quinta-feira, 15 de novembro de 2012

'Planet Hemp nunca fez apologia às drogas', afirma Marcelo D2


'Planet Hemp nunca fez apologia às drogas', afirma Marcelo D2

AMON BORGES
DE SÃO PAULO

"Adivinha, doutor, quem tá de volta na praça". Marcelo D2, BNegão, Rafael, Formigão e Pedrinho promovem o reencontro do Planet Hemp --a conhecida "ex-quadrilha da fumaça" da década de 1990-- em shows nesta quarta (14), com ingressos esgotados, e quinta (15), na Estância Alto da Serra (Grande SP).
"Essa volta agora é para mostrar o som para quem não viu nos anos 90 ou para quem estava com saudade", conta à sãopaulo Marcelo D2, vocalista do grupo que gerou polêmica por conta de suas letras e foi acusado de fazer apologia às drogas. "Isso foi resolvido em 1997, quando saímos da cadeia. O Planet Hemp nunca fez apologia. Sempre falamos muito sério sobre isso." (abaixo, leia a entrevista)

Planet Hemp

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Patrícia Santos/Folhapress
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A banda Planet Hemp em formação original na década de 1990: BNegão, Bacalhau, Rafael, Formiga Zé Gonzales e Marcelo D2
A apresentação tem como base os álbuns de estúdio da banda -"Usuário" (1995), "Os Cães Ladram, Mas a Caravana não Para" (1997) e "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça" (2000)-- e será divido em três atos. "Essa ideia me veio à cabeça durante o banho, ou em algum momento desses, e a galera curtiu", diz D2.
Entre os hits do "set-list" estão "Legalize Já", "Ex-quadrilha da Fumaça", "Stab", "Mantenha o Respeito", além de "Samba Makossa", em homenagem a Chico Science. "A gente começa com 'Usuário', que é uma 'porradaria', bem pesado, mas na época eu achava que era bem mais leve. Não sei se é a idade", brinca D2, que completou 45 anos em novembro.
E para os eventos em São Paulo, a questão da segurança pública está na mente de D2. "Vou te falar que acordei hoje pensando nisso. Já tocamos no Rio, Porto Alegre, Floripa e Recife. Não tivemos nenhum tipo de problema. Espero muito que hoje também não ocorra."
ABAIXO, LEIA ENTREVISTA COM MARCELO D2
sãopaulo - Como tem sido os shows dessa volta?
Marcelo D2 -Eu não usaria a palavra "volta". É um "tirinho" só. São 15 shows pelo Brasil. Não vamos voltar a fazer disco. A ideia começou com o convite do Circo Voador para a gente participar da comemoração de aniversário de 30 anos da casa. Os Titãs fizeram o "Cabeça Dinossauro"; O Rappa fez o "Lado B, Lado A". Convidaram a gente para fazer o "Usuário". Mas quando fomos ensaiar, pensamos que o show ficaria muito curto só com esse disco e resolvemos colocar músicas de outros. Essa ideia me veio à cabeça durante o banho, ou em algum momento desses, dividir o show em três atos, que são os três discos do Planet. A gente começa com 'Usuário', que é uma 'porradaria', bem pesado, mas na época eu achava que era bem mais leve. Não sei se é a idade (risos).
E os problemas na segurança pública de SP preocupam vocês hoje e amanhã?
Cara, vou te falar que acordei hoje pensando nisso. Já tocamos no Rio, Porto Alegre, Floripa e Recife. Não tivemos nenhum tipo de problema. Espero muito que hoje não tenha problema nenhum. A gente está em outro momento do Planet. O público que está indo não é mais aquele que ia ao show na década de 90 para xingar polícia e fumar maconha. A galera está muito mais afim de ver a banda no palco do que 'pagar' de rebelde. Espero que hoje ocorra tudo bem.
Com esses diversos shows, que chegarão até ao Lollapalooza, pensam em voltar?
Não pensamos. Está tão bom assim que é melhor não mexer (risos). Algumas coisas que saem na imprensa são mentira. Por exemplo, que a gente não tem falado com jornalista por estratégia. É mentira... A gente não falou por preguiça (risos)... Outra coisa é que a gente acabou a banda porque brigou. Nós brigamos só depois que acabou a banda. Quando terminamos estávamos sem brigar. Mas é bom, muito tempo depois, conviver com os caras novamente, com o Bernardo, e perceber a razão pela qual éramos amigos. Ver isso e voltar a ter respeito um pelo outro. A volta da nossa amizade, de está cantando com o cara no palco, tocando... O Rafael falou que não toca guitarra há um "tempão".
Como lidam com as pessoas que falam que o grupo faz apologia às drogas?
Não dá mais. Isso já foi resolvido em 1997, quando saímos da cadeia. O Planet Hemp nunca fez apologia às drogas. Nossa música fala sobre relação do traficante e da polícia. Pelo contrário, a gente sempre falou muito sério sobre isso. E a nossa volta não tem nenhum cunho político, como na década de 1990. Essa volta agora é para mostrar o som para quem não viu ou para quem estava com saudade. Mas é lógico que no palco a energia volta toda, tem aquela coisa de política. Mas no fundo não voltamos para consertar o Brasil. (risos)

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