domingo, 24 de fevereiro de 2013

O que significa ser católico? e Transição na igreja

folha de são paulo

O que significa ser católico?
Ser católico é ser cristão, seguidor de Jesus Cristo e suas doutrinas, que, em resumo, implicam viver intensamente o amor e ajudar as pessoas
CRISTIANO CIPRIANO POMBODO BANCO DE DADOSA palavra católico significa universal. Mas, nos dia de hoje, responder ao que é ser católico, além de amar a Deus, ser cristão e seguidor de Jesus Cristo, exige mais do que uma simples explicação.
No Brasil, em que, de acordo com pesquisa Datafolha, 63% das pessoas são católicas, ser católico é não estar sozinho, seja pela fé, seja pelo que o diferencia, como a devoção a santos e a adoção de orações (Ave-Maria é "exclusividade" católica) e promessas, que são capazes de transformar uma vida.
E, apesar de muito rotulado quanto a ser praticante ou não, o católico sempre pode contar com portos seguros, como o acolhimento da igreja e a possibilidade de ir a missa celebrar a eucaristia (ação de graças) e rememorar a Santa Ceia, com o pão e o vinho, que ali são transformados no corpo e no sangue de Cristo.
E, à parte de noção de pecados, dos dons do Espírito Santo e dos mandamentos de Deus e da igreja, ser católico, como já afirmou o escritor Carlos Heitor Cony, um ex-seminarista, "não é para quem quer, é para quem pode".


    TRANSIÇÃO NA IGREJA
    Igreja reage à mídia e a acusa de tentar influenciar conclave
    Número 2 do Vaticano responde a publicações que denunciaram Cúria por escândalos financeiros e sexuais
    Porta-voz Lombardi se manifesta sobre campanha nos EUA contra cardeal acusado de acobertar pedofilia
    DO ENVIADO ESPECIAL A ROMATanto a mídia falou de conspirações no Vaticano que o seu secretário de Estado, Tarcisio Bertone, devolveu ontem a acusação, disparando contra os jornais que, na sua opinião, tentam "condicionar a eleição do papa, pondo em jogo o peso da opinião pública, geralmente com base em avaliações que não recolhem o aspecto tipicamente espiritual que a igreja está vivendo".
    Bertone, segundo homem na hierarquia do Vaticano, usou a rádio da cidade-Estado para difundir o comunicado centrado em críticas a "notícias não verificadas ou não verificáveis ou diretamente falsas, com grave dano a pessoas e instituições".
    Na mesma linha, o padre Federico Lombardi, o habitualmente sereno porta-voz do Vaticano, saiu ontem ao ataque: lamentou que "não falte quem procura se aproveitar do momento de surpresa e desorientação dos espíritos débeis para semear confusão e lançar descrédito sobre a igreja e seu governo".
    Seguiu, acusando os detratores de recorrer "a instrumentos antigos, como a maledicência, a desinformação, às vezes a própria calúnia, ou exercendo pressões inaceitáveis para condicionar o exercício do dever de voto por parte de um ou outro membro do Colégio de Cardeais, considerado indesejável por uma razão ou outra".
    Nem Bertone nem Lombardi especificaram a que notícias específicas estavam se referindo mas é óbvio que os alvos são dois: reportagens do jornal "La Repubblica" e da revista "Panorama" relatando supostos detalhes do dossiê que o papa encomendara a três cardeais a respeito do chamado Vatileaks.
    Segundo as duas publicações, o dossiê é um compêndio de pecados contra o sexto e o sétimo mandamentos (não fornicar e não roubar).
    CARDEAL AMERICANO
    No caso específico de Lombardi, está se referindo também à campanha de católicos norte-americanos para que o cardeal Roger Mahony, ex-arcebispo de Los Angeles, não participe do conclave, porque é considerado responsável pelo encobrimento de 129 casos de abusos de menores por parte de religiosos.
    A influente revista católica "Famiglia Cristiana" encampou o movimento, levando à capa um dossiê a respeito, capa exposta na vitrina da loja da editora San Paolo, a poucos metros da sala de imprensa do Vaticano, chefiada por Lombardi.
    O próprio papa Bento 16 rompeu ontem o silêncio que observou desde domingo, exatamente para elogiar a Cúria Romana, com a qual teria tido imensas dificuldades durante seus oito anos de pontificado, a julgar pelo que Lombardi considera "maledicências" da mídia.
    Ao final da semana de retiro espiritual a que assistiu (sem ser visto pelos demais participantes), o papa agradeceu à Cúria "por estes oito anos nos quais carregaram comigo, com grande competência, afeto, amor e fé, o peso do Ministério de Pedro". (CLÓVIS ROSSI)

      Cardeal britânico pede o fim do celibato de padres
      DO ENVIADO A ROMAO cardeal britânico Keith O'Brien, 74 anos, defendeu ontem a revogação da proibição de casamento dos sacerdotes.
      Em declarações à BBC, O'Brien, o mais importante na hierarquia da Igreja Católica britânica, disse que a regra que impõe o celibato aos sacerdotes não é de origem divina.
      O'Brien é um dos 116 cardeais que, no início do próximo mês, se trancarão na Capela Sistina para o conclave que elegerá o sucessor de Bento 16.
      O britânico disse que não decidiu em quem votar, mas apontou preferência por alguém mais jovem e, talvez, oriundo de um país em desenvolvimento.
      É a segunda manifestação de cardeais esta semana que contraria a rígida ortodoxia católica: na quinta-feira, uma assembleia-geral de bispos da Alemanha decidiu autorizar a distribuição da pílula do dia seguinte nos hospitais que administra, na condição de contraceptivo de emergência, a mulheres vítimas de estupro.
      A decisão foi tomada após dois hospitais católicos terem recusado, em janeiro, medicamento a paciente que havia sido violentada. Apenas as pílulas que previnem a concepção são toleradas, não as abortivas.

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