ed Stafford, o sobrevivente, redefinindo os limites de suas façanhas – uma das últimas foi cruzar a selva amazônica em uma caminhada que durou 860 dias! Em cada um dos cinco episódios da temporada, Ed vê a si mesmo preso por 10 dias em alguma parte do mundo, em hábitats selvagens, sem quaisquer ferramentas, equipamentos para acampar, mantimentos, água ou socorro – com ele, apenas a câmera que capta as imagens da luta pela sobrevivência na natureza inóspita. E tudo começa na selva de Brunei. Bear Grylls arranjou concorrência.

Abujamra vai provocar  o cineasta André Sturm


Antônio Abujamra recebe o cineasta e atual diretor do Museu da Imagem e do Som, André Sturm, na edição de hoje de Provocações, às 23h30, na Cultura. Dono da distribuidora Pandora Filmes, o cineasta conta por que a distribuição de filmes nacionais é um assunto tão complexo e polêmico no Brasil.

Futura exibe biografia  de Machado de Assis


A série de biografias do canal Futura reservou para hoje um programa sobre Machado de Assis. Maior escritor brasileiro de todos os tempos, filho de um pintor de paredes e criado no Morro do Livramento, Machado não teve educação escolar e ainda assim conseguiu chegar ao panteão dos escritores. Não frequentou grandes colégios, muito menos uma universidade, e se tornou jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. No ar às 23h.

Muitas alternativas na programação de curtas


A série CurtaDoc, às 21h, no SescTV, vai reunir três curtas-metragens: El predicador, do venezuelano Guillermo Brinkmann; e as produções brasileiras Miguel Batista, construtor de imagens, de José Luis de Freitas; e Cerveja falada, de Demétrio Paranarollo, Guto Lima e Luiz Henrique Cudo. No canal Curta!, as atrações de hoje são Superbarroco, de Renata Pinheiro , às 20h55; Paraná-Pucã – Onde o mar se arrebenta, de Jura Capela, às 21h30; O legado de Merce Cunningham, às 23h; e Heitor dos Prazeres, de Antonio Carlos da Fontoura, às 22h45.

Maria Cecília continua bonitinha. E ordinária


No pacotão de longas-metragens, o destaque de hoje é a estreia na nova versão de Bonitinha, mas ordinária, de Moacyr Góes, com Letícia Colin no papel da sapeca Maria Cecília, às 22h, no Canal Brasil. No mesmo horário, o Telecine Cult exibe a comédia Camille outra vez, da francesa Noémie Lvovsky. Ainda na faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: Argo, na HBO; Oblivion, no Telecine Premium; Ted, no Telecine Pipoca; Cold Mountain, no Studio Universal; O encantador de cavalos, no TCM; O viajante, no Cinemax; O bom rapaz, no Glitz; e A morte e a vida de Bobby Z, na MGM. Outras atrações da programação: Resident evil 4: o recomeço, às 20h15, no Universal Channel; Quero ficar com Polly, às 20h45, no Megapix; e A maldição de Chucky, às 23h55, no Telecine Premium.


CARAS & BOCAS » Puro êxtase
Simone Castro

Juliana Paes, que vive a irreverente Catarina, fala sobre tique da personagem em Meu pedacinho   de chão (TV Globo/Divulgação)
Juliana Paes, que vive a irreverente Catarina, fala sobre tique da personagem em Meu pedacinho de chão

