sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Especia Oscar Niemeyer [Folha]


Velório de Oscar Niemeyer reúne políticos e provoca fila em Brasília
Cerca de 4.500 pessoas foram ao Palácio do Planalto ver o corpo do arquiteto-símbolo da cidade
Seguido por acenos e palmas de centenas de admiradores, cortejo percorreu os principais pontos da capital
Pedro Ladeira/Folhapress
Observados pela viúva de Niemeyer e pela presidente Dilma Rousseff, soldados carregam caixão com o corpo do arquiteto no Palácio do Planalto
Observados pela viúva de Niemeyer e pela presidente Dilma Rousseff, soldados carregam caixão com o corpo do arquiteto no Palácio do Planalto
DE BRASÍLIADO RIOBrasília prestou, na tarde de ontem, as últimas homenagens ao arquiteto-símbolo da cidade. A convite da presidente Dilma Rousseff, a família decidiu velar o corpo de Oscar Niemeyer no Palácio do Planalto, uma de suas obras-primas.
Além de Dilma e de seus ministros, senadores, governadores e os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal prestaram homenagem ao arquiteto comunista que projetou edificações-chave da capital.
"Talvez o último comunista, o mais fiel", declarou o neto Carlos Oscar Niemeyer.
A sessão do Senado foi suspensa. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, fez pausa no julgamento do mensalão para ir ao velório.
A presidente Dilma puxou as palmas que receberam o corpo do arquiteto no palácio e amparou a viúva, Vera Lúcia, que se emocionou diante do caixão. A presidente ainda decretou luto de sete dias pela morte de Niemeyer.
Até 18h30, cerca de 4.500 pessoas, segundo os cálculos da Polícia Militar, fizeram fila sob o sol forte para ver de perto o homem que criou os monumentos de Brasília.
Na fila esteve Tomé Mendes, 76, que participou da construção da cidade. Seus olhos marejaram quando ele lembrou a visita de Niemeyer às obras da capital, com o então presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976).
"Estava passando massa quando ele me disse: 'E aí, meu irmão, fica pronto para o dia 21 [de abril, inauguração da capital]?'"
Representantes do MST (Movimento dos Sem-Terra) cantaram um hino em homenagem ao comunista que, segundo eles, compartilhava os valores do movimento.
Para o ministro Celso Amorim (Defesa), que disse ter conhecido o arquiteto no metrô de Londres, nos anos 1960, ele "é essencial no panteão dos heróis nacionais".
Até chegar ao Palácio do Planalto, o cortejo de Niemeyer atravessou os principais eixos de Brasília. Centenas de pessoas estacionaram os carros nas margens do Eixão, avenida que compõe as asas do "avião" -formato do Plano Piloto da cidade.
Lenços, acenos, palmas e muitas fotos marcaram o cortejo e emocionaram os familiares do arquiteto que acompanhavam o caminhão do Corpo de Bombeiros com o corpo de Niemeyer.
Quando o carro alcançou a catedral, uma das mais distintas obras de Niemeyer na cidade, os sinos badalaram.
No começo da noite, o corpo foi levado de volta ao Rio, onde aconteceria uma cerimônia fechada no Palácio da Cidade, sede da prefeitura. O local seria aberto ao público pela manhã. O enterro estava previsto para ocorrer à tarde, no cemitério São João Batista, em Botafogo.
PASTEL E TRABALHO
Nos últimos dias internado, o arquiteto Oscar Niemeyer pediu pastel e café, além de revelar o desejo de compor mais um samba com enfermeiro Caio Almeida.
Muito emocionada, a mulher do arquiteto, Vera Lúcia, disse que ele vinha apresentando melhoras na última semana. "Ele teve uma reação boa, mas daí começou a ficar quietinho, quietinho. Perdi a pessoa que eu mais gostava no mundo. Vai ser difícil, mas o tempo passa. Não saí de perto dele. Assisti às melhoras e às pioras."
Vera contou que ele permaneceu lúcido até anteontem. Segundo ela, ele tratava muito de trabalho.
"Na segunda, falou: 'Quero comer pastel e tomar café'. Eu disse: 'Tá bom'. Ele falava: 'Tenho que ir embora porque meus trabalhos estão atrasados'. Ele também falava para o enfermeiro: 'Temos que fazer o nosso samba'", lembra a viúva.
"Ele via comigo a revista ['Nosso Caminho', dirigida pelo casal]. Chamava o diagramador para saber como estava ficando", contou ela.
Niemeyer era um paciente irrequieto, para desespero dos enfermeiros que o seguiam havia três anos. "Queria trabalhar o tempo todo", revelou o enfermeiro Uellington Campos da Silva, 32.
Além do trabalho, o arquiteto tinha outro pedido frequente: queria cafunés -que costumava chamar de "cosquinha".

    REPERCUSSÃO
    BAN KI-MOON, secretário-geral da ONU
    "Foi uma figura de destaque e um dos arquitetos da sede das Nações Unidas em Nova York. Sua carreira foi excepcionalmente longa e ilustre, mas o que fez dele um excelente arquiteto não foi só o seu vigor e talento. Ele imbuiu seu trabalho com um forte senso de humanismo e engajamento global."
    FRANÇOIS HOLLANDE, presidente da França
    "Morre ao mesmo tempo um arquiteto cuja obra atravessa o século 20, e um homem engajado, cujas convicções sempre foram colocadas a serviço de seu talento. Tinha uma relação privilegiada com a França, não só por ter construído vários edifícios cuja modernidade e originalidade impressionam os seus visitantes, mas também por ter residido aqui durante o seu exílio, quando a ditadura reinava em seu país."
    RICHARD ROGERS, arquiteto britânico que venceu o prêmio Pritzker em 2007
    "Foi um dos últimos grandes mestres modernos, ao lado de Frank Lloyd Wright e Le Corbusier. Foi um artista e poeta. Comunicava otimismo, simplicidade e belas proporções, fazendo perceber como os prédios de hoje são complexos em excesso."
    LORD PETER PALUMBO, presidente do júri do prêmio Pritzker
    "Foi um dos grandes arquitetos do século e consistentemente bom. Seja ao projetar uma cidade inteira ou mesmo casas no campo. Tinha um estilo bem brasileiro. Seus projetos eram cheios de vitalidade e luz, uma arquitetura alegre."
    JEAN NOUVEL, arquiteto francês que venceu o Pritzker em 2008
    "Seus gestos e seu estilo são coisas de artista. Le Corbusier seria uma espécie de Picasso, e Niemeyer, Matisse. O que me estarrece na obra de Niemeyer é essa relação entre simplicidade e complexidade."
    ÁLVARO SIZA, arquiteto português que venceu o Pritzker em 1992
    "Pode-se falar na arquitetura moderna antes e depois da obra de Niemeyer. Eu não concordo com aqueles que dizem que suas obras não eram funcionais. Se não fosse funcional, já não era belo. Não imagino uma separação entre esses termos. Beleza é um aspecto da funcionalidade."
    CHICO BUARQUE, cantor, escritor e compositor
    "Niemeyer teve uma vida muito bonita. Foi um dos maiores artistas do seu tempo e um homem maior que a sua arte."
    RENZO PIANO, um dos arquitetos que fizeram o centro George Pompidou, em Paris
    "Seus prédios parecem esculturas. São traços fluidos, com grande leveza. Além de artista, era um ativista político. Entendia a arquitetura como um ato político. Não no sentido partidário, mas em relação à vida em sociedade."
    TEIXEIRA COELHO, curador do Masp
    "Niemeyer é um caso excepcional na história do mundo. A arquitetura brasileira ainda não chegou aos pés dele, de tão avançado que foi. Ele foi muito original."

      Projetos no papel incluem centro de música e mesquita
      DO RIOMesmo após a morte de Oscar Niemeyer, projetos dele poderão ganhar forma. É um resultado da rotina do arquiteto, que pensou em trabalho até os últimos dias.
      A família quer apoio para erguer ao menos dois projetos que ficaram no papel. Além disso, a viúva, Vera Lúcia, pretende publicar livro com esboços do arquiteto.
      E há novidade até na música: o cantor Jorge Aragão tem uma gravação de "Samba do Arquiteto", composição de 1962 de Niemeyer.
      O fotógrafo Kadu Niemeyer, neto do arquiteto, vai pedir à Prefeitura do Rio para levar adiante dois projetos: um centro de música, no Aterro do Flamengo, e uma mesquita, pensada originalmente para a Argélia. "[Ele] Tem quase 600 projetos. Muitos não avançaram. Lutaremos para manter sonhos e desejos dele em vida", disse Kadu.
      O centro de música pode ser convertido em museu, segundo o fotógrafo.
      Vera, por sua vez, disse que vai cumprir outro desejo de Niemeyer: editar um livro com "projetos de arte e centros culturais que ele fez".Além disso, manterá a revista "Nosso Caminho", editada pelo arquiteto mesmo durante sua internação.
      Jorge Aragão, por sua vez, conta ter recebido o samba de Niemeyer em 2011, com a missão de "ajeitá-lo". "Consciente de que as coisas mudaram, a política, a chegada do Lula ao governo, ele achava que o samba estava defasado. Me pediu para fazer uma revisão e gravar para ele. Não mudei a estrutura, ajustei pouca coisa", disse o sambista.
      Aragão entregou a gravação ao arquiteto no seu aniversário de 104 anos, em dezembro passado. Oficialmente inédita, a gravação já vazou em vídeo do YouTube.
      A letra critica arquitetos que fazem prédios públicos e se esquecem da população pobre. "Você só fez atender ao governo materialista/ Que faz obra para se ver/ Para agradar ao turista/ Que deixa o pobre de lado/ Que tira o pobre da lista/ Da lista dos seus pseudoamigos capitalistas", diz um trecho.
      Há três anos, durante internação no Hospital Samaritano, o arquiteto compôs com um enfermeiro o samba "Tranquilo com a Vida".

        NA INTERNET
        Enfermeiro relembra samba que compôs com Niemeyer
        folha.com/no1197370
        Obras públicas e prêmios marcaram a carreira de Niemeyer; veja cronologia
        folha.com/no609844
        Militante comunista, arquiteto se exilou em Paris na época da ditadura militar
        folha.com/no608771
        São Paulo ganhou de Niemeyer alguns de seus poucos cartões-postais
        folha.com/no1196828
        Secretário-geral da ONU homenageia arquiteto; Mercosul declara arquiteto cidadão ilustre do bloco
        folha.com/no1197133
        Jornal cubano destaca "especial" amizade entre Niemeyer e Fidel Castro
        folha.com/no1196979
        Romance de Niemeyer tem sonhador como protagonista; leia trecho do livro
        folha.com/no641211
        Veja página especial sobre a trajetória de Oscar Niemeyer
        www.folha.com.br/123133

          'Ele foi um mágico do traço', diz britânico Norman Foster
          Arquiteto fez tour pelo Brasil em 2011 para ver de perto obras de Niemeyer
          Autor da cúpula do edifício do Parlamento alemão e do City Hall, londrino diz que brasileiro o influenciou
          BERNARDO MELLO FRANCODE LONDRESUm mágico do traço. Assim o britânico Norman Foster, um dos arquitetos mais celebrados da atualidade, descreveu ontem o brasileiro Oscar Niemeyer.
          Ele se emocionou ao lembrar o único encontro com o mestre, no ano passado, quando fez um tour para conhecer suas obras em várias cidades brasileiras.
          A que mais o tocou, revela agora, foi o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência em Brasília.
          Foster falou à Folha por telefone de Düsseldorf, na Alemanha, onde receberia um prêmio ontem à noite.
          Aos 77 anos, ele é autor de projetos como a cúpula do Reichstag, em Berlim, o City Hall e o novo estádio de Wembley, em Londres.
          Assim como Niemeyer, recebeu o prestigioso prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura mundial.
          No Reino Unido, ele é chamado pelo título de lorde, honraria recebida da rainha Elizabeth 2ª pelo conjunto de sua obra.
          No mês passado, o escritório de Foster apresentou o croqui de um arranha-céu a ser construído na zona portuária do Rio. Ele não quis se estender sobre o projeto. "É importante deixar que a obra fale por si", disse.
          -
          Folha - Qual a importância de Oscar Niemeyer para a arquitetura mundial?
          Norman Foster - Ele deixa um legado extraordinário. Não só pela beleza excepcional dos prédios que desenhou, mas por toda a filosofia por trás deles. A leveza de sua obra ainda vai inspirar muitas gerações de arquitetos nas próximas décadas.
          No Brasil, os prédios públicos e os museus que ele criou são usados por milhares de pessoas todos os dias.
          Mesmo que não entenda nada de arquitetura, qualquer um que circule ou trabalhe nesses prédios sabe que é um privilégio o fato de simplesmente poder estar ali.
          Suas construções de Brasília quase não tocam o chão, parecem estar flutuando no espaço. É incrível.
          No Museu de Arte Contemporânea [o MAC, em Niterói], a experiência de subir aquelas rampas é como dançar no espaço. A cada momento, você é convidado a ver o prédio de uma forma diferente, antes mesmo de entrar nele. Ele fazia mágica.
          Como o sr. o situa no panorama da arquitetura moderna?
          O modernismo teve muitos mestres, como Frank Lloyd Wright e Le Corbusier. Com Niemeyer, a manifestação dessa arquitetura foi algo diferente de todo o resto. Ele era único. Tinha um talento espetacular para desenhar construções como se estivesse fazendo esculturas.
          Além disso, ele soube usar muito bem as características dos locais onde as obras foram erguidas.
          Ele tinha muita identidade com o Brasil. Suas construções dizem muito sobre o país, o estilo e o temperamento dos brasileiros.
          Também é impressionante ver a forma como conseguiu integrar seu trabalho ao que havia de melhor na arte, seja na pintura, na escultura ou no paisagismo.
          O sr. já disse que ele influenciou a sua decisão de se tornar arquiteto. Como isso ocorreu?
          Niemeyer sempre foi uma fonte de inspiração para mim. O impacto da obra dele me tocou antes mesmo que eu começasse a estudar arquitetura. E me influenciou muito a tomar essa decisão.
          Como foi seu encontro com ele no ano passado?
          Pouca gente tem a chance de conhecer seus heróis. Eu tive esse privilégio, no Rio, e sou muito grato por isso.
          Tivemos uma conversa muito interessante. Ele estava bastante animado com sua nova revista ["Nosso Caminho", lançada em 2008] e me convidou para colaborar com ela um dia.
          Conversamos sobre o Brasil, a construção de Brasília, a vida. A linda arquitetura dele foi só um dos assuntos.
          Embora dissesse que a arquitetura não importava, e sim a vida, ele tinha uma paixão fortíssima pelo seu trabalho. É incrível que tenha mantido tanto entusiasmo e tanta criatividade até o fim.
          O sr. fez um tour pelo Brasil para ver de perto as suas obras. Como foi a experiência?
          Foi uma grande descoberta para mim. As fotos mostram muita coisa, mas a arquitetura também depende de sentidos e sensações que não se limitam às duas dimensões de uma imagem impressa.
          Existe o senso de espaço, existe a luz. Quando você está lá, os prédios de Niemeyer o convidam a entrar.
          O sr. visitou obras dele no Rio, em Niterói, Belo Horizonte, Brasília... Qual foi a favorita?
          O Palácio da Alvorada. Tive o prazer de visitá-lo por dentro e por fora. É uma obra absolutamente impressionante. Além daquelas colunas fantásticas, ele conseguiu uma integração extraordinária com o mobiliário, a tapeçaria, as obras de arte.
          Ver o casamento disso tudo é de tirar o fôlego.
          O sr. é um dos arquitetos mais importantes da pós-modernidade. Consegue identificar traços da influência de Niemeyer em sua obra?
          Todos nós somos passíveis de influências, sejam subliminares ou não. Fazemos muita coisa a partir da nossa cabeça, mas o background sempre estará lá.
          Eu certamente sofri influências dele. Mas acho impossível descrever isso de uma forma muito específica.
          Apesar do reconhecimento internacional, Niemeyer também foi alvo de críticas porque sua arquitetura, em alguns casos, seria mais bonita do que funcional. O sr. concorda?
          A imperfeição é da natureza humana. Quem se arrisca para inovar sempre poderá se tornar alvo de críticas.
          Mas são as mudanças que escrevem a história da arquitetura. Críticas são sempre legítimas, mas este é um momento de celebrar a obra de Niemeyer.

            ARQUITETURA DA PALAVRA
            VIDA
            A vida é mais importante do que a arquitetura
            Penso que tanto faz ser feliz ou infeliz, a vida é um sopro, um minuto
            VELHICE
            O trabalho me distrai. Na minha idade a gente não pode ficar desocupado, que só pensa besteira
            RELIGIÃO
            Nunca acreditei nessas coisas porque achava o mundo injusto e o ser humano tão frágil
            CURVAS
            Não é a linha reta que me atrai, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual que encontro nas montanhas, no curso sinuoso dos rios, nas nuvens, no corpo da mulher bonita
            BRASÍLIA
            Quem for a Brasília pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida
            COMUNISMO
            Sou comunista, nunca achei que tivesse acabado. É uma ideia justa, estou velho demais para mudar
            DINHEIRO
            Sempre tive a ideia de que o dinheiro não vale nada. Já disse que teria vergonha de ser um homem rico. Considero o dinheiro uma coisa sórdida

              DEPOIMENTO
              "Com ele, se vai o melhor de mim", diz engenheiro de projetos de Oscar
              DO RIOEm 1968, o estudante de engenharia José Carlos Sussekind conheceu Oscar Niemeyer e se tornou responsável pelos cálculos estruturais de seus projetos. Hoje, aos 65 anos, ele fala sobre a parceria:
              "Ele estava sempre pensando no que fazer. Tinha sensibilidade artística e compreendia a estrutura, mesmo não sendo um engenheiro.
              Em metade dos casos, eu não fazia. Dizia amém. Em 5% dos casos, disse que seria inviável. E ele não procurava remendar. Jogava no lixo e começava tudo de novo.
              Oscar criava com uma rapidez inacreditável. Resolvia no primeiro rabisco. Parecia que já tinha aquela ideia armazenada na cabeça. Isso é genialidade, que tive o privilegio de presenciar. Ajudei Oscar em mais de cem projetos. Com ele, vai o melhor de mim".

                REPERCUSSÃO
                ZAHA HADID, arquiteta iraquiana vencedora do Pritzker de 2004
                "Seu trabalho foi visionário e influente com o mais alto grau de originalidade e sensibilidade espacial. Encorajou-me a buscar a fluidez total. Muitos arquitetos experimentam com a forma, mas Oscar levou seu trabalho para um nível muito mais alto."
                REM KOOLHAAS, arquiteto
                "Admiro o trabalho de Niemeyer. Foi um grande arquiteto. Durante anos, estudei com uma lupa seus desenhos."
                *TOMIE OHTAKE,* artista plástica
                "Fiquei chocada com sua morte. Gosto muito dos seus trabalhos, do estilo dele que é muito orgânico. Acho o prédio da Bienal maravilhoso."
                LEDA CATUNDA, artista plástica
                "Na obra dele há uma questão de perspectiva, de dentro do espaço. Em sua arquitetura há um monte de conotações sociais, que representam o sonho socialista do século 20. Nele, a diferença de classes não é tão importante. É algo sobre uma coisa mais igualitária entre as diferentes camadas da sociedade."
                CARLOS BRATKE, arquiteto
                "Ele não se sujeitava a imposições ou questões pré-estabelecidas sobre sua obra. Não é uma questão de os novos arquitetos imitarem a arquitetura dele, mas de
                se inspirarem na atitude dele. Dizem que algumas obras dele são apenas escultóricas, e não funcionais. Isso é uma bobagem."
                RENATO ANELLI, diretor do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi e professor da USP
                "Ele tinha um jeito de se manifestar que rebaixava tudo a uma coisa mais simples. Ele desenvolve a partir do pensamento dele um traço que sintetiza, comenta ou interpreta os principais temas da cultura moderna brasileira, a paisagem, a silhueta, o horizonte, o homem, a mulher. Ele transporta esse desenho para a construção no espaço, empurrando a técnica para a frente."
                RUY OHTAKE, arquiteto
                "Conheci Niemeyer após me formar. Ele me ensinou três coisas. A primeira é que a arquitetura tem que ter a questão estética. O segundo item que me ensinou foi a liberdade de fazer os desenhos. E o terceiro é confiar na intuição."
                ANTONIO GRASSI, presidente da Funarte
                "Ele teve um caráter de colocar a arquitetura como arte, já que ela foi sempre enxergada como algo muito mais funcional do que artístico."

                  Nenhum comentário:

                  Postar um comentário