quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Motivos - Eduardo Almeida Reis

Motivos


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 04/12/2014



São vários os motivos que levam os eleitores a votar neste ou naquele candidato. Dinheiro, propaganda, carisma, desconhecimento, amizade, Bolsa-Família, burrice, ignorância, esperança, lucidez, medo, ideologia, desinformação e os mais que o leitor queira incluir. Até a falta absoluta de qualquer critério que possa justificar uma reeleição – falta de simpatia pessoal, beleza, competência administrativa, índices econômicos etc. – pode reeleger uma senhora, desde que a soma dos defeitos e a ausência de qualidades conte com o uso despudorado da máquina pública e das urnas eletrônicas. Um dos governadores eleitos, contudo, tem como credencial sua simpatia pessoal. É brasileiro simpático, tem mulher simpática, pais simpáticos e atitudes simpáticas, o senhor Luiz Fernando Pezão. O Rio de Janeiro vota mal e se caracteriza por eleger governadores que envergonham a humanidade. Portanto, não foi fácil dar uma coça num bispo da Universal associado ao ex-governador Anthony Garotinho e aos demais evangélicos, que lá vão tomando conta deste país grande e bobo “em o nome do Senhor Jesus”. Pezão descolou-se educadamente da figura de Sérgio Cabral, o filho, cujas estripulias no Rio e em Paris envergonharam seu pai, o estado e o país. Aquele jantar parisiense com os guardanapos brancos enrolados nas cabeças foi dos episódios mais deploráveis da história da civilização ocidental. Pezão gosta de chope e torresmo. Homens sérios adoram torresmo. Bermudão, chinelo, feijoada e botequim com seus velhos amigos, casa ampla e modesta em Piraí, cidade que conheço bem e sempre teve muita gente boa. Comparado com a maioria dos governadores que o Rio elegeu, Pezão não é melhor: é 1 milhão de vezes melhor. Apesar das inúmeras dificuldades, deve fazer bom governo. O estado é dificílimo de administrar: trânsito, desigualdade, violência, corrupção, tráfico, “comunidades” com milhões de moradores em vias de pacificação.

Batismo
Grosso modo, dividem-se as coisas em desimportantes, normais, importantes e importantíssimas. O batismo do gorila nascido no Jardim Zoológico de Belo Horizonte rivalizou em importância com o bóson de Higgs, uma partícula elementar bosônica prevista em 1964 pelo físico britânico Peter Higgs, provisoriamente confirmada em 14 de março de 2013. O filho da gorila Lou Lou foi batizado Sawidi, que em tupi significa “é amado”, “é querido”, “é desejado”, poupando Minas e o Brasil da ignomínia de batizar mais um gorila como Idi Amin, em flagrante desrespeito à figura do ilustre ex-chefe de Estado ugandense, o marechal Idi Amin Dada (1925-2003), que conduziu os destinos de Uganda entre 1971 e 1979 com admirável espírito público, posto que sem o devido reconhecimento dos idiotas metidos a entender de administrações africanas. Dizem que o marechal matou 300 mil compatriotas em oito anos, enquanto no Brasil de hoje o número de homicídios alcança 56 mil anuais. Multiplicados por oito, são 448 mil mortos sem os critérios sociopolíticos que nortearam a matança patriótica de Idi Amin Dada.

Itália
Ainda bem que a Justiça italiana não extraditou o ladrão Henrique Pizzolato. Bastam ao Brasil os ladrões, colegas dele, que continuam por aqui, muitos deles ocupando cargos importantíssimos. A Itália de Mussolini e das Brigadas Vermelhas não tem moral para extraditar ninguém. Tem muita música, muita pintura, muita literatura, muito presunto, muito vinho, muito queijo, mas lhe falta moral para julgar e extraditar um ladrão oriundi. É justo que o ladravaz compre casa em Porto Venere, como pretende, e passe a curtir a vida com a fortuna que roubou dos brasileiros. Só não recomendo que compre várias casas em Porto Venere para abrigar seus companheiros de roubos, que têm passaportes italianos “pensando nos filhos”, porque os companheiros podem preferir a cidade de Nápoles, onde têm a camorra para dialogar como companheiros que sempre foram.

O mundo é uma bola
4 de dezembro de 771: Carlos Magno se torna o rei de todo o Império Franco. Filho do rei Pepino, o Breve, e de Berta de Laon, também conhecida como Berta Pés Grandes, rainha franca, sucedeu ao pai em 768. Em latim Carolus Magnus foi rei dos francos e imperador do Ocidente (Imperatur Romanorum) entre 800 até esticar as botas em 814. Conquistou o Reino da Itália e foi coroado Imperatur Augustus pelo papa Leão III em 25 de dezembro de 800. Seu reinado está associado à chamada Renascença Carolíngia, renascimento das artes, religião e cultura por meio da Igreja Católica. Carlos Magno ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa, motivo pelo qual é chamado de Carlos I nas listas reais da Alemanha, da França e do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1496, anunciada em Muge a expulsão de judeus e muçulmanos residentes em Portugal. Claro que ninguém sabe onde fica Muge, motivo pelo qual fui ao Google para descobrir que é uma freguesia portuguesa do concelho de Salvaterra de Magos. Em 2011, Muge tinha 1.270 mugenses. É famosa pelos seus concheiros pré-históricos, o maior complexo mesolítico da Europa. Hoje é o Dia do Perito Criminal e do Orientador Educacional.

Ruminanças
“Pela clientela é possível avaliar o alto grau de canalhice de certos advogados.” (R. Manso Neto)

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