sexta-feira, 13 de junho de 2014

França investiga Le Pen por enriquecimento ilícito de 1,1 milhão de euros

França investiga Le Pen por enriquecimento ilícito de 1,1 milhão de euros

  • Kenzo Tribouillard/AFP
    Ex-presidente do partido ultraconservador Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, discursa no Dia do Trabalho, próximo a estátua de Joana d'Arc em Paris
    Ex-presidente do partido ultraconservador Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, discursa no Dia do Trabalho, próximo a estátua de Joana d'Arc em Paris
Depois de ter revelado, em fevereiro, que a procuradoria de Paris abrira uma investigação preliminar sobre a fortuna de Jean-Marie Le Pen, o jornal Mediapart afirmou na quarta-feira (11) que a causa da investigação foi um enriquecimento suspeito de 1,1 milhão de euros por parte do presidente honorário da Frente Nacional.
Segundo o site de notícias, a Comissão pela Transparência Financeira na Política avaliou "o enriquecimento pessoal [do eurodeputado] em 1,127 milhão de euros entre 2004 e 2009 e o considerou suspeito".
"Provavelmente uma herança…"
Em sua declaração patrimonial, Le Pen teria justificado essa "variação de seus bens" da seguinte forma:
- O fato de que a Frente Nacional teria "desistido em 2006 de lhe cobrar uma dívida de 198 mil euros contraída em 1991, sem fornecer provas". Segundo Jean-Marie Le Pen, questionado pelo Mediapart, essa dívida estaria associada "à sua condenação no caso do 'detalhe' [referente às declarações sobre as câmaras de gás durante a Segunda Guerra Mundial]".
- Um pagamento de 300 mil euros de seu micropartido, o Cotelec, em 2008, "sem fornecer justificativas". "Provavelmente um empréstimo para [sua] campanha eleitoral [de 2009], que teve de ser reembolsado", afirma o presidente honorário da FN.
- Um pagamento em 2008 de "aproximadamente 150 mil euros" por "um cartório de sua comuna de Saint-Cloud (Chargelegue Marchand Bories), (…) ainda sem nenhum vestígio comprovatório". "Provavelmente uma herança", desconversa Le Pen.
- Uma "restituição" de aproximadamente 400 mil euros obtida do fisco em 2006, após uma negociação. Também nesse caso "sem justificativa". Segundo Le Pen, "o fisco havia estimado em um valor anormalmente baixo os aluguéis que eu pagava como locatário à empresa imobiliária proprietária de Montretout" – uma empresa da qual ele "é o principal acionista", segundo o Mediapart.
"Perfeitamente transparente"
O Mediapart ressalta que a Comissão pela Transparência Financeira na Política, extinta no final de 2013 para dar lugar à Autoridade Superior da Transparência da Vida Pública após o caso Cahuzac, "tinha uma enorme carência de recursos de investigação e não podia contar com uma colaboração ativa do fisco, ao contrário de sua substituta, agora autorizada a bombardear o ministério das Finanças de perguntas."
Em fevereiro, quando foi revelada a abertura da investigação, Jean-Marie Le Pen havia garantido ser "perfeitamente transparente" sobre a questão de seu patrimônio:  "Os franceses podem ficar tranquilos, se uma investigação de fato for aberta, oportunamente seis semanas antes das eleições municipais e três meses antes das eleições europeias, ela será concluída com o encerramento do caso pelo fato de que meu patrimônio é perfeitamente transparente e que não há nada de anormal a se relatar, como sempre."
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Tradutor: UOL

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