terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Superlua de Ano Novo

Na fase nova, satélite natural da Terra vai provocar alteração no mar na noite do réveillon



CESAR BAIMA
cesar.baima@oglobo.com.br



O primeiro dia de 2014 também vai marcar
o nascer da primeira das cinco superluas
do ano, duas delas em janeiro, coincidência
mensal que só vai se repetir em
2018. Originalmente usado na astrologia,
o termo superlua é empregado quando o
satélite entra em sua fase nova ou cheia e
está no (ou muito perto do) perigeu, isto
é, seu ponto de maior aproximação da
Terra. Na astronomia, estas superluas são
conhecidas apenas como Lua nova de
perigeu e Lua cheia de perigeu, respectivamente,
e repetem-se regularmente, a
um ritmo de quatro a seis por ano.

Mas como as superluas têm como característica
uma variação um pouco maior
das marés, quem for procurar seu lugar
em Copacabana ou outras praias para virar
o Ano Novo deve ficar atento aos movimentos
da água. Segundo dados da Diretoria
de Hidrografia e Navegação da
Marinha, nesta véspera de réveillon no
Rio a última maré baixa de 2013 ocorrerá
às 20h49m, com o mar subindo gradualmente
até alcançar a maré alta às 02h49m
já no dia 1º de janeiro de 2014.

— O nome superlua é pomposo, quer
dizer que e o satélite aumenta em tamanho
aparente — explica Paulo Pereira, astrônomo
do Planetário do Rio. — Superlua
ou não, o aumento da força gravitacional
nas luas cheia e nova faz com que o
nível dos oceanos suba.

DISTÂNCIA ENTRE TERRA E LUA VARIA

O fenômeno das superluas acontece
porque a órbita da Lua em volta da Terra
não é um círculo perfeito, mas uma
elipse (assim como a órbita do nosso
planeta em torno do Sol), o que faz com
que a distância entre as duas varie de
pouco menos de 360 mil quilômetros a
pouco mais de 400 mil quilômetros
aproximadamente a cada 28 dias. É este
período que o satélite leva para dar
uma volta na Terra e quando ele está
entre o planeta e o Sol temos a Lua nova,
enquanto quando está do lado
oposto da Terra com relação ao Sol temos
a Lua cheia.

Além de marés mais fortes, a superlua
que coincide com a fase cheia também faz
o satélite parecer um pouco maior no céu,
com uma circunferência 10% a 15% superior
à vista no fenômeno inverso — que
apenas recentemente, e também de modo
inverso, passou a ser chamado de microlua.
Neste caso, a entrada na fase cheia coincide
ou acontece muito próxima do apogeu,
como é conhecido o ponto de maior
afastamento do satélite da Terra. Infelizmente,
as duas superluas de janeiro de
2014 — a outra acontece no dia 30 — serão
do tipo nova, o que significa que a Lua não
estará visível no céu no réveillon. Isso também
quer dizer que a Lua cheia do primeiro
mês de 2014 será uma microlua.

As perspectivas para as outras três superluas
do ano, por outro lado, são boas.
Todas elas serão do tipo cheia, e
acontecerão nos dias 12 de julho, 10 de
agosto e 9 de setembro. E, graças a uma
coincidência cósmica que só se repete
a cada um ano e 48 dias, em agosto a
superlua será a mais “super” de todas
de 2014. Isso porque o satélite alcançará
o perigeu, quando chegará a 356,9
mil quilômetros da Terra, às 14h44m no
horário de Brasília, apenas 27 minutos
antes de a Lua entrar em sua totalidade.
Outras “supersuperluas” visíveis estão
previstas para 28 de setembro de 2015,
14 de novembro de 2016 e 2 de janeiro
de 2018, a primeira das duas superluas

do mês que, desta vez, serão cheias.

OUTRAS EFEMÉRIDES ASTRONÔMICAS

Janeiro também será marcado por outras
efemérides astronômicas. No dia 4,
a Terra alcançará o periélio, isto é, o
ponto de maior aproximação do Sol em
sua órbita anual, chegando a apenas
147,1 milhões de quilômetros de nossa
estrela. Já na madrugada do dia 23, Lua
e Marte estarão em conjunção, com o
planeta vermelho aparecendo no céu
muito próximo do satélite. Por fim, no
dia 25 Saturno entrará em conjunção
com a Lua, seguida por outra conjunção
entre o satélite e Vênus no dia 28.
Ambas conjunções, porém, já se darão
muito próximas da fase nova e serão difíceis
de serem vistas. l

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