quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um quarto dos brasileiros com HIV não sabe que está infectado


Novos casos de infecção por HIV caem 20% na década
Acesso a medicamentos aumentou 20 vezes desde 2003, segundo a ONU
Relatório global vislumbra o fim da epidemia e destaca redução na transmissão de mãe para filho
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASUm fim para a epidemia mundial de Aids está no horizonte, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), principalmente por causa do maior acesso às drogas antirretrovirais que podem tratar e prevenir a infecção pelo HIV.
Na última década, as mortes pela doença caíram e o número de infectados foi estabilizado, segundo o relatório anual da Unaids.
Cerca de 34 milhões de pessoas viviam com HIV no fim de 2011, de acordo com os números do programa das Nações Unidas para o combate à Aids. As mortes caíram de 2,3 milhões em 2005 para 1,8 milhão em 2010 e 1,7 milhão em 2011. No mundo, o número de novos casos de infecção está em queda. Em 2011, foram 2,5 milhões, 20% a menos do que em 2001.
O maior alcance dos programas nacionais de combate à Aids e as novas combinações de medicamentos que evitam a contaminação e reduzem as mortes são as principais explicações para os avanços observados.
"O ritmo do progresso está aumentando. O que costumava levar uma década agora é conseguido em 24 meses", afirmou Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids.
Um exemplo disso é a queda no número de infecções registradas em crianças de até 14 anos. Entre 2003 e 2009, os novos casos nessa faixa caíram 23%.
Em dois anos, entre 2009 e 2011, a queda foi de 24%, chegando a um patamar de 300 mil por ano. Boa parte do avanço se deu entre os recém-nascidos, o que, diz a ONU, mostra que é possível zerar a chamada transmissão vertical, de mãe para filho.
A África subsaariana ainda é a região mais afetada pela doença, com quase um infectado a cada 20 adultos. No fim de 2011, 8 milhões de pessoas estavam em tratamento com antirretrovirais, um aumento de 20 vezes em relação ao número de 2003. A meta da ONU é ter 15 milhões em tratamento até 2015.
"Essa meta é factível e oferece o benefício triplo de reduzir a doença, as mortes e o risco de transmissão", afirmou Manica Balasegaram, da ONG Médicos Sem Fronteiras.
Estudos científicos mostraram que oferecer tratamento aos infectados com HIV a tempo reduz o número de novos casos da doença. Segundo a Unaids, os maiores declínios nos números de novos casos na última década se deram no Caribe e na África subsaariana, onde as taxas caíram 25% no período.
Mesmo assim, 71% dos novos casos da doença em 2011 foram registrados na África subsaariana, que também responde por 1,2 milhão das mortes -no mundo, houve 1,7 milhão.
Apesar do otimismo do relatório, ainda falta muito para que as metas colocadas para 2015 sejam cumpridas. A falta de programas de prevenção específicos para homens homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis pode atrasar os avanços contra a doença, diz a ONU.

    Um quarto dos brasileiros com HIV não sabe que está infectado
    DE BRASÍLIA
    Um em cada quatro brasileiros infectados com o vírus HIV desconhece essa situação. Para o Ministério da Saúde, barreiras culturais e preconceito prejudicam o diagnóstico precoce da doença.
    De acordo com números divulgados ontem pela pasta, há hoje 530 mil pessoas com HIV no Brasil. Desse total, estima-se que 135 mil (25,4%) não tenham essa informação.
    O governo deu início a uma campanha para incentivar o diagnóstico e tratamento dos casos da doença. Serão oferecidos na rede pública de saúde os testes rápidos para HIV/Aids, sífilis e hepatites B e C -o resultado do exame, implantando em 2005, fica pronto em 30 minutos.
    O ministro Alexandre Padilha (Saúde) afirmou que, nos últimos anos, houve avanços no monitoramento clínico dos brasileiros infectados. Há cinco anos, 32% dos casos foram diagnosticados precocemente. Em 2011, o índice subiu para 36,7%.
    "É bom para o paciente, porque isso pode permitir uma melhor qualidade de vida (...) e muito bom para o enfrentamento [da epidemia], porque reduz o risco de transmissão", disse o ministro.
    Ao mesmo tempo, entretanto, houve pouca mudança no percentual de diagnósticos tardios -em 2006, eles representavam 31,2% do total de diagnósticos. No ano passado, eram 29,2%.
    Em 2011, foram registrados 38.776 novos casos de Aids no país, número mais alto ao menos desde o ano 2000. Houve pequena queda da mortalidade: de 5,7 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 5,6 casos no ano passado.
    O ministério identificou aumento dos casos de Aids nas regiões Norte e Nordeste e entre homens gays entre 15 e 24 anos. No ano passado, esse público foi o alvo principal de campanha do governo.


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