quarta-feira, 19 de março de 2014

Casos de dengue diminuem, mas alerta continua‏

Casos de dengue diminuem, mas alerta continua
Tiago de Holanda

Estado de Minas: 19/03/2014


Segundo a Secretaria de Saúde, maioria dos focos de dengue está nos quintais (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 28/11/13)
Segundo a Secretaria de Saúde, maioria dos focos de dengue está nos quintais

O número de casos suspeitos de dengue clássica no país caiu 79,6% entre o primeiro bimestre de 2013 e o mesmo período de 2014, segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Minas foi o terceiro estado com mais notificações em janeiro e fevereiro (14.089), mas teve queda de 87% em relação aos 108 mil nos mesmos meses do ano passado, quando viveu a pior epidemia de sua história. Mesmo assim, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o estado tem ao menos 11 municípios com alto risco de infestação.

No primeiro bimestre de 2014, houve 87.136 casos suspeitos de dengue clássica no Brasil, contra 427.678 no mesmo período de 2013, segundo o ministério. Do total deste ano, 16,16 % foram registrados em Minas, que só teve menos que Goiás (22.850) e São Paulo (16.147). Em número de casos graves, Minas ficou em quarto lugar, com 34 , enquanto o país teve 420. Já em quantidade de mortes causadas pela doença, o estado lidera com duas, empatado com Rio de Janeiro e Goiás. No país ocorreram nove óbitos, contra 192 registrados nos primeiros meses do ano passado.

Já entre os municípios, segundo o ministério, Belo Horizonte é o sexto com mais notificações de dengue clássica (1.647). O ranking é liderado por dois goianos: Goiânia (6.089) e Luziânia (2.888). Segundo a SES, em janeiro e fevereiro deste ano foram confirmados 3.371 casos de dengue, contra 86.378 no mesmo período de 2013. Outros 56 casos foram verificados neste mês, até o dia 13. O município com mais confirmações até o mesmo dia é Paracatu, no Noroeste, com 593, seguido por Brasilândia de Minas (321), na mesma região, Uberlândia (256), no Triângulo, BH (248) e Passos (223), no Sul. Durante o ano passado, a capital teve 95.362 ocorrências da doença.

Em Paracatu, onde houve uma das duas mortes registradas em Minas neste ano – a outra ocorreu em Passos –, o número de casos confirmados já é mais da metade dos 983 de todo o ano passado. “A maior dificuldade é conscientizar a população sobre as medidas de combate à doença”, afirma Tamara Gabriela Ferreira Alves, enfermeira do setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ela, a quantidade de casos em 2014 é ainda maior que 593, porque muitos não são informados à prefeitura. “Alguns profissionais não são conscientes da importância de notificar. Além disso, há pacientes que tomam medicação por conta própria e procuram atendimento só se o quadro piorar”, explica.

CHUVA
Em BH, onde oito pessoas morreram de dengue no ano passado, uma das causas para a redução no número de doentes foi a pouca chuva que caiu na capital em 2014, como admite a Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o Instituto Climatempo, os acumulados neste ano foram de 110 milímetros em janeiro, 22,9 em fevereiro e 61,3 em março, até a manhã de ontem, enquanto nos mesmos meses de 2013 os índices foram de 434,6, 75,4 e 131,3, respectivamente.

“A condição climática facilita, mas o principal fator para essa melhora são as ações que desenvolvemos para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti e controlar a transmissão”, analisa a gerente de Vigilância em Saúde da secretaria, Maria Tereza Oliveira. “Temos um plano de controle da dengue. Fazemos um mapa de risco no município, que mostra onde está ocorrendo transmissão, com base nos casos suspeitos notificados, e onde tem o vetor, já que temos armadilhas de captura do mosquito”, ressalta.

Segundo a SES, nos municípios mineiros com alto risco de infestação foram encontradas larvas do mosquito transmissor da dengue em 4% ou mais dos domicílios. O município com maior índice é Itabira, na Região Central, com 7%, seguido de Governador Valadares (6,7%), no Vale do Rio Doce, e Ituiutaba (6,6%), no Triângulo. BH tem risco médio, com 2,1%.

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