Uma das composições de personagens que mais chamaram a atenção desde a estreia de Meu pedacinho de chão (Globo) foi a de Juliana Paes, que vive Catarina. Irreverente, fogosa, determinada e ansiosa, a Madame Epa vive batendo a ponta dos dedos uma na outra. É um tique que se acentua cada vez que Catarina fica mais agitada. O hábito ganhou destaque nas redes sociais. Juliana falou sobre o assunto ao site oficial da novela. Segundo ela, o tique surgiu na junção de três elementos: a palavra de ordem “êxtase”, que o diretor-geral e de núcleo Luiz Fernando Carvalho deu para ela; as aulas de corpo que teve com a preparadora Tiche Vianna e o beija-flor, animal que a atriz acredita que seja mais parecido com a mulher do coronel Epa (Osmar Prado). “Engraçado, esse tique tem mais razões de ser do que parece. Poderia dizer que ele é tão somente um tique nervoso, mas acho que é mais. É um caminho que encontrei de colocar no corpo uma inquietação que existe em Catarina, uma ansiedade que ela tem pela vida”, diz a atriz, relembrando o processo de construção da personagem. “Perto da data de gravar, nós nos juntamos para fazer uma dinâmica com todo o elenco. Quando vi, a minha Catarina tinha isso, essas mãos trêmulas, esse fricote.” E quem acompanha a trama já deve ter percebido que a mania está passando de mãe para filha. Pituquinha (Geytsa Garcia) está imitando a mãe, fazendo o mesmo gesto com as mãos. “As pessoas começaram a achar engraçado. Acho lindo, nós combinamos de fazer. É uma cumplicidade que a gente criou em cena e está sendo muito gostoso, cada dia melhor”, afirma a atriz.

CINE THEATRO BRASIL NA  PAUTA DA REDE MINAS


O Cine Theatro Brasil, projetado no estilo francês art déco e erguido em 1932, é uma das principais construções do patrimônio histórico de Belo Horizonte. Depois de quase 15 anos fechado, o prédio foi reaberto ao público e agora a história do local, que por décadas foi o ponto de encontro da sociedade belohorizontina, vai ser resgatada. No Opinião Minas, hoje, às 8h15, na Rede Minas, a professora Lúcia Ciccarini, da PUC-Minas, fala sobre o trabalho de levantamento histórico e memória de um dos cartões postais da capital.

DE BINÓCULO EM PUNHO,  RUÇO VAI VIRAR DETETIVE


No episódio ‘‘A vida alheia’’, de Pé na cova, (Globo) desta terça-feira, Ruço (Miguel Falabella) vai bancar o detetive. Depois de dar um mau jeito na coluna, o dono da F.U.I. é obrigado a ficar de repouso em seu quarto. Para ajudar o amigo a lidar com o tédio, Juscelino (Alexandre Zacchia) lhe empresta um binóculo e o orienta a observar a vizinhança. Habituando-se à rotina dos moradores do Irajá, Ruço acaba percebendo algo muito estranho no prédio em frente. Ainda na trama, Dr. Zóltan (Diogo Vilela) avisa que o tão esperado exame de DNA de Ruço e Clécio (Magno Bandarz) está pronto. Os dois se reúnem para, enfim, saberem se são mesmo pai e filho, mas o momento íntimo é perturbado pelos curiosos do bairro.

 (Band/Divulgação)


ORGANIZADAS E VIOLENTAS

O programa A liga, hoje, às 23h, na Band, desembarcou na Argentina para conhecer a Barras Bravas, uma das torcidas organizadas mais violentas e perigosas do mundo. Com a chegada da Copa do Mundo, essa e outras torcidas podem pôr em risco a paz dos jogos no Brasil. Cazé Peçanha ficou frente a frente com alguns integrantes da Barras Bravas (foto), que promete vir ao país. Em outra parte da atração, Mariana Weickert foi até a região amazônica conhecer vítimas do escalpelamento, um tipo de mutilação que faz a vítima perder total ou parcialmente o couro cabeludo. O acidente, que marca vidas para sempre, acontece quando o cabelo enrosca e é arrancado por motores de barco sem proteção.

VIVA
História de amor, reprise no canal Viva (TV paga) da bela trama de Manoel Carlos, que foi exibida em 1995 às 18h, na Globo, com Regina Duarte, José Mayer, Carla Marins, Nuno Leal Maia, Lília Cabral e grande elenco. Primorosa.

VAIA
Ísis Valverde se esquivou de responder perguntas no Altas horas (Globo) sobre seu suposto affair com Cauã Reymond. A atriz se mostrou incomodada com o assunto, mas esqueceu que quem está na chuva é para se molhar, né?

