quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Kenneth Maxwell

FOLHA DE SÃO PAULO

Posses
Obama tomará posse na semana que vem em seu segundo mandato como presidente dos EUA. A previsão do tempo não é favorável. Tampouco há previsões de um caminho fácil depois que ele assumir.
Um novo abismo fiscal pende sobre o país. Dessa vez, o problema é o limite para as dívidas federais. O controle de armas está na agenda. Mas os norte-americanos compraram mais armas de fogo (muitas delas, armas portáteis importadas do Brasil) no mês transcorrido desde o massacre de alunos e professores em uma escola do Connecticut.
Há uma batalha feroz a caminho quanto à indicação de Chuck Hagel por Obama como secretário da Defesa. Um anúncio de página inteira já foi publicado no "New York Times", assinado pelo ex-prefeito de Nova York Ed Koch, pelo deputado federal Eliot Engel e pelo professor Alan Dershowitz, e pago pelo "Comitê de Emergência por Israel", instando os eleitores a escrever aos senadores do Estado, Chuck Schumer e Kirsten Gillibrand, pedindo que votem "não" à confirmação de Hagel.
Este mês marca o 150º aniversário da Proclamação de Emancipação, algo que Obama, o primeiro presidente negro dos EUA, deve celebrar. Em 1º de janeiro de 1863, Abraham Lincoln fez a proclamação, que não libertava os escravos fora dos dez Estados então em rebelião contra a União, na Guerra Civil Americana. Mas a proclamação de Lincoln jamais foi contestada judicialmente. A abolição da escravatura foi confirmada para todo o território dos EUA, na 13ª Emenda à Constituição, adotada pelo Congresso em fevereiro de 1865 e ratificada pelos Estados em dezembro do mesmo ano.
Na França, o presidente François Hollande interveio no Mali. Os rebeldes islâmicos estavam se saindo muito melhor que o esperado no país, o que não surpreende, pois estão bem equipados com armas roubadas da Líbia, uma consequência inesperada de outra intervenção francesa (e britânica).
Os britânicos forneceram aviões C-17 para ajudar a transportar suprimentos e soldados de Paris para Bamaco, a capital do Mali. O Conselho de Segurança da ONU apoia a ação francesa. Hollande diz que os soldados franceses ficarão no Mali pelo tempo que for preciso. Ele espera ter 2.500 soldados posicionados, e antecipa que uma força oeste-africana, com soldados de Nigéria, Burkina Fasso, Togo e Senegal seja (em breve) enviada para apoiar o governo malinês.
Em Londres, enquanto isso, David Cameron está dando os retoques finais em seu "grande discurso" sobre o Reino Unido e a Europa. Amanhã, em Amsterdã, o premiê britânico pode (ou não) prometer um referendo (depois da próxima eleição geral), na qual (ele espera) os conservadores podem (ou não) conquistar a maioria no Parlamento.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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