quarta-feira, 10 de setembro de 2014

COLUNA DO JAECI » Por um time brasileiro como base‏

COLUNA DO JAECI » Por um time brasileiro como base
"Torço para que o nosso calendário seja adequado ao europeu, pelo menos na questão de interromper as competições quando a Seleção jogar"
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 10/09/2014


Nova Jérsei – O futebol brasileiro anda mesmo precisando ser repensado. O corte de Maicon causa comoção nacional, como se o lateral fosse uma sumidade na posição. Uma coisa é querer saber a verdade. Para um jogador ser desligado de uma delegação, o motivo tem de ser mesmo grave. Outra é agradecer ao atleta pelos serviços prestados. Já disse o que penso sobre alguém que faz gol na Coreia do Norte e chora. Maicon jamais foi unanimidade e na última Copa conseguiu ser reserva do medíocre Daniel Alves, que o Barcelona pensa em ceder de graça à Juventus. Lamento que, tendo Marcos Rocha, lateral de qualidade e, acima de tudo, responsável, precisemos recorrer a um veterano de 33 anos. Há quem justifique com a força física. Eu prefiro o talento.

O que Maicon fez ou deixou de fazer é problema dele. Só sei que há males que vêm para bem. Nova chance na posição se abre. Só não entendi quem é empresário desse Fabinho, do Monaco. Tem cada nome por aí que deixa a gente embasbacado... Deem a camisa 2 a Marcos Rocha e teremos o lateral para 2018. Há muito a Seleção anda banalizada. Quando Willian, Oscar e outros vestiriam essa camisa no passado? Jogadores absolutamente normais, que não fazem diferença nem nos seus times. Dizem que ninguém joga com o nome, mas esses nem tanto nome têm assim. Por essas e outras, o futebol do Brasil está na lama, com média de público baixa, cerca de 13 mil pagantes, nível de quinta categoria e times caindo pela tabela.

Torço para que o nosso calendário seja adequado ao europeu, pelo menos na questão de interromper as competições quando a Seleção jogar. Seria a única maneira de vermos convocados jogadores que atuam no país. Já passou da hora de Dunga ter um time brasileiro ou dois como base para as convocações. O Cruzeiro, por exemplo, poderia ceder Fábio, Mayke, Dedé, Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. O Galo, Marcos Rocha e Diego Tardelli. O Corinthians, Gil e Elias. Mais algumas equipes poderiam ceder jogadores de nível. Garanto que teríamos mais brasileiros do que “estrangeiros” e a tendência seria de crescimento e entrosamento mais rápido da equipe.

O ano que vem não será fácil: Copa América no Chile e início das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018. Antigamente, a vaga no Mundial era certa. Hoje, nem tanto. Argentina, Chile e Colômbia estão na nossa frente. E o Uruguai é sempre carne de pescoço. Sugiro a Dunga pegar dois times do país como base e montar uma Seleção forte. Não será com Oscar e Willian que chegaremos a algum lugar. São fracos, como David Luiz, marqueteiro de quem José Mourinho fez questão de se desfazer no Chelsea.

Cruzeiro
Com 43 pontos, a melhor campanha dos pontos corridos com 20 clubes, o time mineiro está a 10 vitórias do tetracampeonato brasileiro. Ninguém tem dúvidas de que ele vai ganhar 10 ou 14 jogos no returno. Portanto, a taça é apenas questão de tempo. E não duvidem da conquista da Copa do Brasil. Se Marcelo Oliveira aprendeu com os erros em mata-matas, o Cruzeiro também é o grande favorito para ganhar esse troféu pela quinta vez e fazer a segunda tríplice coroa. Competência de uma diretoria transparente e de um técnico inovador, que joga sempre para a frente, em busca do gol.

Atlético
Sonho com uma final mineira na Copa do Brasil, e o Galo também tem todas as chances de chegar lá. Seu caminho será mais árduo do que o do rival, mas tem condições de fazer a diferença. Seria fantástico para o futebol do estado, que há dois anos dita o ritmo no país. O Atlético é outro clube que saiu do ostracismo e virou essa potência, graças ao trabalho de uma diretoria séria. Pena que nem Alexandre Kalil nem Gilvan de Pinho Tavares dirijam meu Flamengo.

América
Com boa campanha do time na Série B, querem tirar pontos do América na marra. Confio muito no advogado Paulo Lassmar. No dia em que viajei para os Estados Unidos, ele me ligou garantindo que o Coelho não perderá pontos. Num país em que o Fluminense por duas vezes caiu e não disputou a Segundona, como vou acreditar nos tribunais?

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