sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Morre aos 67 Alcione Araújo , autor da peça "Doce Deleite"


ALCIONE ARAÚJO (1945-2012)
Morre aos 67 o autor da peça "Doce Deleite"
DE SÃO PAULOMorreu ontem, aos 67 anos, o dramaturgo, diretor teatral e roteirista Alcione Araújo.
Mineiro de Januária, o autor da peça "Doce Deleite" (1981) morava no Rio de Janeiro desde os anos 1970, mas estava hospedado em um hotel em Belo Horizonte quando sofreu um infarto.
Araújo morreu antes de passar por atendimento médico e seu corpo será levado ao Rio de Janeiro, onde deve ser cremado no Memorial do Carmo, hoje, às 16h.
Além de comédias de costumes, Araújo escreveu crônicas e romances. Seu último lançamento foi o livro "Ventania" (ed. Record), cuja história se passava em uma estação inabitada numa cidade do interior, ocorreu neste ano.
A encenação da comédia "Doce Deleite", com Marília Pêra e Marco Nanini no elenco, foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 1980, no Rio e em São Paulo.
Em 1999, a obra teatral completa de Alcione Araújo foi lançada em três volumes pela editora Civilização Brasileira. Na apresentação, o diretor Domingos Oliveira o definiu como um autor de "disposição trágica".
No cinema, foi premiado pelo roteiro de "Nunca Fomos Tão Felizes" (1984) nos festivais de Gramado e Brasília.
O diretor teatral Aderbal Freire-Filho foi um dos primeiros a encenar textos de Araújo. Dirigiu "Bente-Altas, Licença para Dois" (1976), que tinha José Mayer e Antonio Grassi no elenco.
Grassi e Mayer conheceram Araújo na capital mineira, onde ficaram amigos e começaram a se dedicar ao teatro no mesmo período.
"Ele tinha uma visão firme e muito sólida do que deveria ser sua produção artística. Estudava profundamente os assuntos de que queria tratar e não se contaminava por futilidades", conta Aderbal.
O diretor pretende montar uma peça inédita do autor, "Deixe que Eu Te Ame", escrita há cerca de oito anos.
Marília Pêra elogia a forma como Araújo se relacionava com os atores de suas peças. "Ele conduzia tudo com muita delicadeza", diz.
Para Grassi, uma das grandes características do autor é que "ele era um grande estudioso". "Costumava fazer reuniões em sua casa para discutir política", conta o ator.

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