Heróis de carne e osso - Ana Clara Brant

Estado de Minas: 27/05/2014 


Trabalho dos bombeiros vai ganhar websérie mostrando os bastidores da vida dos policiais que salvam vidas (Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Trabalho dos bombeiros vai ganhar websérie mostrando os bastidores da vida dos policiais que salvam vidas

A maioria da população está acostumada a ver os bombeiros em situações de perigo, nas quais eles aparecem como verdadeiros heróis, mas poucos sabem quem realmente são essas pessoas e como é o dia a dia delas. Foi pensando nisso que o capitão do Corpo de Bombeiro de Minas Gerais, Thiago Miranda, decidiu criar uma ferramenta que unisse o útil ao agradável. Durante os cinco anos em que foi chefe de comunicação e também da adjuntoria de marketing da instituição, ele chegou a desenvolver com sua equipe projetos que focassem essa questão, aliando o entretenimento e a informação, e chegou, inclusive, a ganhar alguns prêmios.

 Agora, a empreitada é mais ousada: uma websérie. “Estamos praticamente todos os dias no noticiário por causa de tragédias, mas temos também esse papel importante que é o de desenvolver campanhas preventivas. E levar isso de uma maneira mais interessante, com mecanismos como o teatro, as animações, e agora essa série na internet, não é novidade, mas é uma maneira eficiente e divertida de apresentar nosso trabalho”, acredita.

Com o teaser já no YouTube, Hérois do fogo teve os recursos aprovados pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem a produção da Cinemarketing Filmes, do cineasta Guto Aeraphe, que tem no currículo a premiada Heróis (2011), websérie que conta a história de três heróis mineiros que perderam a vida na Segunda Guerra Mundial. “É uma temática de que gosto muito; essa coisa do suspense, da ação e, juntando tudo isso, levando o entretenimento como algo útil. Acho que um dos principais trunfos desse produto é que a gente sempre ouve e sabe o que ocorre depois da atuação dos bombeiros e, com a série, queremos mostrar o que ocorre antes e que eles são pessoas de carne e osso, que têm medos, dificuldades familiares, e que, apesar de heróis, são seres humanos”, frisa Guto.

Quadrilha Na história de ficção, escrita pelo capitão Thiago Miranda, com colaboração de Guto Aeraphe, o tenente Mirra é um dedicado oficial do Corpo de Bombeiros que, ao ser convocado para combater um grande incêndio no Centro da cidade, descobre que existe uma quadrilha especializada em destruir imóveis com situação irregular por interesses financeiros. Mas a inconsequência dessa quadrilha acaba colocando em risco centenas de vidas e, então, ele precisará da ajuda de sua equipe para salvar as vítimas e punir os responsáveis pela tragédia.

O teaser contou com a participação de voluntários do próprio Corpo de Bombeiros – alguns, inclusive, com experiência no teatro –, mas a websérie, que terá cinco episódios de aproximadamente 10 minutos cada, contará com atores profissionais e um ou outro integrante da tropa. Segundo Miranda, a formatação do seriado – que deve começar a ser rodado no fim do ano – ainda não está totalmente definida. Mas o roteiro deve centrar na relação entre os próprios bombeiros, seus amigos e familiares; e também na relação com as vítimas resgatadas durante momentos de medo e tensão provocados pelos acidentes que colocam as vidas dos envolvidos em risco. “É um projeto que envolveu e vai envolver muita gente. Desde que o teaser entrou no ar, foi impressionante a quantidade de pessoas que entraram em contato conosco, inclusive bombeiros de outros estados. Muita gente está percebendo a importância desse trabalho, e espero que quando ele estiver totalmente pronto isso fique ainda mais evidente”, anseia o capitão.

Máquina de hemodiálise só para recém-nascidos - Bruna Sensêve

Estado de Minas: 27/05/2014 


O novo equipamento retira a quantidade exata de líquido dos bebês (Cláudio Ronco/Divulgação)
O novo equipamento retira a quantidade exata de líquido dos bebês

Aproximadamente 18% dos bebês que nascem com baixo peso sofrerão uma lesão renal aguda. O problema tem se tornado cada vez mais comum em crianças internadas, com uma incidência de quase 20% entre aquelas sob cuidado intensivo. A maior dificuldade, nesse caso, é que os equipamentos disponíveis para sanar a insuficiência renal foram projetados para adultos e precisam de adaptação quando usados em quem tem menos de 15 quilos, tornando o processo impreciso e precário.

