segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Eduardo Almeida Reis‏ - Extinções


No mundo que aí está não adianta você ficar furioso(a) com a falta de privacidade. Qualquer coisa que você faça logo será do conhecimento geral
Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas: 30/12/2013 


Extinções

Sempre atento ao que vai por aí, Roldão Simas Filho, o maior ombudsman da imprensa brasileira, mandou-me a lista das “nove coisas que desaparecerão no tempo de nossas vidas”. Limito-me ao item 9, Privacidade, que não vai desaparecer: já desapareceu.
É o que diz, em outras palavras, o texto enviado: a privacidade acabou e se foi há muito tempo. Há câmeras nas ruas, na maior parte dos edifícios e até em nossos computadores e celulares. “Eles” sabem quem você é e onde está. Se você comprar alguma coisa, sua compra vai para um zilhão de perfis, através dos quais “eles” tentam levá-lo a comprar outras vezes.

No mundo que aí está não adianta você ficar furioso(a) com a falta de privacidade. Qualquer coisa que você faça logo será do conhecimento geral através de gravações, quando não é em tempo real. Guarde sua raiva para o comportamento, os erros que lhe serão atribuídos e você não cometeu.

Não deixa de ser curioso notar que tudo isso vem acontecendo nos últimos anos. Semana passada, descobri que Thomas Edison patenteou o rádio no dia 29 de dezembro de 1891. O rádio! Televisão, avião, helicóptero, computador – é tudo muito recente e o pessoal tem pressa, tanto assim que a Amazon promete entregar suas compras na calçada, diante de sua casa, em 30 minutos, usando drones elétricos não poluentes.

Num país grande e bobo a entrega será sensacional. Antes mesmo de o comprador sair de casa para recolher sua compra, ela será roubada. Concorrendo com a saidinha de banco teremos a chegadinha de drone, por aqui chamado vant, veículo aéreo não tripulado.
E tem mais uma coisa: duvido que daqui a dois anos, portanto em 2016, algum dos condenados do mensalão ainda esteja preso. Quem viver, verá.

Corrupção

Não sei como trabalha a Transparência Internacional para fazer o ranking da corrupção mundial. Se existem países mais corruptos que o nosso é sinal de que o mundo está perdido. Depois de muito procurar no Google, acabei encontrando a lista completa, que tem em 1º lugar os menos corruptos Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia com 90 pontos. Os três últimos, com 8 pontinhos, são a Coreia do Norte, a Somália e o Afeganistão.

Muito me espanta que exista corrupção na Coreia do Norte, gloriosa nação comunista, e em Cuba, ocupando o 58º lugar com 48 pontos, onze postos à frente da nossa amada nação, que tem 43 pontos e ocupa a 69ª posição.

Comparáveis ao Brasil em extensão territorial existem a Austrália, 7º lugar e 85 pontos, o Canadá em 9º e 84 pontos. A Rússia, com 28 pontinhos, está entre os mais corruptos: 133º lugar. Outra surpresa, porque a geração que manda por lá foi, toda ela, nascida na gloriosa União Soviética.

Japão e Reino Unido ocupam o 17º posto, ambos com 74 pontos, e os EUA estão em 19º com razoáveis 73 pontos. Outra surpresa: o Eça dizia que qualquer coisa na Turquia seria turcamente abjeta. No entanto, aquela nação alcança 49 pontos e está 15 postos menos corrupta que o Brasil.

Bonito faz o Chile: 20º lugar com 72 pontos. E a China em 80º lugar, com escassos 39 pontos, segunda economia do planeta, é outra surpresa comunista. Ainda assim menos corrupta que a Argentina peronista em 102º lugar com 35 pontinhos.

O jornalista californiano Jon Lee Anderson, pai de Bella, Rosie e Máximo, autor da biografia “definitiva” de Che Guevara, entrevistado pela GloboNews disse que acha o nosso belo Putin, ex-KGB, presidente da Rússia, o maior perigo do mundo atual. Dirige um país com 17 milhões de km² e 143 milhões de habitantes. A Turquia tem 783 mil km² e 75 milhões de turcos.

Oba!
Considerando que amanhã é terça-feira, dia em que o caro, preclaro e animadíssimo leitor fica livre de Tiro&Queda, voltamos a conversar em 2014, ok? Se não fosse cavalheiro educadíssimo, juro que diria o que penso do ano que acaba.

 O mundo é uma bola

30 de dezembro de 1916: Grigoriy Yefimovich Rasputin é assassinado a mando da família imperial russa para pôr fim à sua influência sobre a czarina Alexandra. Nascido em 1869, foi um místico e figura muito influente do final do período czarista.

Por volta de 1904 sua reputação já era conhecida e ele foi introduzido no círculo restrito da corte imperial russa, onde, segundo se dizia, teria salvado a vida de Alexei Romanov, hemofílico, filho do czar. Diante disso, a czarina Alexandra Feodorovna passou a dedicar-lhe confiança desmedida e Rasputin passou a influenciar a Corte e a família imperial, ocupando o topo na hierarquia da poderosa Igreja Ortodoxa Russa.
Dissoluto, licencioso, devasso, acusado de orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade, levou o czar Nicolau II a se afastar dele, mas a czarina Alexandra manteve confiança absoluta no monge decadente. Quando é assim, só matando.

Em 1922, também no dia 30 de dezembro, o Conselho dos Sovietes cria a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Ruminanças
“No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatilizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando” (Nelson Rodrigues, 1912-1980).

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