domingo, 13 de outubro de 2013

Desapego na infância‏

Desapego na infância 

Mário Quirino - Diretor do Instituto Você, especialista em programação neurolinguística (PNL)

Estado de Minas: 13/10/2013


O verbo apegar, entre suas várias definições, significa agarrar, segurar, afeiçoar, dedicar. Esses significados especificam o sentimento e o comportamento das crianças em relação aos pais. As figuras paterna e materna são referências de segurança, de confiança, de certeza e de bem-estar. Quando existe a separação, seja para ir à escola ou para ficar com a babá, a criança sente um impacto causado pela ausência dos pais. O apego é comum nos primeiros anos. A partir de então, é preciso dar mais liberdade às crianças, pois o desapego é reflexo da independência, da autonomia e da autoconfiança futuras, sendo o comportamento infantil um espelho da vida adulta. Pais superprotetores exercem papel importante nessa fase. Mesmo que queiram apenas proteger, podem acabar prejudicando, até sem perceber. Alguns pais têm receio e preocupação de o filho correr riscos e o mantêm sempre por perto. O excesso de zelo e de ansiedade é transferido para ele. Se os pais demonstram medo de deixá-lo sair à rua, certamente o filho criará esse temor, pois a criança reproduz o que aprende.

A programação neurolinguística (PNL) trata o desapego como um processo natural de desenvolvimento da criança. O grande ponto é como a experiência será registrada: positiva ou negativa, possibilitadora ou limitante. Isso quer dizer que as experiências e os registros impactarão diretamente na personalidade da criança e no que ela acredita. O cuidado deve ser redobrado nessa fase justamente devido à formação dos valores e das crenças. Se os pais resolvem viajar e não podem levar o filho, a atitude mais comum é deixá-lo com os avós ou com os tios mais próximos. O estilo de vida diferente do qual está acostumado e o modo de tratamento pode interferir positiva ou negativamente na experiência. Se for ruim, pode gerar insegurança, medo e fobia. A criança não vai querer mais se afastar dos pais, pois aquele episódio gerou uma sensação ruim e uma decepção, sentimentos com os quais a criança não consegue lidar.


Ficar longe dos pais também pode ser um bom aprendizado. A criança tem a possibilidade de se reconhecer como pessoa e o maior ganho é entender que ela tem personalidade e sonhos. Contudo, a criança pode interpretar uma situação inicialmente positiva como ruim. Nesses casos, a PNL atua na ressignificação do registro para proporcionar uma experiência que possa influenciar na personalidade da criança e nas crenças. Assim, é possível melhorar a autoconfiança, a capacidade, a autoestima e o comportamento nos casos de teimosia e de nervosismo, por exemplo.

A PNL também ajuda a superar o medo de abandono da criança, fazendo com que o desapego ocorra de forma espontânea, trabalhando aspectos como autonomia, autoconfiança e emoção. Os nossos comportamentos são pautados nas crenças e nos valores aprendidos desde cedo. É natural que a criança fique ansiosa quando está longe dos pais. Essa distância tende a fortalecer a relação familiar e estabelece limites, assim como cria mais autonomia. É importante que a criança não seja totalmente dependente dos pais, principalmente emocionalmente. A programação neurolinguística é uma técnica capaz de reprogramar experiências negativas, tanto na criança quanto no adulto. Quanto mais cedo se desenvolver, melhor será o crescimento pessoal na fase adulta.

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