quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Hamilton de Holanda lança álbum com de temas de Pixinguinha‏


Chorinho universal 

O bandolinista Hamilton de Holanda lança álbum com de temas de Pixinguinha, hoje, no Palácio das Artes, com as participações de Omar Sosa, Stefano Bollani e Richard Galliano 


Eduardo Tristão Girão

Estado de Minas: 04/09/2013 


Wynton Marsalis e Hamilton de Holanda registraram o clássico Um a zero: encontro do choro com o jazz (Marcos Portinari)
Wynton Marsalis e Hamilton de Holanda registraram o clássico Um a zero: encontro do choro com o jazz


Para gravar o disco Mundo de Pixinguinha, o bandolinista carioca Hamilton de Holanda cercou-se de convidados especiais – cada um morando num país – ao interpretar composições do mestre do choro. Em vez de optar pela comodidade de trocar arquivos pela internet, o artista trilhou o caminho mais trabalhoso (e compensador): visitou cada um, conseguindo boas atuações em músicas como Um a zero e Lamento. O resultado será apresentado ao vivo hoje à noite, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Marcaram presença no projeto o trompetista norte-americano Wynton Marsalis, os pianistas cubanos Chucho Valdés e Omar Sosa, o pianista italiano Stefano Bollani, o acordeonista francês Richard Galliano e o pianista português Mario Laginha, além dos brasileiros André Mehmari (piano), Carlos Malta (sax tenor) e Odette Ernest Dias (flauta). No show de hoje, o bandolinista contará com a companhia de Galliano, Bollani e Sosa.


“Essa ideia começou numa exposição sobre Pixinguinha em Brasília. Toquei na abertura com outros artistas e fiquei pensando em fazer um trabalho com choro. Metade das músicas com as quais comecei a aprender a tocar são dele”, lembra Hamilton. O disco, que conta com 12 faixas, começou a ser gravado em janeiro, quando o bandolinista foi para Paris, registrar o duo com Galliano no choro Ingênuo e na valsa Agradecendo.


Na sequência, foi até a Málaga, na Espanha, onde mora Chucho Valdés. Lá gravaram Benguelê e Lamentos e o brasileiro sentiu que, definitivamente, havia tomado a decisão correta por ter resolvido visitar cada músico em seu habitat: “Na metade da primeira música, ele chorou. Esse tipo de experiência só se tem na intimidade de cada um”. Na Europa, os encontros prosseguiram na Itália (com Bollani em Seu Lourenço no vinho e Canção da odalisca) e em Portugal (com Laginha em Rosa).

Articulação Marsalis era o único convidado que Hamilton não conhecia pessoalmente. Na sessão de gravação com ele, em Nova York, encararam a clássica Um a zero. “Foi muito divertido, muito bom. Ele já conhecia o Pixinguinha. Como é uma pessoa dedicada a educação, ele conhece mesmo e não está de bobeira. A articulação das notas demonstrada por ele é muito parecida com a nossa. Gostei do resultado”, conta o bandolinista.


De volta ao Brasil, ele finalizou o disco com as participações de André Mehmari (piano), Carlos Malta (sax tenor) e Odette Ernest Dias (flauta), além de outro pianista cubano, Omar Sosa, que estava no Rio de Janeiro e gravou com Hamilton Yaô. Com Mehmari, ele gravou Capricho de Pixinguinha, peça integrante de série de estudos para o Bandolim 10 cordas com a qual homenageia o mestre. Malta e Odette marcaram presença na conhecida Carinhoso, que encerra o álbum.



O mundo de Pixinguinha

Show de lançamento do disco de Hamilton de Holanda, com participação de Omar Sosa (Cuba), Stefano Bollani (Itália) e Richard Galliano (França). Hoje, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: plateia 1, R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada); plateia 2,
R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada); e balcão, R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Informações: (31) 3236-7400.

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