quinta-feira, 28 de março de 2013

"As redes sociais melhoram a sociedade, o país e o mundo", afirmou Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil.

folha de são paulo

As redes sociais pressionam governos e empresas a agir com mais transparência e são fundamentais para o futuro da educação, afirmaram os participantes do debate "O Futuro das Redes Sociais", realizado nesta terça-feira (26) para marcar os 30 anos do "Tec", caderno de tecnologia da Folha.
"Pequenos e grandes poderes estão sendo cada vez mais expostos a um escrutínio público. Hoje é praticamente impossível guardar um segredo", afirmou Ronaldo Lemos, colunista da Folha e diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV-RJ e do Creative Commons Brasil.
Lemos disse ser otimista quanto à transparência proporcionada pelas redes sociais, mas citou, como contraponto, as batalhas judiciais pela remoção de conteúdo na internet durante as eleições brasileiras.
"Nessa época, o país enlouquece em termos de liberdade de expressão. Parece que as pessoas rasgam a Constituição. Isso me deixa pasmo e perplexo, porque é justamente nesse período em que a liberdade de expressão deveria ser mais reforçada e defendida", afirmou, citando a prisão do diretor do Google Brasil, Edmundo Luiz Pinto Balthazar, no ano passado.
Balthazar foi detido depois de a empresa descumprir uma ordem judicial para a retirada de um vídeo no YouTube com críticas ao então candidato do PSDB a prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues.
Leonardo Tristão, diretor da operação brasileira do Facebook, elogiou a estudante Isadora Faber, 13, que mantém a página Diário de Classe na rede social para mostrar os problemas da escola em que estuda, em Florianópolis.
"As redes sociais melhoram a sociedade, o país e o mundo", afirmou Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil.
Folhapress/Divulgação
O apresentador Marcelo Tas; Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil; Leonardo Tristão, diretor da operação brasileira do Facebook e Rnaldo Lemos, colunista da Folha e professor da FGV, participaram do debate
O apresentador Marcelo Tas; Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil; Leonardo Tristão, diretor da operação brasileira do Facebook e Rnaldo Lemos, colunista da Folha e professor da FGV, participaram do debate
Para o apresentador Marcelo Tas, elas não devem ser demonizadas pelos educadores.
"É importante não personificar as ferramentas: dizer que a televisão é violenta, ou que a internet está cheia de fraudes, por exemplo. Nós acabamos dando poderes para coisas que são apenas isso: ferramentas", afirmou.
Segundo Lemos, um dos desafios dos professores é integrar as redes sociais à educação, em vez de bani-las ou tentar criar simulacros que podem ser vistos com desconfiança pelos estudantes.
"O futuro da educação passa pelas redes sociais. Aliás, eu não consigo pensar no futuro da educação sem pensar em redes sociais", disse Lemos, que usa grupos privados do Facebook para se comunicar com seus alunos.
Segundo Ribenboim, as redes sociais fizeram com que a criação de conhecimento se tornasse muito mais colaborativa.
"Imaginem se Albert Einstein vivesse nos dias atuais. Imaginem as oportunidades de troca com pessoas que poderiam colaborar com suas pesquisas."
Para Tristão, as redes sociais fizeram com que a internet se reorganizasse. "Hoje, são as pessoas que estão no centro da rede."
Tas concordou. "A internet não é uma rede mundial de computadores, e sim uma rede de pessoas que usam computadores."
Se antes havia escassez de acesso ao conhecimento, hoje a dificuldade é filtrar o conteúdo diante de uma oferta praticamente infinita, segundo os participantes.
"O desafio é fazer a curadoria da informação que pode ser relevante para nós", disse Tristão.
Segundo Lemos, as redes sociais transformaram a sociedade de consumo de informação em uma sociedade de produção de informação. "Hoje há muito mais gente falando do que gente disposta a ouvir."
O colunista da Folha citou a iniciativa recente do Facebook de permitir que usuários comuns, e não apenas empresas, paguem para garantir que suas publicações sejam vistas pelo máximo de pessoas possível. "O que o Facebook está fazendo é vender um bem econômico cada vez mais escasso, chamado atenção."

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