quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Para espantar o pânico‏

Para espantar o pânico 
 
App para smartphone criado por professor e aluno da PUC Betim e que permite localizar com exatidão usuário cadastrado pode se tornar arma da PM contra sequestros-relâmpagos

Silas Scalioni
Estado de Minas: 14/08/2014


De um trabalho de monografia do curso de sistemas de informação da PUC Minas, unidade Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nasceu um aplicativo para se tornar um importante aliado contra o crime de sequestro. O programa de geolocalização para smartphones permite identificar, compartilhar endereços e posições geográficas de contatos salvos no aparelho, é gratuito e está disponível para download para equipamentos Android na Google Play Store, com previsão para ser baixado para dispositivos iOS (da Apple) na iPlace em breve, como também de editar versões para inglês e espanhol.

O nome do programa é sugestivo: Oncoto?, e surgiu como parte de resposta à tradicional e mineiríssima pergunta “oncetá?” (onde você está?), tendo sido concebido justamente por causa de um sequestro. “Pensei, inicialmente, apenas conseguir uma solução mais imediata para tais crimes, logo depois que minha mulher, grávida, ao lado da minha filha de 2 anos, foi sequestrada, em outubro do ano passado. Na ocasião, encontrei muita dificuldade para acionar a Polícia Militar (PM) e identificar onde minha esposa poderia estar”, conta o professor Sandro Laudares. Foi então que conversou com Elton Fernandes Alves, aluno que também tinha vontade de desenvolver algo semelhante, propondo que ele criasse como trabalho de monografia o que chamou de um sistema de geolocalização e pânico. O programa resume-se em mostrar um botão Pânico que, ao ser acionado, indica, por meio do GPS do celular, a localização da pessoa, enviando as informações por SMS ou para o e-mail de uma lista de usuários cadastrados.

Em fevereiro, os dois começaram a introduzir novos recursos ao aplicativo, como lista de convidados, compartilhamento de endereços e posições geográficas dos contatos, visualização de distâncias, entre outros, originando, então, o app na forma como é hoje e com o atual nome. “O Oncoto? passou a ser conhecido e, em um mês, já chegou a 10 mil usuários cadastrados. E passou a se tornar uma possibilidade de ajuda à polícia no socorro a pessoas em perigo”, diz ele, revelando que um tenente da PM, aluno de doutorado em geografia pela PUC Betim, se entusiasmou com o aplicativo e pretende implantá-lo no programa Rede de Vizinhos Protegidos. “Assim, se alguém em perigo acionar o botão Pânico do app, uma mensagem será enviada também aos sistemas da PM, fornecendo a localização do usuário em tempo real”, explica.


ALTERNATIVASAgora, segundo o professor, a dupla estuda o desenvolvimento de alternativas para serem introduzidas no aplicativo, como um teclado de atalho para o botão Pânico (como pressionar uma tecla por alguns segundos, o que facilitaria o acesso sem os marginais notarem) e comandos por voz. O programa, desenvolvido na linguagem Java, utilizando-se da solução Web Service, é útil também para outras situações, como acompanhar filhos e saber onde eles estão e a distância para se chegar até eles, se necessário; monitorar equipe de trabalho de empresas que não têm condições de pagar por serviços de rastreamentos; e ajudar pessoas perdidas ou em situações difíceis, como com defeitos em carros. Todos os usuários cadastrados estão armazenados em nuvem por um servidor do data center Locaweb, o que propicia ao programa ter um número ilimitado de usuários.

O programa utiliza os serviços do Google Maps, o que permite localizar pessoas no mundo inteiro. Para baixar o app, basta entrar na loja virtual da Google, digitar Oncoto? e fazer o download. O endereço é https://play.google.com/store.

Nenhum comentário:

Postar um comentário