quinta-feira, 3 de julho de 2014

Surpresas em Paulínia‏

Número de inscrições e qualidade dos filmes leva os realizadores a pensarem na ampliação do evento, que terá sua sexta edição, no polo cinematográfico brasileiro, de 22 a 27 deste mês


Gracie Santos
Estado de Minas: 03/07/2014



Deborah Secco está em Boa sorte, ficção de Carolina Jabor que estará na mostra competitiva de Paulínia (Fotos: Paulínia Film Festival/Divulgação)
Deborah Secco está em Boa sorte, ficção de Carolina Jabor que estará na mostra competitiva de Paulínia


Nenhum filme mineiro foi selecionado para as mostras competitivas da sexta edição do Paulínia Film Festival (que terá também títulos internacionais). O diretor do evento, Ivan Melo, que está satisfeito com a qualidade e quantidade de obras inscritas (263 títulos brasileiros), disse que havia poucos longas do estado e nenhum que coubesse na programação. “Paulínia é diferente de todos os outros, é uma espécie de cereja do bolo, porque produzimos os filmes o ano inteiro e o festival é a festa que celebra isso. Então, é natural que tenhamos vários tipos de cinema. Não só o da nova geração, nem o da consolidada. Temos obras que representam o mercado brasileiro como um todo. Quem acompanhou nossa seleção desde o início vai ver que o recorte tem vários olhares, obras de vários estados.”

Mas Ivan Melo acredita que os mineiros que não entraram em Paulínia terão lugar garantido em outros festivais, assim como outros filmes de qualidade de outros estados que ficaram fora da lista (são nove longas e oito curtas, veja box). Para o diretor do festival, os eventos que vierem na sequência poderão se esbaldar. “Os grandes festivais brasileiros depois de Paulínia (na sequência virão Gramado, Brasília e Rio, além da Mostra de São Paulo que tem perfil diferente) vão ficar bem. O que tem filmes bacanas, com bons atores e diretores que não entraram no festival é surpreendente”, garante.

Surpreso com o número de inscritos, Ivan Melo assegura que “se Paulínia tivesse 10 dias, seriam 10 dias de filmes incríveis” e avisa que esta não é apenas a opinião dele, mas também a do curador do evento, o crítico Rubens Ewald Filho, e da secretária de Cultura de Paulínia, Mônica Trigo, incansável na luta para reerguer o evento, que chegou a ser suspenso por questões políticas, teve edição simbólica no ano passado (apenas para premiação dos filmes, diretores e atores que participaram das mostras anteriores) e, agora, está de volta, ao que parece, com força total. Tanto que serão distribuídos R$ 800 mil em prêmios para 20 categorias. O festival será promovido de 22 a 27 deste mês, no Theatro Municipal Paulo Gracindo e no Polo Cinematográfico da cidade paulista. A categoria de melhor filme dará R$ 300 mil ao vencedor. Já nos quesitos melhor direção, melhor curta-metragem e melhor longa-metragem segundo o júri popular, o prêmio é de R$ 50 mil em cada categoria.

Sangue azul, longa de Lírio Ferreira, é outro filme do festival
Sangue azul, longa de Lírio Ferreira, é outro filme do festival


Ampliada


Felizes com as 70 inscrições de longas e as 193 de curtas, os realizadores não descartam a possibilidade de a próxima edição ser ampliada. Os títulos internacionais e os filmes de abertura e encerramento, que serão exibidos fora de competição, serão anunciados até segunda-feira. Todas as sessões serão abertas ao público e terão entrada franca, sujeita a lotação do teatro. Além das mostras competitivas, serão exibidos seis filmes infantis: Amazônia, Meu pé de laranja lima, O pequeno Nicolau, Zarafa, A guerra dos botões e Minhocas – O filme.

“Minha expectativa em relação ao número de inscrições foi superada, o que prova que o festival não pode ser considerado frágil. Temos, por exemplo, um caso interessantíssimo, de uma diretora daqui de Paulínia (Fernanda Machado), que se formou na cidade. Saiu daqui, fez um longa (o documentário A neblina) e agora conseguiu aprovar o seu filme em meio a tantas obras importantes”, conta Mônica Trigo. A secretária aproveita para dizer que não apenas o festival, mas as atividades de todo o polo estão sendo retomadas, referindo-se aos seis estúdios, entre os quais o de animação e um na Escola de Magia do Cinema. O cronograma de filmagens deste ano ainda não foi definido.

Os longas brasileiros

A história da eternidade, de Camilo Cavalcante (ficção, PE)
Aprendi a jogar com você, de Murilo Salles (documentário, RJ)
Boa sorte, de Carolina Jabor (ficção, RJ)
Casa grande, de Fellipe Barbosa (ficção, RJ)
Castanha, de David Pretto (ficção, RS)
Infância, de Domingos Oliveira (ficção, RJ)
Neblina, de Daniel Pátaro e Fernanda Machado (documentário, SP)
Sangue azul, de Lírio Ferreira (ficção, PE)
Sinfonia da necrópole, de Juliana Rojas (ficção, SP)

Os curtas


De bom tamanho, de Alex Vidigal
Edifício Tatuapé Mahal, de Carolina Markowicz e Fernanda Salloum
Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge
190, de Germano Pereira
O clube, de Allan Ribeiro
O bom comportamento, de Eva Randolph
O menino que sabia voar, de Douglas Alves Ferreira
Recordação, de Marcelo Galvão

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