sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Vende-se felicidade - Ana Clara Brant

Vende-se felicidade 
 
O cantor e ator Alexandre Nero lança o documentário musical Revendo amor com pouco uso quase na caixa. Trabalho mescla canções autorais e interpretações de temas da MPB 
 
Ana Clara Brant

Estado de Minas: 29/11/2013


O ator Alexandre Nero já tem oito discos gravados e começou a carreira cantando em bares de Curitiba (Sérgio Santoian/Divulgação)
O ator Alexandre Nero já tem oito discos gravados e começou a carreira cantando em bares de Curitiba

O ator e cantor Alexandre Nero anuncia: está vendendo felicidade. Seja na música ou na televisão, por uma feliz coincidência, esse é o mote do seu personagem, Armando/Hermes, o líder da comunidade misteriosa em Além do horizonte, e também do primeiro DVD da carreira, Revendo amor com pouco uso quase na caixa, que acaba de ser lançado. “Nos dois casos eu sou essa cara (risos). Enquanto no DVD comercializo de uma maneira irônica, é uma grande brincadeira, na novela me aproveito dessa necessidade das pessoas de querer comprar alguma coisa física para suprir a falta de outra. Vendo uma coisa que não tem como vender, é muito pessoal e abstrata”, explica o simpático artista curitibano.

Antes mesmo de se tornar um ator conhecido nacionalmente, Alexandre ganhava a vida cantando em barzinhos da capital paranaense. Tem nove discos gravados, mas está lançando o primeiro DVD da carreira. Aliás, um documentário ou filme musical, como nomeou o projeto. Gravado numa casa do século 19, em Curitiba, o trabalho reúne não só músicas autorais e também de outros compositores, como a graciosa regravação de A banda, de Chico Buarque, O mundo, de André Abujamra – que, inclusive, faz uma participação no filme – e, Não aprendi dizer adeus, de Joel Marques, além de making of, reuniões e cenas de bastidores. “Não é aquela coisa tradicional de um show gravado ao vivo e também não tem vários clipes. Acabamos passando uma semana sem público, só com os músicos e a equipe técnica dentro do casarão e registramos tudo: os ensaios, bate-papos e, claro, a gente tocando e cantando. É quase uma dramaturgia mesmo”, analisa.

Seja acompanhado do violão, da viola caipira, de um cavaquinho ou mesmo de uma banda formada por sete músicos, que dá uma sonoridade de fanfarra toda especial às faixas, Alexandre Nero também assina a concepção artística e o roteiro ao lado de Alan Raffo.

AMOR Boa parte do repertório no disco Vendo amor em suas mais variadas formas, tamanhos e posições, de 2011 e, por isso, o DVD Revendo o amor com pouco uso quase na caixa acabou sendo também uma extensão e uma revisão do álbum. “Ele reúne três possibilidades – ver, vender e revender. Além de eu estar revendo a minha própria obra, ofereço várias coisas. E coisas que não são muito comerciáveis, como a própria música que faço e o próprio amor”, diz.

Mas o ator, cantor e compositor ressalta que apesar de ter o sentimento como foco, o projeto não pode ser tachado como romântico e que ficou comum tratar o tema no cancioneiro popular. No entanto, faz questão de lembrar que o amor o qual se propôs a cantar é muito maior do que aquele entre um casal ou o retratado nos filmes e novelas. “É um amor habitual nosso, que passou por diversas transformações. Tento mostrar essas várias facetas, seja ele físico, romântico, a separação, o amor de uma mãe, de um pai, o amor ao próximo. É uma coisa muito maior e mais ampla”, destaca.

Com direção musical do produtor e maestro Gilson Fukushima, Revendo amor com pouco uso quase na caixa foi lançado oficialmente em meados de novembro, em apresentação no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, mas ao longo dos meses, assim que tiver uma folga das gravações de Além do horizonte, Alexandre quer promover pocket-shows em outras praças. “Achava que não ia conseguir levar para o palco o mesmo clima do DVD, aquela estética circense, de coreto e bandas do interior. Acabou virando um teatro musical. Estou muito feliz”, celebra.

 (André Nero/Divulgação)

"Sempre tentei conciliar meu lado ator e cantor. Este foi o meu ápice nesse sentido e consegui realizar um verdadeiro espetáculo teatral "contemporâneo

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