quarta-feira, 7 de maio de 2014

Em nome do excesso - Mário Quirino

Em nome do excesso
O exagero é prejudicial afetiva, financeira e fisicamente


Mário Quirino
Diretor do Instituto Você e especialista em Programação Neurolinguística (PNL)
Estado de Minas: 07/05/2014

É comum, em algum momento de nossa vida, excedermos um comportamento, seja de trabalho, compras, internet, comida, doces, academia, religião ou bebida. O exagero esporádico de determinada ação, como comer demais ou ficar um dia inteiro no computador, não é, necessariamente, um problema. Entretanto, é preciso observar quando há recorrência, pois as consequências do exagero acarretam prejuízos e desequilíbrios capazes de proporcionar danos significativos para a própria pessoa e para seu círculo de convivência. Nem sempre é fácil perceber o comportamento excessivo. Na maioria das vezes, o ato começa de forma simples e eventual, como ir ao shopping nos fins de semana e comprar uma peça de roupa ou um calçado. Aos poucos, torna-se repetitivo e natural, sendo comum a pessoa não perceber tal comportamento de imediato. Nesse caso, as compras tornam-se constantes, exageradas e necessárias, contudo, desnecessárias e insignificantes para a vida da pessoa. Geralmente, quem está ao redor nota com mais naturalidade o excesso e, de alguma maneira, alerta sobre os fatos e as possíveis consequências.

Quando a pessoa percebe o comportamento excessivo, é preciso fazer algo para mudar o novo padrão. O primeiro passo é estar disposto, já que nem sempre é fácil e rápido. Um caminho é entender o que está por trás do comportamento, ou seja, qual a origem, se há ganho secundário ou temporário e benefícios. Por exemplo, quando uma criança chora, a mãe logo aparece. Em determinados momentos, percebendo que esse ato é uma forma de a mãe estar sempre presente, ela chora para conseguir atenção, e não apenas quando sente fome ou sono. Assim como as crianças, os adultos buscam algo no excesso. Pessoas que trabalham até mais tarde constantemente, comem uma caixa de bombons sempre que estão nervosas ou viram noites em festas precisam analisar a origem de tais atitudes, conscientes ou não, se há algum ganho temporário e o quão nocivo é esse comportamento. Mas, o que causa essa dependência do excesso e o que fazer para vencê-la? Não há uma receita. Deve-se observar, por exemplo, se a ação é exagerada, se não se consegue controlar e se prejudica de alguma forma. Se a resposta for positiva, é melhor rever as atitudes e procurar meios para remodelar esse padrão de comportamento. Buscar a essência do problema e o porquê é importante para fazer as mudanças necessárias.

Mesmo que o excesso seja por pouco tempo pode acarretar sérios problemas e prejuízos, nem sempre fáceis de contornar, como desequilíbrio financeiro, divórcio, infarto ou debilidade na saúde física, intelectual ou emocional. O autoconhecimento é a melhor ferramenta para entender e conhecer a própria personalidade, sendo possível, inclusive, modificar registros adquiridos na infância ou na adolescência. O processo não é simples, mas vale a pena descobrir as origens e os meios de abandonar os exageros. O excesso, qualquer que seja, é prejudicial, seja no âmbito afetivo, financeiro ou físico, pois as consequências são maléficas, principalmente, para a própria pessoa.

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