terça-feira, 25 de junho de 2013

Presidente da Fifa cancela presença em evento em BH por causa da onda de protestos.‏


Estado de Minas: 25/06/2013 


O temor de que a onda de protestos nas imediações da Praça Sete e Centro de Belo Horizonte pudesse atingir Joseph Blatter, levou autoridades e a própria Fifa a cancelar a abertura da segunda edição do Football for Hope, fórum social de futebol da entidade máxima do futebol, que ocorreria amanhã, na sede da prefeitura, com a presença do presidente da Fifa. Na mira dos protestos populares que questionam os gastos públicos com as Copas das Confederações e do Mundo, organizadora e governo federal apresentaram um balanço sobre os possíveis benefícios que os torneios trarão ao Brasil. De forma enfática, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke reafirmou o compromisso em manter as Copas no país. Também ontem, a ONG Solidar Suisse, com sede na Suíça, revelou ter entregue um abaixo-assinado pedindo “um Mundial mais justo no Brasil” a Blatter.

Com o cancelamento do pontapé inicial do fórum, Blatter virá à BH amanhã direto para o Mineirão, onde assistirá ao duelo entre Brasil e Uruguai, às 16h, pela semifinal da Copa das Confederações. A parte técnica do fórum – com palestras, discussões e workshops, dos dias 26 a 29 – não será afetada, assegurou a Fifa em nota, embora o novo local não tenha sido confirmado pela entidade, nem pela prefeitura, que disse não estar autorizada a falar a respeito.

A entidade revelou que a decisão do cancelamento partiu da cidade de Belo Horizonte, uma das seis sedes do torneio pré-Mundial. As três esferas da segurança pública (municipal, estadual e federal) envolvidas no torneio chegaram à conclusão de que tirar o fórum do Centro da capital seria a decisão mais sensata.

Durante a manhã, o argumento principal apresentado pelo governo federal para os gastos com as Copas foi de que 75% do total estimado até o momento (R$ 28,1 bilhões) são de obras que já teriam de ser realizadas. O valor atual do “plano estratégico de investimentos” é de R$ 28,1 bilhões – dos quais R$ 8,7 bilhões são oriundos de financiamento federal (crédito de bancos públicos), R$ 6,5 bilhões do orçamento federal, R$ 7,3 bilhões de recursos locais (Estados e prefeituras) e R$ 5,6 bilhões de recursos privados. A maior parte dos recursos (cerca de R$ 9 bilhões) será investida em obras de infraestrutura de transportes. “Não há nenhum desvio de recursos destinados à saúde e à educação para as obras da Copa ou de estádios, pelo contrário. Os investimentos para a saúde são parte do legado da Copa”, argumentou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PcdoB).

INVESTIMENTO Valcke, citou gastos da Fifa para tentar anular “a imagem de que estamos vindo aqui, enchendo os bolsos e não dando nada em troca para o país”. Segundo ele, R$ 32 milhões serão investidos durante a Copa das Confederações e mais R$ 448 milhões no Mundial’2014 – boa parte do dinheiro em despesas em quartos de hotel. Ainda de acordo com o dirigente, mais de 7 mil empregos temporários teriam sido criados somente nos seis estádios da Copa das Confederações. “Comparo a Copa com o time brasileiro: antes de começar, a mídia internacional e a brasileira se perguntavam sobre a qualidade da seleção e de Neymar. O Brasil foi capaz de unir os talentos e criar um time. A final da Copa das Confederações vai acontecer no Rio e a Copa do Mundo vai ser jogada no Brasil. Não há plano B, e não recebemos oferta de outros países para substituir a sede do evento”, reforçou Valcke.

O anúncio de que BH sediaria o Football for Hope ocorreu em 6 de março, durante visita de Valcke ao Mineirão. Na época, o secretário agradeceu ao prefeito Marcio Lacerda por receber o evento e disse que o fórum seria único por reunir organizações que usam o futebol para o trabalho social diário. “Durante quatro dias, vamos discutir e ajudar a moldar a forma como o futebol contribui para o desenvolvimento social”, declarou na ocasião.

R$ 1,6 bilhão
É o aumento do custo da reforma dos aeroportos para a Copa’2014 segundo o Ministério do Esporte, passando de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,4 bilhões – alta de 24%.

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