quarta-feira, 4 de junho de 2014

Eduardo Almeida Reis - Fatos‏

Por falar em Tóquio, pergunto ao caro e preclaro leitor: que fim levou o trem-bala que ligaria o Rio à cidade de Campinas?

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 04/06/2014

Em números redondos, Minas tem 20 milhões de habitantes ocupando 586 mil km2, enquanto a França tem 66 milhões em 674 mil km2. Considerando-se que as áreas são quase do mesmo tamanho, aqui tem menas gente, como diz o vinte sétimo honoris causa.

A lista de metros quadrados disponíveis em Belo Horizonte, publicada em nossa edição do dia 30 de abril, mostra que ainda cabe muita gente na capital de todos os mineiros. Salgado Filho, bairro que leva o nome de ilustre brasileiro, tem 600 mil metros quadrados disponíveis: cabe gente à beça. O Belvedere, com 59 mil metros quadrados em estoque, na dependência do tamanho dos prédios comporta uma nova Belo Horizonte. Precisamos acabar com esta bobagem de construir prédios de 20 ou 30 andares.

Não sei como anda o projeto de uma torre de 85 andares, que seria ou será construída em complexo de lazer próximo ao Boulevard Shopping, número de andares que me parece pequeno quando se sabe que a Arábia Saudita está acabando um edifício de 200 andares e um quilômetro de altura.

Belô tem espaço para diversos prédios de um quilômetro ou mais. É humilhante constatar que a população total da capital, em 341 km2, anda por volta de 2,37 milhões de pessoas, contra 11,8 milhões da cidade de São Paulo, pouco importa se distribuídos numa área de 1.522 milhão de km2. Humilhante, outrossim, a notícia de que, pelo feriadão de 1º de maio, não saiu de BH nem a metade dos quase dois milhões de veículos que saíram de São Paulo.

Belo Horizonte pode anexar os 3.941 hectares do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça para humilhar o planeta com uma população maior que a de Tóquio, de mesmo passo em que acaba com os incêndios anuais no capim do Rola-Moça.

Por falar em Tóquio, pergunto ao caro e preclaro leitor: que fim levou o trem-bala que ligaria o Rio à cidade de Campinas? Faz tempo que não vejo na mídia uma palavra sobre o projeto do “nosso” trem-bala, enquanto o Japão anuncia o seu próximo comboio de altíssima velocidade para circular 10 centímetros acima do solo. Deve entrar em funcionamento dentro de poucos anos utilizando processo magnético que não entendi na reportagem televisiva.


Calidoscópio
Tenho tido pensamentos noturnos sob a forma de calidoscópio, sucessão vertiginosa de ações e sensações. É palavra que nos chegou em 1844 através do francês kaléidoscope, do grego kalós ‘belo’ + eîdos ‘forma’ + -skopeîn ‘olhar’ – e não deve ser boa coisa nem sei quanto tempo dura, mas me lembro de tudo que soube da vida de uma pessoa, não necessariamente amiga. Algo assim como um arquivo informático que o cérebro abre à noite, sem explicação, nos períodos em que o cavalheiro está acordado.

A ciência moderna deve ter explicação para o surto mnemônico, sobretudo agora que descobriu as virtudes da melancia no tratamento da disfunção erétil, nome bonito para impotência sexual. Não por acaso a melancia é uma trepadeira: Citrullus lanatus, da família das cucurbitáceas, de folhas trilobadas, gavinhas bífidas e pepônios muito grandes, concolores ou marmorados, polpa sucosa avermelhada e doce, com sementes de que se faz bebida diurética e vermífuga. Nativa da África e naturalizada nas Américas é muito cultivada, com inúmeras variedades, pelos frutos comestíveis, também usados em cosméticos e agora para a terrível disfunção.

Soníferos devem impedir surtos mnemônicos, mas têm o defeito de ser tranquilizantes com longo tempo de duração, deixando o paciente calmo e sonolento no dia seguinte, como descobri quando andei tomando Rivotril 0,25. Enquanto der, vou convivendo com os surtos noturnos e seja o que os deuses quiserem.


O mundo é uma bola
4 de junho: faltam 210 dias para acabar o ano e poucos dias para começar a Copa das Copas. Em 1039, Heinrich III se torna imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Cognominado o Negro (racismo?), Heinrich III (1017-1056) pertencia à Dinastia Saliana (ou Francônia) dos sacro imperadores romanos.

Casou-se com Gunhilda da Dinamarca, também chamada Cunegunda, filha do rei Canuto II da Dinamarca. Cunegunda foi a óbito depois de parir Beatriz, que seria abadessa, isto é, prelada ou superiora de mosteiro ou abadia. Viúvo, o Negro casou-se com Inês de Aquitânia, que lhe deu mais seis filhos, entre os quais Heinrich IV, sacro imperador romano.

A Francônia permite ou exige, sei lá, que os seus vinhos sejam engarrafados naquelas garrafas bojudas chamadas Bocksbeutel (testículos de bode), parecidas com as bolsas dos machos caprinos em que se transportavam os vinhos há centenas de anos. Já pensaram?

Em 1943, o Grupo dos Oficiais Unidos, fundado pelo coronel Juan Domingo Perón, comanda um golpe de Estado na Argentina, que derruba o presidente Ramón Castillo. A partir de então o peronismo destruiu a Argentina, que tinha tudo para dar certo.


Ruminanças
“Flechado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, DF, passa bem o cabo-PM Kléber Ferreira. Parece que a flecha não tinha curare” (R. Manso Neto).

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