quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Países desatam principal nó de debates em conferência do clima


Dúvida se refere a "sobras" de emissões de países como a Rússia
Folha de São PauloGIULIANA MIRANDAENVIADA ESPECIAL A DOHAO principal nó das negociações da COP-18, conferência do clima da ONU que acontece até sexta em Doha, no Qatar, começou a ser desatado.
Os países finalmente chegaram a um rascunho robusto da extensão do Protocolo de Kyoto, especialmente em seu ponto mais polêmico: o chamado "hot air".
Esse ar quente da discórdia é uma espécie de bônus. Rússia, Polônia e Ucrânia, que emitiram menos gases-estufa do que poderiam na primeira etapa do pacto do clima, fizeram pressão para carregar essa diferença para a segunda fase do acordo.
A posição do ex-bloco soviético causou mal-estar porque a diminuição nas emissões aconteceu por causa da desaceleração econômica na região, e não de medidas para esse fim. Apesar da relutância, os países devem conseguir levar algum crédito para a próxima etapa do pacto, embora ele seja muito menor do que essas nações queriam.
Os delegados dos quase 200 países reunidos formalizaram três opções.
A defendida pelo Brasil, e que tem ganhado popularidade entre as demais delegações, estabelece que o "bônus" não pode ultrapassar 2,5% da meta prevista para o período inicial. Negociadores ouvidos pela Folha dizem que a decisão final deve seguir essa linha.
Outra opção, defendida pela Suiça, deixa margem para se estabelecer uma quantidade máxima, em toneladas de carbono, que poderia valer para a próxima etapa.
Os países também sinalizam que o "bônus" das emissões reduzidas durante a vigência da extensão do acordo vão se encerrar junto com ele, não sendo transferidos para o novo pacto global de proteção do clima, que deve entrar em vigor em 2020.
Apesar dos avanços, o texto ainda está repleto de colchetes, símbolos que, na diplomacia, significam pontos polêmicos em que ainda não há acordo entre os países.
A dois dias do fim da conferência, os países ainda não sabem até quando vigorará esse "puxadinho" de Kyoto.
O negociador brasileiro André Corrêa do Lago disse que muitas divergências foram resolvidas com soluções técnicas boladas pelo Brasil.

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