quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Eduardo Almeida Reis-Países‏

Presumo que a maioria esmagadora dos países conte com eletricidade doméstica pelo menos em algumas de suas casas


Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas: 26/09/2013 



A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece 191 países; Taiwan não entra na lista, e o Vaticano entra como “observador permanente”. O Comitê Olímpico Internacional admite 202, e a Fifa 205. Contudo, outra fonte diz que a instituição abriga 193, e o Departamento de Estado norte-americano, 195. As fontes falam em “países do mundo”, o que me permite supor que pensem nos países de outros mundos, como o do ET de Varginha, muito respeitado pelas autoridades federais brasileiras. Presumo que a maioria esmagadora dos países conte com eletricidade doméstica pelo menos em algumas de suas casas. Eletricidade implica necessidade de tomadas e o Brasil era acusado da invenção de um tipo único de tomada. Influenciável que sempre fui, penitencio-me das muitas vezes que critiquei os inventores da nossa tomada e creio ter aventado a hipótese de a invenção ter proporcionado no mínimo R$ 3 bilhões em “dividendos” a determinadas autoridades, que não especifiquei por desconhecer os seus nomes. É também possível e até mesmo provável que a invenção tenha rendido mais que R$ 3 bilhões. Contudo, por amor à verdade e graças à colaboração de um leitor do EM, devo admitir que a tomada existe na Suíça e o leitor confirmou sua compatibilidade com aparelhos “brasileiros” nas viagens que faz à Confederação Helvética. Além disso, mandou-me o link das tomadas do mundo inteiro, sem aquelas do país do respeitado ET, com fotos coloridas, especificações, tudo explicadinho, que não posso recomendar aqui porque tem um número imenso de letrinhas depois do http://.

Projetos

É da lavra de Abgar Renault a seguinte reflexão: “Só o impossível é digno de ser sonhado. O possível deixa-se colher no solo fácil de cada dia”. Deixemos o impossível por conta dos sonhos, que o possível vai sendo colhido no solo fácil de cada dia, e cuidemos dos projetos feitos quando investimos na Mega-Sena. Projetos que vão sendo alterados com o passar dos anos. Lamento não ter feito a lista dos meus. Desde sempre aposto um pouquinho – atualmente, R$ 14 em cada concurso – e só fiz duas quadras, uma de 800, outra de pouco mais de R$ 1 mil. Os sete números escolhidos variam ao sabor das circunstâncias e nunca me lembro deles depois de apostar, mas me lembro de alguns projetos que fiz. Houve tempo em que planejei dividir o prêmio por quatro, guardar um pedaço para garantir a minha velhice e distribuir os outros três às filhas. Isso, naturalmente, se o prêmio fosse graúdo, porque a minha quarta parte já tinha destinação: três meses embarcado num transatlântico para rodar o mundo, enquanto durassem as obras de conclusão da sede da fazendola que pretendia comprar. Oitenta vacas no leite, duas bandas largas para retomar o trabalho nos jornais, charutos e vinhos a montões, eventual companhia feminina no clima adorável do cerrado mineiro, a uma hora e 20 de Belo Horizonte. Mas isso foi há muito tempo: exatamente seis anos, um tempão. Hoje, faturando prêmio grande, faço uma holding com as meninas e aplico na Bovespa ou desando a construir pequenos prédios para vender, três ou quatro andares, sem elevadores, plantas padronizadas, bairros populares, compradores pobres. Só se ganha dinheiro com pobre. Tenho quem construa para mim. Nem pretendo visitar as obras. Bastam-me os charutos, as duas bandas largas, a biblioteca doméstica e 2 mil palavras/dia, que faço com um pé às costas. Afinal, a vida é uma só.

Bilhete

“Eduardo, sou seu seguidor desde os tempos em que você não era soldador em Itamarandiba nem laboratorista em Monte Alegre de Minas. Concordo com você na crítica às ‘inovações’ que os (principalmente jovens) repórteres (e repórteras) de nossos jornais, rádios e televisões vêm introduzindo na língua pátria. Uma das últimas inovações está no noticiário policial: ‘A vítima foi socorrida para o Hospital João XXIII...’ Nos meus velhos tempos de UH-Minas, Diário de Minas e EM, a vítima era socorrida no... O ‘para’ cabe no ‘levada’ ou ‘transportada’, concorda? Um abraço do A. M., também amigo do Lauro.” Concordo e muito agradeço a sua leitura há tanto tempo, de mesmo passo que louvo sua amizade com o Lauro, que suponho seja o paraopebense Diniz Silva.


O mundo é uma bola 

26 de setembro: faltam 96 dias para acabar o ano. Em 1907, independência da Nova Zelândia. Já li um caminhão de livros sobre esse país no tempo em que andei estudando assuntos leiteiros. Se puxar pela memória, fico o dia inteiro escrevendo sobre a produção de leite por lá. Os cinéfilos vão ficar felizes de saber que em 26 de setembro de 1909 foi fundado o mais antigo cinema do mundo, o Kino Pioner (Cine Pioneiro), por Albert Pitzke, na cidade alemã de Stettin, atual Szczecin, na Polônia. Em 1993, entra em órbita o PoSAT-1, o primeiro satélite português. Em 2005, Hélio Bicudo, Chico Alencar, Plínio de Arruda Sampaio e outras lideranças petistas caíram fora do partido, que ajudaram a criar, assustados com a honestidade da companheirada. Hoje é o Dia do Profissional de Relações Internacionais.


Ruminanças 

“O autor que se julga um grande escritor, além de antipático, é burro, imbecil” (Ariano Suassuna).

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