segunda-feira, 2 de junho de 2014

Eduardo Almeida Reis - Burrice‏

Outra coisa que ainda não aprendi é a diferença entre download e upload



Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 02/06/2014





Millôr Fernandes mantinha na revista O Cruzeiro uma seção chamada Ministério das Perguntas Cretinas, em que ministério tinha o sentido de atividade, trabalho, mister, e não o de atribuição de cada ministro na administração dos negócios do Estado ou do conjunto dos ministros de um presidente da República. O substantivo masculino ministério tem diversos significados, inclusivamente o ofício de sacerdote. Governos recentes trocaram as “perguntas” da seção do Millôr pelo plural da palavra providência, que também tem uma porção de significados civis e religiosos. No Brasil atual, Ministério das Providências Cretinas.

Em matéria de perguntas cretinas, acho que ninguém me leva a palma. Até hoje não consegui entender, e não tenho a quem perguntar, qual a vantagem do sistema pré-pago nas tevês a cabo. Deve ter alguma vantagem, porque vive sendo anunciado.

Outra coisa que ainda não aprendi é a diferença entre download e upload. No momento em que escrevo, a velocidade de download é 9.65Mbps, com uma seta apontada para baixo, e a de upload, com uma seta apontada para cima, é de 0.43Mbps. Mais adiante a informação: “Sua internet pode ser considerada RÁPIDA”.
Tudo bem: down deve significar “para baixo” e up, “para cima” e load deve ser “carga, carregar”. A pergunta é a seguinte: por que só 0.43Mpbs de upload? No Google há uma porção de explicações para download e upload, que leio e não entendo.

O Aulete/digital, que é de graça, ensina que download é gravar no computador, geralmente pela internet, arquivo, programa etc. obtido em outro computador, enquanto upload é envio de arquivo de um microcomputador para um computador remoto. Se é assim, como explicar que o @gmail envie arquivos imensos num átimo, enquanto o @terra leve “horas” para enviar arquivos não muito grandes?

Cuspidor
 Num certo hino da Copa, que tem sido veiculado pela tevê, o leitor deve ter notado a tela redonda a certa distância do microfone em que se esgoelam diversas celebridades canoras. Presumo que seja um hino relacionado com a Copa, porque tiro o som do LG de 47 polegadas. Não gosto de hinos, com exceção da Marselhesa. O nosso é pretensioso, tem um monte de palavras que 99% dos brasileiros não entendem e acaba parecido com a Bíblia, entendida por pouquíssimas pessoas que vivem falando nela. Circula na internet um vídeo delicioso com um pastor que interpretou na Bíblia adúltera como adultera, ordem para cometer adultério, violação da fidelidade conjugal com uma gorda vizinha mãe de quatro filhos.

Consultado, o marido da vizinha concordou porque se tratava da palavra de Deus. E o pastor, também casado, vivia um drama de consciência, pois a vizinha não é nenhuma Gisele Bündchen, muito antes pelo contrário, aliás. Advertido pelo repórter para o acento agudo em adúltera, o piedoso pastor terminou concluindo que “uma coisa puxa a outra”.

Volto à telinha diante do microfone, que funciona como aparador de perdigotos e me deixou saudoso do programa de rádio que andei fazendo durante meses. Programa divertido e inteligente, não por mim, mas pela equipe e pelos convidados. Papa finíssima, que tinha tudo para ser um sucesso, mas esbarrou nos patrocinadores.

Patrocínio no Brasil é o tipo do negócio complicado. Digamos que um programa semanal tenha o custo mensal – aluguel de estúdio, gravação e envio para centenas de emissoras, remuneração de dois ou três participantes fixos, modesta retirada de dois realizadores – da ordem de R$ 60 mil. Pois muito bem: você precisa arranjar patrocínio de um milhão, pagar os impostos sobre o milhão, tirar os 60 mil e devolver o resto, em dinheiro vivo, ao patrocinador para “despesas de campanha”. É mole?


Perdeu a graça

A mania da GloboNews de transmitir na íntegra os depoimentos da engenheira Graça Foster, presidente da Petrobras, com perdão do trocadilho perdeu a graça. São horas de perguntas dos ilustres senadores e deputados federais para inglês ver (e ouvir). Televisão tem compromisso com a estética e a presidente da estatal, sendo embora competente, está longe de ser uma Patrícia Pillar. Não é justo que o assinante da tevê a cabo perca o programa Estúdio.i porque na Câmara e no Senado a presidente Graça Foster tenta explicar o inexplicável.

 O mundo é uma bola

2 de junho de 575: eleição do papa Bento I, que tentou restabelecer a ordem na Itália e na França, conturbadas pelas invasões bárbaras e ensanguentadas por discórdias internas. Foi papa até julho de 579.

Em 1098, Antioquia foi conquistada pelos exércitos da Primeira Cruzada, depois de um cerco que opôs os cruzados aos turcos seljúcidas. Que se pode esperar de um turco seljúcida?
Em 1420, Henrique V de Inglaterra
se casa com Catarina de Valois, feia com força, princesa de França, filha do rei Carlos V, cognominado o Louco. Pariu Henrique VI e enviuvou. Por lei, não podia voltar a se casar, mas encontrou conforto emocional em Owen Tudor, um nobre galês, e teve com ele quatro filhos: o monge Thomas Tudor, Edmond Tudor, que se casou com Margareth Beaufort e foi pai de Henry Tudor, futuro rei da Inglaterra, Jasper Tudor e Margareth Tudor.

 Ruminanças


“A ciência informa que a melancia combate a disfunção erétil, mas não ensina como gostar de melancia” (R. Manso Neto).

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