sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Haddad quer promessas já no Orçamento de 2013


Mudanças previstas indicam pressa em cumprir compromissos de campanha

Novo governo quer reservar recursos para creches, fim da taxa da inspeção veicular e bilhete único mensal
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai negociar com a Câmara Municipal a reserva, já no Orçamento da prefeitura para 2013, dos recursos para bancar suas principais promessas de campanha.
Haddad prometeu acabar com a taxa cobrada para a inspeção veicular, criar o bilhete único mensal e construir 172 creches com verbas do governo federal.
Nenhum desses programas está previsto na proposta de Orçamento enviada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) à Câmara no fim de setembro.
Para a inspeção devem ser reservados R$ 180 milhões. Para o bilhete único mensal, até R$ 400 milhões -depender do percentual de aumento da tarifa para 2013 e dos cálculos de quanto o setor de transporte urbano vai ser desonerado com as medidas recentes do governo federal.
A equipe do prefeito eleito também fará a revisão dos valores previstos para a construção de casas populares. A promessa de campanha é fazer 55 mil unidades em quatro anos, o dobro do construído nos últimos sete anos.
A decisão de incluir os recursos no Orçamento indica que Haddad tem pressa em implementar as promessas, ao contrário do que deu a entender na entrevista coletiva de segunda-feira, a primeira após vencer a eleição.
Na ocasião, ele afirmou que esperava que tanto a inspeção veicular quanto o bilhete único mensal estivessem equacionados até 2014.
Depois, Haddad disse que foi mal interpretado.
O vereador Antonio Donato (PT), coordenador do grupo de transição do prefeito eleito, afirmou que não há dívida de que os programas serão implementados em 2013 e que a prioridade é garantir os recursos no Orçamento.
Ainda não está definido de qual área os recursos serão remanejados. Isso começará a ser estudado na semana que vem pela equipe de transição.
O bilhete único mensal, que terá versões semanal e diária, não depende de aprovação da Câmara Municipal. Sua criação pode ser definida por decreto do prefeito.
Antonio Donato, coordenador da transição de governo por parte de Fernando Haddad (PT), disse que a previsão é que ele seja implantado até meados de 2013, porque isso depende de questões técnicas -mudança de sistemas e atualização das catracas dos ônibus, por exemplo.
Já as creches estão as primeiras medidas da gestão Haddad. Ele pretende definir a desapropriação dos terrenos ainda nos primeiros dias do governo e, em seguida, solicitar os recursos para as obras do governo federal.
Durante a campanha, o petista criticou o prefeito Gilberto Kassab (PSD) por não ter apresentado o pedido.

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