Em um artigo publicado na edição especial da revista científica Lancet dedicada aos principais trabalhos em nefrologia, pesquisadores italianos apresentam um dispositivo de hemodiálise criado exclusivamente para bebês que pesem entre 2 quilos e 10 quilos. A equipe relata a primeira vez que o equipamento foi usado para salvar um recém-nascido na cidade de Vicenza, na Itália.

Em agosto de 2013, após ter submetido a nova máquina a todas as fases de testes in vitro e laboratoriais, o time de médicos liderados pelo professor Cláudio Ronco se deparou com um grave caso de falência múltipla de órgãos em uma recém-nascida com apenas 2,9 quilos e internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A pequena paciente piorou, emagreceu e precisou da hemodiálise. O novo equipamento foi, então, utilizado. “Vinte e cinco dias após o nascimento e depois de mais de 400 horas de tratamento, a hemofiltração foi interrompida. A bebê foi extubada e começou a avançar para a completa alimentação oral”, detalha Ronco.

Nesse momento, segundo o líder do trabalho, a menina estava com a circulação sanguínea estável, a condição respiratória restaurada e pesava 3 quilos. “Depois de 30 dias do início do tratamento, ela estava respirando normalmente, sem oxigênio suplementar, fazendo quantidades adequadas de urina e tinha a função de fígado regular. Em 39 dias, recebeu alta da UTI”, complementou o pesquisador.

A nova máquina para terapia de substituição renal contínua (CRRT), nomeada de Carpediem (uma sigla para máquina de diálise pediátrica cardiorrenal de emergência e também referência a uma expressão latina que significa “aproveite o dia”), tem como principal vantagem, segundo Ronco, evitar erros no volume de ultrafiltração – a diálise feita com equipamentos adultos em crianças tem uma tendência a não ser precisa na retirada do líquido: tira muito ou pouco. “No primeiro caso, leva à desidratação e à perda de pressão arterial. Quando sai pouco líquido, acaba levando à pressão arterial elevada e a edemas”, explica.

O equipamento utiliza ainda um cateter menor do que o tradicional, podendo, assim, evitar lesões de vasos sanguíneos. “Esperamos que o nosso sucesso incentive o desenvolvimento de outras tecnologias médicas – por exemplo fluidos e monitores – especificamente projetadas para bebês e crianças pequenas”, defende Ronco, que apresentará o estudo em Amsterdã, durante o congresso da Associação Renal Europeia e da Associação Europeia de Transplante e Diálise, com início previsto para o próximo dia 31.

DESCONECTADOS » LIGAD0S CONTRA o ABUSO‏

Pais e professores devem se capacitar para lidar com a tecnologia e poder acompanhar filhos e alunos no mundo virtual, a fim de evitar excessos e crimes, alerta especialista


Sandra Kiefer
Estado de Minas: 27/05/2014


Com 1,3 aparelho por habitante, o celular tornou-se praticamente uma extensão das mãos dos estudantes no Brasil, onde cerca de 70% dos jovens já têm perfil virtual publicado nas redes sociais. Isso embora o acesso à mais popular delas, o Facebook, seja restrito a maiores de 16 anos. Para se cadastrar, a maioria das crianças e adolescentes aumenta a idade ou inventa identidades falsas. E o pior: conta com a complacência dos pais, que apoiam a iniciativa ou simplesmente desconhecem as atividades dos filhos nas redes sociais.

Segundo a última pesquisa Kids on Line, de 2012, do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), ligado à Unesco, 62% das famílias estão pouco ou nada informadas sobre as atividades dos filhos na Web. Somente 38% dos pais estão totalmente inteirados sobre as postagens dos filhos, conforme o estudo, que entrevistou usuários entre 9 e 16 anos em todo o país. Eles divulgam nome próprio, endereço e até o telefone na rede mundial de informações.

“Uma coisa é certa: pais e professores precisam se capacitar para lidar com esta tecnologia e ser capazes de compartilhar informações com os filhos. Não adianta virar a cara para o Facebook”, alerta o psiquiatra Luiz Carlos Brant. Ele reuniu as famílias e profissionais de saúde em evento na UFMG, como forma de discutir estratégias para lidar com a invasão digital no cotidiano.

“Evito usar o Face, porque minhas tias aprenderam a entrar e ficam postando as minhas fotos em família. Apareço sempre com a cara horrível, de boca aberta ou olhos fechados. É o maior mico”, afirma o estudante B., de 12 anos, que, nestas ocasiões, pede socorro virtual à irmã e a uma prima, como forma de denunciar fotos ‘queima-filme’ postadas pelos parentes na internet. “Quando três usuários denunciam a foto, o Face é obrigado a apagar”, ensina o adolescente.

Nem sempre a solução para a publicação de fotos alheias é tão simples. Na escola onde B. estuda, os colegas espalharam as imagens dos seios de uma aluna, que havia enviado fotos íntimas ao namorado. Depois de uma briga do casal, o rapaz espalhou as fotos da menina para os colegas do WhatsApp. O colégio fez uma rápida intervenção, determinando que os alunos apagassem as postagens. Pela nova Lei da Web, constitui crime de pedofilia postar fotos íntimas de menores. Calcula-se que há 870 milhões de fotos eróticas, incluindo as de redes de pedofilia, circulando pela internet.


Fuga do celular no recesso da Copa


Pedro faz diversas atividades, por decisão da   mãe, para evitar ficar apenas ligado nos games (TÚLIO SANTOS/EM/D.APRESS)
Pedro faz diversas atividades, por decisão da mãe, para evitar ficar apenas ligado nos games


Com a proximidade das férias escolares, antecipadas por causa da Copa do Mundo no Brasil, os pais estão ansiosos para arranjar ocupação extra para os filhos. Caso contrário, crianças e adolescentes tendem a ficar ainda mais tempo no computador. “Já fiz a inscrição do Fernando no curso temporário de natação para as férias e também na orquestra do colégio, que vai continuar a ensaiar em junho. É preciso dar uma cutucadinha para eles saírem de casa”, diz a farmacêutica Jane Vilela Brandão, mãe do adolescente de 14 anos. Ela conta, orgulhosa, que o filho também devora livros, especialmente se o tema for mitologia grega.

Com a palavra Fernando Vilela, que concorda com os planos da mãe. “Se deixar, fico o dia inteiro no computador conversando com meus amigos”, admite o adolescente, que brincava no WhatsApp à tarde, quando a reportagem entrou em contato. “Minha mãe acabou de telefonar para ver se eu estava estudando. Tive de ser sincero, pois, se ela descobrisse depois a verdade, iria me colocar de castigo, sem acesso ao computador”, conta ele, que é incapaz de dizer o número da mãe na conversa pelo telefone. “Posso te passar uma mensagem pelo celular?”, pergunta o jovem.

“Aqui em casa, o ritmo é frenético. Não deixo sobrar tempo, senão ele vai direto para os games”, afirma a advogada Rúbia Borba, de 42 anos. Ela é mãe de Pedro, de 12 anos, que faz atividades complementares todos os dias da semana, menos na sexta-feira, quando costuma passear na casa dos amigos. Além de terapia e de inglês, o adolescente faz futebol, basquete e ginástica. “Não fico com dó, porque ele faz o que gosta. A veia dele é o esporte”, afirma a mãe, que já tentou também matricular o filho em aulas de música e teatro, sem sucesso.

“Se existe algo errado com o filho, que está mais arredio, a culpa não é do celular. Os aparelhos não funcionam sozinhos. Eles representam mais um indício de que a causa do problema”, lembra a pesquisadora da UFMG Luciana Alves. No mestrado, ela investigou a vida de crianças e adolescentes que tinham pouco contato com as ferramentas tecnológicas. “Comparando os testes das crianças que jogavam com as que não jogavam, os resultados mostraram que as usuárias desenvolviam maior atenção e inclusive despertavam o interesse de aprender inglês para lidar com os games.

