segunda-feira, 14 de julho de 2014

29% dos profissionais brasileiros não sabem se gostam do que fazem

               


Trilhar para conhecer 


29% dos profissionais brasileiros não sabem se gostam do que fazem
Elma Bernardes Santiago
Coordenadora pedagógica da Faculdade IBS/FGV
Estado de Minas: 14/07/2014


Apesar do dinamismo e de dominar a tecnologia, os jovens de hoje têm dificuldade em conseguir se estabelecer no mercado e construir uma carreira sólida. Essa realidade tem se tornado uma questão crítica para profissionais e organizações, exigindo que os funcionários conheçam melhor seus objetivos e metas. O profissional precisa saber aonde quer chegar. Não dá para ter sucesso sem se autoconhecer. Saber o que gosta de fazer, escolher uma atividade que esteja em sintonia com seus valores, aliando seus interesses pessoais aos profissionais, é essencial para trilhar um caminho rumo ao sucesso profissional.

A falta de clareza de propósito pode levar o profissional à indecisão, por não conhecer o que mais o motiva, quais as suas limitações, seus pontos fortes, o que precisa ser aprimorado, não saber definir com assertividade qual profissão está de acordo com suas aptidões, habilidades e desejos de vida. Com isso, o profissional terá grandes dificuldades em construir uma carreira sólida e de sucesso. Conhecer-se é uma habilidade passível de ser desenvolvida por qualquer ser humano, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, e se constitui numa das competências primordiais para o sucesso. Hoje, as empresas não querem mais aquele profissional moderno que vai permanecer contratado apenas durante um tempo, deixar uma parte de sua contribuição e ir embora. Elas querem que seu capital intelectual esteja ali, formando e construindo seu enredo, aplicando conhecimentos e gerando novas oportunidades relacionadas à área em que atua. Levantamento feito em 2013 pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IESPE) mostra que 28% dos profissionais brasileiros não atuam na área escolhida e 29% não sabem se gostam do que fazem. Vivencio essa realidade no projeto Trilha do Desenvolvimento Individual (TDI), que desenvolvo na Faculdade IBS/FGV. A ação é voltada para aperfeiçoar o autoconhecimento e a perspectiva de carreira dos graduandos. O atendimento é individualizado, com média de sete encontros por semestre, cada um com duração de uma hora. Analiso o perfil e levo o aluno a encontrar suas respostas, orientando-o para a definição dos objetivos desejados, construção de metas e estruturação de um plano de carreira e de autodesenvolvimento. Uma estratégia que exige disciplina, organização e foco. A base do projeto tem as premissas do coaching universitário, algo pouco praticado nas instituições de ensino, que auxilia o aluno a traçar seu perfil profissional mesmo antes de ingressar no mercado de trabalho.

Atualmente, as exigências do mercado de trabalho vão muito além da simples competência técnica. As empresas analisam, principalmente, as competências comportamentais e buscam habilidades como saber ouvir, ter comprometimento, flexibilidade, bom relacionamento, saber lidar com conflitos e estar aberto às mudanças. A construção da trilha é fundamental para alavancar essas competências, porque o aluno organiza um plano de ação consistente. Conhecendo mais a si mesmo, as suas emoções e o sentido pessoal do trabalho, ele pode traçar uma carreira adequada ao seu perfil, suas características, e assim elevar seu estágio motivacional.

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