quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Kassab se lança como candidato a governador de SP

folha de são paulo

Prestes a formalizar apoio à reeleição de Dilma Rousseff, ex-prefeito diz que PSD terá candidatura própria no Estado
Kassab espera ter aliado no ministério até março e planeja anunciar apoio à petista em seguida
FERNANDO RODRIGUESDE BRASÍLIAO ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, esteve ontem em Brasília e se lançou como candidato ao governo paulista nas eleições de 2014. "Eu gostaria de ter essa oportunidade", declarou à Folha. "Todos sabem que a minha candidatura tem naturalidade."
Kassab afirmou que o apoio que seu partido está prestes a formalizar à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) não impedirá o PSD de ter candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes.
"As circunstâncias estaduais são diferentes da circunstância nacional", disse. "Sonho em um dia ter a oportunidade de oferecer o meu nome, o meu trabalho, para ser governador de São Paulo."
A entrada do ex-prefeito na disputa estadual indica que o bloco governista poderá ter três candidatos desafiando o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorrerá à reeleição. Além de Kassab, deverão estar no páreo Paulo Skaf (PMDB) e um nome do PT, por enquanto indefinido.
Ontem, em Brasília, havia especulações sobre uma candidatura do ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo PT. O nome dele não é comumente mencionado dentro da sigla, mas teria se robustecido nos últimos tempos porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se convenceu ainda da viabilidade dos outros citados até agora.
Os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde) e Marta Suplicy (Cultura) disputam a indicação no PT para concorrer. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, é outro petista no páreo.
Embora tenha controle sobre o PSD, Kassab disse que o apoio a Dilma só será anunciado depois que for formalizado por escrito pelos 27 diretórios estaduais do partido.
Três diretórios anunciaram ontem a intenção de apoiar a reeleição de Dilma: Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia. Se o cronograma imaginado por Kassab for cumprido, as consultas aos diretórios serão concluídas até junho, e o PSD será o primeiro grande partido a formalizar o apoio à reeleição de Dilma.
Embora seja uma legenda nova, o PSD se tornou a terceira maior sigla do Brasil para efeito de tempo de rádio e TV no horário eleitoral. Só perde para o PMDB e para o PT. A quarta maior legenda por esse critério é o PSDB.
Antes de declarar o apoio a Dilma, o PSD espera ganhar um ministério. Guilherme Afif Domingos, hoje vice-governador de São Paulo, deve ser nomeado em março chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa -pasta que ainda depende do aval do Senado para ser criada.
O cronograma do partido, então, inclui receber um ministério em março e oferecer apoio à reeleição de Dilma Rousseff em junho. Kassab afirma que os dois fatos não têm relação. "É inaceitável para o partido a prática do toma lá dá cá. Não existe nenhuma vinculação", disse.
Alvo de críticas nas últimas semanas da gestão do petista Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo, Kassab preservou seu sucessor. Mas atacou de maneira genérica administração paulistana.
"Às vezes eu tenho um pouco de preocupação com membros da sua equipe [de Haddad], que entendem que os problemas que tem a cidade são problemas herdados de uma administração. É um grande equívoco, tamanha infantilidade, que causa até, em alguns formadores de opinião, uma certa preocupação com a falta de maturidade na afirmação", disse Kassab.

    PSD terá vaga após mudança em ministérios
    DE BRASÍLIAA reforma ministerial a ser promovida pela presidente Dilma Rousseff deve ganhar força depois da convenção do PMDB, prevista para sábado.
    O PSD de Gilberto Kassab deverá ser acomodado na nova Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
    Mas não há expectativa de trocas vultuosas, até porque a verdadeira reforma virá em 2014, quando titulares de pastas cobiçadas devem deixar seus cargos para se candidatar ao governo de Estados, caso de Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
    O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) foi praticamente descartado depois de denúncias envolvendo seu nome. Dilma desistiu de indicá-lo ao Ministério de Ciência e Tecnologia e até peemedebistas dizem que a nomeação dele ficou complicada.
    Ministros afirmam que a equipe econômica tende a permanecer intacta. Dilma cogita dar a pasta da Aviação Civil ao PR, que pressiona para ampliar seu espaço.
    A presidente estuda ainda manter Paulo Sérgio Passos, que apesar de filiado ao PR não é considerado uma indicação da legenda, no Ministério dos Transportes. O PMDB, porém, se interessa pela pasta -e pode indicar o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG).

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