segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Augusto Nunes retorna ao 'Roda Viva' e propõe mudar sua fórmula

folha de são paulo
Apresentador fala em explorar as contradições de entrevistados
SILVANA ARANTESDE SÃO PAULOO jornalista Augusto Nunes, 63, volta hoje ao comando do "Roda Viva", programa de entrevistas que ele apresentou entre 1987 e 1989 e cuja fórmula agora quer mudar.
"Acho que a gente tem que mostrar em vídeo as contradições do entrevistado. Se o cara começa a dizer o contrário do que já disse antes, você tem o dever de dizer: Um minutinho, tem uma declaração do sr. que não bate'. Mostra o vídeo e deixa o cara se explicar."
Para Nunes, "o Roda Viva' se consolidou como programa respeitado porque surgiu em 1986, na infância da democracia, e mostrou como é uma entrevista coletiva bem-feita. Viu-se ali o convívio dos contrários. Mas essa fórmula agora não basta".
Falta acrescentar contundência para "fazer as perguntas que devem ser feitas e que hoje são feitas em programas humorísticos", diz ele.
"Não ouvi nenhuma menção aos passeios de helicóptero do cachorro Juquinha em entrevistas com [o governador do Rio de Janeiro] Sérgio Cabral [PMDB]. Ninguém pergunta. Você entrevista o Cabral e trata daquelas manifestações em frente à casa dele como se fosse uma combustão espontânea", afirma.
O tema do programa de hoje será o mensalão, tendo o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. como entrevistado.
"Sem demérito ao Reale Jr., claro que eu preferiria começar com Lula. Mas ele não respondeu", afirma Nunes.
Hoje os entrevistadores são "[o historiador] Marco Antonio Villa, que escreveu enfaticamente contra os réus do mensalão, Paulo Moreira Leite ["IstoÉ"], que foi mais brando, e Merval Pereira ["O Globo"], que vai pelo caminho do meio. E representantes dos dois grandes jornais, Vera Magalhães [Folha] e Sonia Racy ["O Estado de S.Paulo"]", cita.

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