quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cristina Grillo

folha de são paulo

Desafio de verdade
RIO DE JANEIRO - Mais do que Copa do Mundo ou Olimpíada, o verdadeiro desafio a ser enfrentado pelo Rio acontece daqui a cinco meses: a Jornada Mundial da Juventude.
O encontro, organizado pela Igreja Católica, tem peculiaridades que o transformam em um teste para os mais experientes especialistas em logística de grandes eventos.
Como fazer fluir pela cidade uma legião estimada inicialmente em 1 milhão de pessoas, contingente muito maior do que o previsto para os dois grandes eventos esportivos?
E o número pode aumentar exponencialmente se confirmada a vinda do novo papa, no que poderá ser sua primeira participação em um grande evento internacional.
Os principais encontros da jornada, uma vigília na noite de sábado e a missa papal no domingo, acontecerão em uma fazenda em Guaratiba, a cerca de 50 km do centro da cidade.
Para chegarem lá, os fiéis terão que caminhar distâncias entre 6 km e 13 km, estima o arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta.
Caminhar em peregrinação é algo que faz parte do DNA de religiosos. Há os que percorrem o caminho de Santiago de Compostela, os que rumam para Meca pelo menos uma vez na vida, os que sobem trilhas no Nepal em busca da iluminação budista...
Andar a pé, ao que parece, vai ser a parte mais fácil. A grande questão é como levar a multidão até os pontos de bloqueio que serão montados em trechos da Barra da Tijuca, do Recreio e de Santa Cruz.
Metrô, não há. O sistema de ônibus é deficiente, mesmo com a inauguração dos corredores exclusivos.
Eventos bem menores em comparação com a jornada, como o festival Rock in Rio, já dão um nó no trânsito da região e, consequentemente, em toda a cidade.
Passar no teste da jornada será um grande passo rumo à Copa do Mundo e à Olimpíada.

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