Para evitar a mortalidade materna‏

Frederico Amedee Péret e Regina Amélia Aguiar
Médicos e membros da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig)
Estado de Minas: 27/05/2014 



Conforme estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mulheres morrem por dia devido a complicações durante a gravidez. Apesar do número alarmante, houve uma redução no índice de óbitos. A pesquisa aponta que em 1990 foram 532 mil mortes. Já no ano passado, 289 mil mulheres morreram devido a complicações relacionadas à gravidez e ao parto. Um quarto das mortes deve-se à hemorragia grave. Outras causas identificadas são hipertensão induzida pela gravidez (14%), infeções (11%), obstruções e outras complicações no parto (9%), complicações relacionadas com o aborto (8%) e coágulos sanguíneos (3%). Doenças previamente existentes, como diabetes, cardiopatia, infecção pelo HIV, malária ou obesidade também são apontadas como causas importantes.

A maioria dessas mortes poderia ser evitada se houvesse atendimento eficaz e em tempo hábil. Recentemente, dois dos mais conceituados autores do tema no mundo identificaram 10 fatores de risco que são os mais comuns entre as mulheres que vão ao óbito após o parto e deram 10 soluções para eles. A constatação desses sintomas e o tratamento adequado podem significar uma redução nos números de mortes, também no Brasil, que comemora amanhã (28/5) o Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna.

Um dos motivos que pode levar uma gestante ao óbito é a embolia pulmonar. Devido à limitação dos testes clínicos e diagnósticos na gravidez, a ocorrência desse mal tem aumentado nos últimos anos. Uma prática que deve ser comum, caso a mulher apresente os sintomas da doença, é a realização da tomografia de tórax, o mais rápido possível, e a administração de anticoagulante – heparina –, se a disponibilidade da tomografia não for imediata. Outro sintoma que deve ser avaliado, caso a gestante o apresente, é a falta de ar. Ele pode ser o primeiro sinal de um edema pulmonar, causa mais evitável de óbito materno. O procedimento mais correto a ser realizado é uma radiografia simples de tórax. Enquanto o resultado não é disponível, a grávida deve ser acompanhada de perto e, se preciso, receber suplementação de oxigênio.

A pré-eclâmpsia é outra situação grave que coloca em risco a gestante. Quando a pressão arterial ultrapassa 160x110 mmhg, é hora de o médico agir prontamente, para evitar hemorragia cerebral e outros problemas. Toda gestante nessa situação deve receber administração de anti-hipertensivo, preferencialmente por via endovenosa, para controlar a hipertensão. Portanto, não há razão para atrasar o tratamento, que deve ser feito como uma resposta imediata à situação.

As mulheres que possuem qualquer tipo de cardiopatia devem manter um acompanhamento com especialista durante toda a gestação, visto que poucos obstetras e cardiologistas têm experiência suficiente com doença cardíaca complexa na gravidez. Apesar das cardiopatias na gravidez não serem tão frequentes, elas são uma das causas da mortalidade, e por isso a necessidade do acompanhamento.

Outro fato importante é nunca tratar a hemorragia pós-parto sem um diagnóstico clínico simultâneo, uma vez que somente a hemorragia não é um diagnóstico, mas sim um sintoma clínico que precisa ser investigado. Entre as possíveis causas podem estar atonia uterina, retenção placentária, acretismo placentário, lacerações de trato genital e coagulopatia. Portanto, realizar o diagnóstico é essencial, pois serão exigidos tratamentos diferentes.

Esses são apenas alguns dos muitos fatores que podem levar ao óbito materno. É importante que o médico responsável pela paciente avalie cada caso e não demore a tomar as devidas atitudes para salvar vida da mãe e da criança. As práticas citadas acima foram desenvolvidas por grandes nomes da ginecologia e obstetrícia mundial após a observação de muitos casos. Seria interessante que todos os obstetras considerassem a incorporação dessas abordagens na prática clínica, já que lutamos pela vida.