segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Eduardo Almeida Reis-Mundo fashion‏


Estado de Minas: 09/09/2013 


O só fato de ser a terra natal de Ivete Maria Dias de Sangalo Cady faz com que Juazeiro, na Bahia, seja um dos municípios mais importantes do planeta. Foi lá que nasceu, em maio de 1983, o menino Daniel Alves da Silva, de família pobre, que desde cedo ajudava seu pai na roça plantando tomate, cebola e melão, reforçando as refeições da casa modesta com as aves que pegava em arapucas de bambu.

Menino que improvisava bolas de futebol com meias velhas e sacos plásticos, chegou a fazer pontas no filme Guerra de Canudos, do cineasta Sérgio Rezende, em troca de comida e cinco ou dez reais por dia. Passam-se os anos e o menino, que armava arapucas para reforçar a gororoba, ficou muito rico atuando na lateral direita do F. C. Barcelona e da seleção de Felipão como Daniel ou Dani Alves, cabeceando em autogolos admiráveis, como se diz em Portugal.


Se esta fosse uma coluna de fofocas seria o caso de dizer que, no Google, o baiano tatuado namora a atriz Thaíssa Carvalho, Tina em Malhação, Cida em Viver a Vida, Parni em Caminho das Índias, mas o titular de Tiro & Queda, voltado apenas para as altas cousas do espírito, prefere estudar o Alves fashion, que se considera elegante, de bom gosto, moderno – se veste conforme a moda prevalente e, mais que isso, parece fazer vestibular para estilista.


Vejamos. Tênis brancos sem meias, canelas de fora aparentemente depiladas, calça jeans dobrada na altura dos joelhos, referta de manchas de tintas das mais diversas cores. Sendo referta, é cheia, abundante, plena de manchas. Camisa branca, gravata fina e comprida, preta de bolinhas, paletó vermelho-cheguei, dois botões, mangas puxadas até os cotovelos, óculos escuros de grife e relógio que deve ser Rolex. Donde se conclui que é melhor não concluir nada e desejar que Thaíssa Carvalho, a indiana Parni em Caminho das Índias, seja muito e muito feliz.

Imprensa
Não contem comigo para investigações, denúncias e outras providências detestáveis, quando só estou aqui para louvar o bem e comentar o lado bom das coisas. Vejamos as críticas feitas ao ilustre Aldo Rebelo, ministro do Esporte, nascido em Viçosa no ano de 1956. A Wikipedia inglesa informa que Viçosa fica em Minas Gerais, motivo mais que suficiente para o viçosense mineiro processar a Wikipedia, o Google, a ONU e a extinta União Soviética, de cujo regime político o ministro continua entusiasmado partidário.


Que me lembre, além da Viçosa mineira este país imensamente grande e bobo tem cidades homônimas no Rio Grande do Norte do deputado Henriquinho, nas Alagoas do senador Collor e no Ceará dos irmãos Gomes. Aldo José Rebelo Figueiredo nasceu nas Alagoas, pronuncia “subzídio” e se veste com um colete Adidas amarelo-ovo, motivo pelo qual já foi chamado de ministro Adidas. Nossa Viçosa, a mineira, que teve sua universidade conspurcada pelo honoris causa outorgado a um apedeuta, não merece o castigo adicional de ser acusada do nascimento do ministro.


Criticaram-no por ter levado mulher e filho em avião da FAB para passar o carnaval em Cuba: “viagem de trabalho”, como explicou sua excelência. Entendo – e o leitor concordará comigo – que o alagoano Rebelo Figueiredo não tem culpa de ser ministro. Sua situação e a de muitos outros ministros e ministras é idêntica à da tartaruga no alto do poste: se um réptil da ordem dos quelônios aparece no alto de um poste é porque alguém o botou lá em cima.


Sendo quem é, o ministro é inimputável talqualmente os menores de 18 anos. Por via de consequência, sua mulher e seu filho também são inimputáveis e podem viajar nos aviões da FAB, sobretudo e principalmente para curtir o delicioso carnaval cubano. A condenar em todo esse episódio somente o fato de o ministro Adidas não se ter lembrado de me trazer duas caixas de charutos, dos bons. Contra pagamento em reais, é claro.

O mundo é uma bola
9 de setembro de 9 d.C., na Batalha da Floresta de Teutoburgo, uma aliança de tribos germânicas chefiada por Armínio dizima três legiões romanas. Claro que o chefe germânico não se chamava Armínio, mas Irmin, original alemão, através do latino Arminius. Hoje seria Hermann.


Em 1513, Jaime IV da Escócia é derrotado e morre na Batalha de Flodden Field. Em 1543, aos nove meses de idade, Mary Stuart é oficialmente declarada rainha da Escócia na cidade de Stirling. Em 1668, estreia oficial de O avarento, de Molière. Vi o filme na década de 50. Em 1776, o Congresso Continental autoriza a adoção do nome United States of America. Em 1791, fundação de Washington, d.C., a capital dos United States of America. Em 1884, é inventado o cachorro-quente, em inglês hot dog. Com ótimo pão e ótima salsicha continua sendo uma boa porcaria.


Em 1888, a armada do Chile toma posse da Ilha de Páscoa. Em 1932, Guerra do Chaco entre o Paraguai e a Bolívia. Em 1939, a Alemanha de Hitler invade a Polônia. Em 1948: independência da Coreia do Norte. Vai de vento em popa, a exemplo de Cuba dos irmãos Castro Ruz.

 Ruminanças
“Saber dissimular é o saber dos reis” (Richelieu, 1585-1642).

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