quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Filho de José Alencar na área - Alessandra Mello‏

Josué Gomes da Silva, herdeiro do ex-vice-presidente da República, já é citado nos bastidores como possível nome do PMDB para disputar o governo de Minas em 2014 

Estado de Minas - 22/11/2012

Alessandra Mello
Os eleitos em outubro nem tomaram posse ainda e já começam as especulações sobre a disputa de 2014 pelo governo de Minas Gerais. Entre alguns possíveis candidatos já cotados – como o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PSDB), o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o ministro de Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), e o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), surge uma novidade: Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, falecido ano passado. Sua candidatura contaria com a simpatia e o dedo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Atualmente Josué mora em São Paulo onde administra o império têxtil construído pelo pai, que sempre nutriu o desejo de ser governador de Minas. Alencar disputou o cargo em 1994 pelo PMDB, mas acabou em terceiro lugar. Nas eleições de 2010, o nome do ex-vice-presidente foi cotado para o governo do estado, com o aval do então presidente Lula, mas problemas de saúde fizeram com que ele desistisse da disputa. As articulações para convencer o empresário a topar a empreitada vêm sendo feitas. 

O presidente do PMDB, Antônio Andrade, disse que já ouviu conversas a respeito das articulações em torno do nome de Josué, mas segundo ele o partido já tem candidato ao Palácio da Liberdade: o senador Clésio Andrade, recentemente filiado à legenda. O ex-secretário-geral do PMDB Armando Costa disse que Josué ainda não é filiado, mas que o convite para que ele entre para o PMDB, partido do coração de seu pai, segundo ele, já foi feito. “Ele teria todas as condições de ser candidato a qualquer cargo”, defende Costa, que foi fiel escudeiro de Alencar durante todo o tempo em que ele era filiado ao PMDB. 

Alencar entrou no partido em 1993 e deixou a legenda em 2001 depois da derrota de Armando Costa na disputa pelo comando do PMDB para o grupo ligado ao hoje deputado federal Newton Cardoso. Alencar, na época senador, já tinha rompido com o então governador Itamar Franco por divergir da forma como ele conduzia sua administração. 

O secretário-geral do PSB, Mário Assad, que também era próximo de Alencar, disse ter sido pego de surpresa por essa possibilidade. Para ele, ainda é muito cedo para discutir 2014. “Tanta coisa ainda pode acontecer”, comenta. Apesar disso, as conversas em torno da possível candidatura de Josué não descartam a hipótese  de ele, se aceitar entrar na disputa, também disputar pelo PSB. 

Empresário de sucesso, dirigente na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), parecido com o pai no semblante e no timbre de voz, Josué poderia ser o nome para unir PT e PMDB e se contrapor ao candidato que será apoiado pelo senador Aécio Neves (PSDB), provável adversário de Dilma na disputa pela Presidência da República em 2014. O Estado de Minas tentou falar com Josué sobre as especulações em torno de seu nome, mas ele não foi localizado na sede da Coteminas, em São Paulo. O assessor dele, Adriano Silva, que foi chefe de gabinete de Alencar na Vice-Presidência da República e trabalhou com ele durante cerca de 30 anos, disse desconhecer essas conversas. Garantiu apenas que Jousé não é filiado a nenhum partido político. 

Ministro Em entrevista no início do mês passado à revista Isto É Dinheiro, Josué Gomes admitiu a possibilidade de ingressar na política. “Não há atividade mais nobre que a política. Se algum dia eu tiver condições de prestar algum serviço na política, o farei com orgulho e honra”. Disse ainda que aceitaria um convite para ser ministro, como aconteceu com o empresário Luiz Fernando Furlan, que comandou no governo Lula o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Não sei se eu tenho as qualificações do Furlan, que desempenhou um papel espetacular para o Brasil. Mas não descarto um convite para ser ministro”. 

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