quarta-feira, 3 de julho de 2013

Eduardo Almeida Reis-Besteirol‏

Qualquer coisa que se faça para atenuar o risco representado pelo islamismo deve ser feita 


Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas:
03/07/2013 


O besteirol internético “em favor de Edward Snowden”, em que os puros de sentimentos e pobres de inteligência se mostram preocupados com as respectivas privacidades, suscita considerações do mais alto philosophar, a primeira das quais é a seguinte: qualquer coisa que se faça para atenuar o risco representado pelo islamismo deve ser feita, pouco importando a “privacidade” dos tolos.

Risco não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo inteiro. Os bobocas e babacas ficam falando em privacidade, de mesmo passo em que pretendem defender o tal sujeito. Que se pode esperar de um cavalheiro de 29 anos com aquela imensa verruga preta no pescoço?
Refresco a cuca do leitor com o que foi escrito aqui, logo que instalei no computador o sistema Windows 7 Ultimate, que traz embutido um dicionário nos conformes do tal Acordo Ortográfico. Assim, quando a gente escreve “estréia”, pela ortografia antiga e inteligente, o sistema sublinha a palavra em vermelho ou corrige automaticamente para estreia.

Normalmente, escrevo uma porção de palavras que não constam das dicionarizadas no Windows 7. Sabe o leitor o que aconteceu e dei notícia nesta coluna? Se não sabia, fique sabendo: três vezes fui consultado pelo sistema pedindo autorização para analisar e eventualmente acrescentar ao seu dicionário as palavras que uso.
As listas eram de 30 ou 40 palavras. Que me lembre, incluíam eneagrama, apê, supimpitude e Ruminanças, entre muitas outras. Claro que autorizei e fiquei lisonjeado com a espionagem. Nada faço e nada fiz, em muitos anos de vida, que seja motivo de segredo. Desconfio dos que se dizem invadidos em suas privacidades.

Fumante

Esta conversa de fumante passivo me faz lembrar do tempo em que o gay não era gay, era pederasta dividido entre ativo e passivo, como se fizesse diferença. No Rio, entre os colegas de trabalho no banco, havia muitos passivos e uns poucos ditos ativos. Ainda me lembro do desgosto demonstrado por famoso passivo, o Princesinha, que vivia elogiando um surfista, apelido Pecado, seu vizinho de prédio em Copacabana. Acho que o apelido vinha do filme “O pecado mora ao lado”, lançado em 1955.


Por qualquer motivo e até sem motivo algum, Princesinha falava dos músculos e da figura apolínea do Pecado, que via sair do prédio para surfar al mare. Também me lembro da decepção do mesmíssimo bancário, num dia em que o Pecado estava com dor de dente, a família viajando, e foi parar no apê do Princesinha em busca de alívio com a Cera do Doutor Lustosa, cuja propaganda copio ipsis litteris do Google: “Aqui, meu bem, só há um geito: uma aplicação da Cêra Dr. Lustosa, o remédio infalível na dôr de dente”.

Pois muito bem: aplicada a cera, o Pecado acabou dormindo com o vizinho, que, por seu turno, deixou de ser passivo para desempenhar o papel ativo, daí sua decepção no dia seguinte, arrasado, confessando aos colegas de sala no banco: “Não acredito mais em homem”.
Volto aos chamados fumantes passivos, que dizem morrer feito moscas depois de um esguicho de Raid, para lembrar ao caro, preclaro e pacientíssimo leitor que todo santo dia a imprensa nos dá notícia de garçons famosos, que trabalharam até depois dos 80 anos. Na belo-horizontina Cantina do Lucas tivemos o Sr. Olympio, que faleceu com 84 anos. No Rio, houve dezenas de casos parecidos, no Bar Lagoa, no Lamas, no Bar Luiz, donde se conclui que a passividade no tabagismo tem relação estreita com a genética.

O mundo é uma bola

3 de julho: faltam 181 dias para acabar o ano que começou outro dia. Em 987, Hugo Capeto é coroado rei da França, o primeiro da dinastia capetíngia. Entre as várias hipóteses para explicar o esquisito cognome Capeto, que serviu para distinguir Hugo de seu pai, o povão dizia ser o rei da capa (chape), pois já era abade antes de ser rei e os abades daquele tempo usavam capa característica, capelo em português, que foi o cognome de Sancho II, rei de Portugal.


Há quem sustente que a etimologia de capelo deriva dos termos para chefe (caput), zombador (capetus) ou cabeça grande (capillo). De repente, diz aqui o philosopho, Hugo (938-996) foi menino traquinas, um capetinha, daí o cognome. Teve oficialmente quatro filhos, um dos quais o rei Roberto II, de França. Digo “oficialmente”, porque os reis daquele tempo, se gostassem de mulher, teriam centenas de filhos. Basta ver o interesse das senhoritas de hoje pelo futebolista Neymar.
Em 1722, parte de São Paulo com destino a Goiás a bandeira chefiada por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, hoje sem direito a trema no u. Bartolomeu nasceu em Parnaíba, vila de São Vicente, Brasil, em 1672, morrendo em Vila Boa de Goiás, capitania de São Paulo, em 1740, e tinha nacionalidade portuguesa, tanto assim que é considerado bandeirante português. A exemplo dos demais bandeirantes, deve ter aprontado por aí.

Ruminanças
 “Todas as bandeiras foram de tal forma sujadas de sangue e de m., que é tempo de abrir mão delas” (Flaubert, 1821-1880). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário