segunda-feira, 20 de maio de 2013

CINEMA » Gol de placa - Mariana Peixoto‏


Mariana Peixoto


Estado de Minas: 20/05/2013 




Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite dirigiram o documentário Tostão, a fera de ouro, lançado em 1970

No auge da carreira, em agosto de 1969, o ídolo do Cruzeiro Tostão sofreu um revés. Uma bola chutada pelo zagueiro Castañas, do Milionários de Bogotá, da Colômbia, atingiu o olho esquerdo do jogador brasileiro, acarretando o deslocamento da retina. Pouco depois, outra bolada, dessa vez do corintiano Ditão, voltou a lhe atacar a visão. Após cirurgia nos Estados Unidos, Tostão continuou jogando, inclusive na Seleção campeã da Copa do México de 1970. Naquele mesmo ano foi lançado Tostão, a fera de ouro, documentário de Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite, que acompanha principalmente o período das eliminatórias para a Copa, mas também os primeiros anos como jogador e a cirurgia em Houston.

O filme, de posse da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, estava com cópia em péssimo estado, mas foi escolhido para inaugurar parceria entre o projeto Curta Circuito, o MAM, o Labocine e o BDMG-Cultural para restauração de filmes da cinematografia mineira. A primeira exibição da cópia restaurada será sábado, durante o CineFoot – Festival de Cinema de Futebol, no Rio de Janeiro. O longa-metragem terá novas sessões em junho, quando o CineFoot será levado a São Paulo e Belo Horizonte (aqui, será dia 24, no Cine Humberto Mauro).

“Nas conversas que a gente tinha para exibir filmes clássicos produzidos em Minas, vimos que muitos estavam se perdendo. Dessa maneira surgiu a iniciativa, que não vai só restaurar. Temos o compromisso também de exibir os filmes de forma gratuita”, explica Daniela Fernandes, coordenadora de programação do Curta Circuito. Foi pedido ao MAM que enviasse uma lista dos filmes mineiros que precisavam de mais urgência da recuperação e entre os seis longas listados está Rebelião em Vila Rica (1957), dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira, que será restaurado no segundo semestre.

De acordo com Daniela Fernandes, a intenção é restaurar dois títulos por ano. Os longas que estão na fila são Idolatrada (1983), de Paulo Augusto Gomes; e Um filme 100% brasileiro (1985), de José Sette. Para a restauração de Tostão, que consumiu entre R$ 40 mil e R$ 50 mil – “valor muito abaixo do mercado”, afirma Daniela –, foi preciso pegar pedaços da película em diferentes lugares. O som inteiro também foi refeito, pois estava muito precário, acrescenta Daiela. Da restauração foram produzidas duas cópias em 35mm e agora está sendo feita a telecinagem para que o documentário tenha suporte digital. As cópias ficarão sob a guarda da Cinemateca do MAM.

EM JUNHO

O Curta Circuito vai coordenar a versão mineira do CineFoot, criado há quatro anos
no Rio. Em BH, o evento será realizado de 21 a 25 de junho, durante a Copa das Confederações.
 No Humberto Mauro, serão exibidos de 10 a 15 filmes. Haverá também palestras e mesas-redondas. “A ideia é
que o CineFoot tenha continuidade e, depois
da Copa, integre o circuito com as edições do Rio
 e de São Paulo”, diz Daniela Fernandes. 

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