segunda-feira, 17 de junho de 2013

Série 'Instrumentos Mortais', de Cassandra Clare, começa a chegar ao cinema e segue trilha da saga 'Crepúsculo'

folha de são paulo
FOLHATEEN
A dona da cidade
Série 'Instrumentos Mortais', de Cassandra Clare, começa a chegar ao cinema e segue trilha da saga 'Crepúsculo'
JOANA CUNHADE NOVA YORKLogo depois dos atentados de 11 de Setembro, em 2001, Cassandra Clare, 39, desembarcava em uma Nova York dramática, "cheia de histórias" nas quais a escritora ainda iniciante se inspirava.
O salário que recebia em revistas de entretenimento e tabloides, entretanto, a pagava apenas para digitar fofocas sobre Britney Spears, Paris Hilton e Angelina Jolie.
"Eu queria manifestar melhor meus sentimentos. A cidade era especial, tinha muitas pessoas se ajudando", disse Clare à Folha.
Anos depois, conseguiu se expressar como best-seller para adolescentes pós "Harry Potter" e "Crepúsculo".
Clare já vendeu mais de 16 milhões de livros no mundo, e sua série "Os Instrumentos Mortais" será transformada em filmes. "Cidade dos Ossos" é o primeiro, com estreia no dia 23 de agosto, nos Estados Unidos e no Brasil.
O potencial mercadológico chamou a atenção do grupo editorial Record --dono do selo Galera, responsável pela publicação no Brasil--, que intensificou a campanha nas redes sociais, de olho na "ótima oportunidade para divulgação, pois cinema tem visibilidade grande", segundo Bruno Zolotar, diretor de marketing do grupo.
"As adaptações dos livros para cinema já estão confirmadas. E isso, certamente, vai se reverter em vendas", diz Ana Lima, editora-executiva da Galera, que estima as vendas da série no Brasil em 180 mil exemplares.
O projeto da editora inclui a produção de capítulos para distribuição em cinemas, bottons, propaganda em ônibus, metrô, cinemas e TV, tudo para se beneficiar da demanda estimulada pelo filme sobre Clary.
Numa discoteca de Nova York, a jovem testemunha um assassinato cometido por autores invisíveis. O cenário nova-iorquino serve de pano de fundo à saga dos caçadores de sombras, guerreiros que têm sangue de anjo e caçam demônios.
VEM AÍ O SEXTO LIVRO
Depois de lançados no Brasil "Cidade dos Ossos", "Cidade das Cinzas", "Cidade de Vidro" e "Cidade dos Anjos Caídos", o quinto volume, "Cidade das Almas Perdidas", acaba de chegar às livrarias do país, enquanto o mercado americano aguarda o sexto.
A expectativa em torno do filme cresce diante do investimento em um elenco experiente. A heroína Clary é interpretada pela novata Lily Collins, mas ela divide a tela com gente conhecida.
Além de Lena Headey (da série "Terminator") e Jonathan Rhys Meyers (de "Tudors"), o filme traz Jamie Campbell Bower em sua terceira franquia teen. Antes, ele participou de três filmes da saga "Crepúsculo" e de dois de "Harry Potter".
    Autora evita ler livros do mesmo gênero
    DE NOVA YORKAntes de começar a escrever "Cidade dos Ossos", em 2004, Cassandra Clare chamou a atenção de editores experimentando "fanfiction" (gênero em que se imaginam tramas alternativas para personagens já famosos).
    O caminho não é incomum entre autores best-sellers. Os primeiros passos de E.L. James, do blockbuster "Cinquenta Tons de Cinza", também foram as "fanfics".
    "Gosto de ver que a fanfic' está em progresso. Eu não consigo ver o futuro, mas acho que existe uma nova discussão sobre originalidade começando em torno disso."
    Ela também diz ter suas receitas para preservar o ineditismo num mercado adolescente tão saturado de jovens casais, vampiros e penumbras malditas.
    "Comparações são inevitáveis. Algumas partes dos livros abordam questões semelhantes, como o jovem dividido sobre quem ele quer ser. Procuro não ler muitos dos livros nessa linha para que o meu trabalho seja único."
    Assim como os vampiros que ela idealiza, Clare conta que vara madrugadas para cumprir uma rotina árdua, de produção elevada, que ela mesma se impõe.
    "Procuro trabalhar muito. Estudei mitologia. Meu pai sempre foi fascinado por mitologia grega e me ensinou."
    Filha de americanos, Clare nasceu em Teerã. A rotina de professor do pai a levou a morar em países como França e Suíça. "Vivíamos viajando, e eu sempre carregava um livro", lembra.
    Os relatos sobre Cassandra, irmã de Jane Austen, que ela reverencia, inspiraram a criação do pseudônimo de Clare. "Mas foi só isso", diverte-se, ao esclarecer que sua pretensão não é a de imprimir em seus personagens qualquer traço da literatura de Austen.

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