segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Eduardo Almeida Rei s- Desonestidades‏


Estado de Minas: 05/08/2013 

Parece desonesto julgar um programa de televisão depois de assisti-lo uma só vez durante 10 minutos. Afinal, são atores, redatores, diretores, produtores, iluminadores – dezenas de pessoas honestas e trabalhadeiras, que talvez não mereçam análise de um sujeito que assistiu ao programa durante 10 minutos e só 10.

Acontece que é rigorosamente impossível, pela minha ótica, passar mais que 10 minutos perguntando: “Onde foi parar o humor da televisão brasileira?”. Tudo bem que os Millôres e os Anysios sejam raríssimos, enquanto o senhor José Eugênio Soares depende do desempenho dos entrevistados e vai ao ar tão tarde, que não pode ser assistido pelo telespectador que trabalha.

Anunciada como “a pensão mais divertida do Brasil”, de segunda a sexta, 22h30min no Multishow – Vai que cola... definitivamente não cola: é um pavor!. Se aquilo é humor, prefiro o doutor Marcelo competindo com o doutor Datena, dupla que consegue fazer tevê engraçada de tão trágica.

Também é desonesto julgar o trabalho de uma repórter de tevê, lourinha, bonitíssima, pela pronúncia de um substantivo feminino plural que entrou em nosso idioma entre 1188 e 1230. Acontece que na Rua Nova Jerusalém, 314, Bairro Tatuapé, CEP 03410-000, em São Paulo, SP, funcionava desde 1980 o Buffet Nobre, do empresário Reinaldo Foco, que fugiu dando um tombo em centenas de clientes que adiantaram as prestações de festas agendadas.

Aí, nas calçadas da Rua Nova Jerusalém, depois de entrevistar vários clientes lesados, a repórter nos contou que muitos clientes haviam pago pelas suas bodas \ó\. É impossível que uma jornalista ignore a ortoépia de bodas, enlace matrimonial, casamento, festa ou banquete com que se celebram as núpcias. Houaiss também dicionarizou boda \ó\, que significa mestiça ou mulata. Um bufê de bodas \ó\ seria randevu racista, criminoso pela exploração da prostituição e pelo racismo. Quanto à prosódia da repórter loura e bonita, salvo melhor juízo, é caso de puxar-lhe a orelhinha.

Bassinoire
Com o frio que tem feito venho sentindo falta de uma bassinoire, que o leitor talvez não conheça, mas é relativamente simples, fácil de fazer e funciona admiravelmente. Comprada pronta, é peça caprichada e difícil de encontrar no comércio brasileiro: um cabo parecido com o de vassoura, mas de boa madeira trabalhada, com uma frigideira de cobre na ponta. Frigideira que tem tampa dotada de furinhos, com dobradiça.

Levantada a tampa, você enche a frigideira com o carvão em brasa tirado da lareira ou do fogão, o fundo de cobre fica muito quente e você enfia a bassinoire sob os cobertores e edredons do leito em que vai dormir. Ao deitar-se, logo em seguida, a cama está quentinha, com ênfase para o lugar em que você e a pessoa amada põem os pés: dá até para fazer amor.

Digo que é fácil de fazer, não o amor, mas a bassinoire, porque você pode pegar frigideira velha com 25cm de diâmetro, tampa de panela um pouquinho maior, adaptar dobradiça, mandar fazer furinhos na tampa e acoplar a engenharia metálica a um cabo de vassoura ou de enxada. Depois, bota o carvão em brasa e esfrega na cama debaixo dos cobertores, mantas, edredons e lençóis. Esquenta que é uma beleza!

Novo site
De Juiz de Fora, MG, até Arapiraca, AL, são 1.844 quilômetros com um pedágio de R$ 15,50. Não tenho a menor intenção de conhecer Arapiraca, mas foi o nome que me ocorreu para testar o enviado por um amigo com a notícia de que abrange o mundo inteiro, calcula combustível, pedágio, tempo de viagem e é muito bom para quem viaja de automóvel.

O remetente viajou muitas vezes, com sua bela e doce mulher, para nossa fazendinha fluminense, quando nos deram a honra de se hospedar conosco. Ainda me lembro de uma vez em que os dois levaram garrafão de 1,75 litro do uísque Black&White e ajudaram o casal de fazendeiros a matar os quase dois litros na primeira noite, que custou à propriedade rural um pé de Caesalpinia echinata com metro e meio de altura, pau-brasil que havia sido plantado no ano anterior e foi destruído pelo hóspede, no escuro, a caminho do banheiro.

Só de curiosidade, vejo que Arapiraca tem cerca de 220 mil arapiraquenses, é considerada por eles “a capital do progresso”, cujo lema é “cada vez mais forte”, e é nome de árvore leguminosa mimosácea, comum no agreste e no sertão, parecida com o nosso angico-branco.

O mundo é uma bola
5 de agosto de 1585: com o nome de Nossa Senhora das Neves, fundação da João Pessoa, na Paraíba, terra de Moacir Japiassu. No mesmo dia, mas no ano de 1100, Henrique I foi coroado rei da Inglaterra na Abadia de Westminster.

Em 1874, o Japão lança o seu Sistema de Banco Postal baseado no sistema britânico. No Japão, a profissão de carteiro não deve ser fácil, considerando que na região metropolitana de Tóquio, maior zona urbana do planeta, as ruas não têm nomes e as casas não têm números.

Hoje é o Dia Internacional da Cerveja.

Ruminanças

“Daria toda a minha fama por uma caneca de cerveja, e por segurança” (Shakespeare, 1564-1616, A Vida do Rei Henrique V, Ato III).

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