quarta-feira, 24 de abril de 2013

Peças de São Paulo terão legenda para surdos e descrição para cegos

folha de são paulo

JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO

Dar chance para que cegos entendam um movimento de dança ou para um surdo decifrar uma fala de "Hamlet" é parte de um programa para tornar a vida cultural mais acessível em São Paulo.
Ao custo de R$ 2 milhões, o conjunto de medidas do governo estadual paulista inclui linha de crédito de R$ 800 mil a bibliotecas municipais para a compra de equipamentos que facilitem a vida do público com deficiência, como lupas, softwares de leitura e decodificadores para braile.
Inicialmente, as atividades culturais com sessões acessíveis ocorrerão em estruturas ou organizações ligadas ao Estado, como os teatros Sérgio Cardoso, na Bela Vista (região central) e São Pedro, na Barra Funda (zona oeste), e de produções da São Paulo Cia. de Dança e do programa de circulação Ópera Curta.
Na segunda etapa, qualquer companhia ou associação que queira ver um espetáculo com audiodescrição (que interpreta tudo o que é visto em palavras), Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou legendas vai poder entrar com um projeto para bancar os custos e fazê-lo.
Divulgação
Sessão de cinema com equipamentos para audiodescrição, para cegos, e exibição de legendas, para deficientes auditivos
Sessão de cinema com equipamentos para audiodescrição, para cegos, e exibição de legendas, para deficientes auditivos
O conjunto de medidas é uma parceria da Secretaria da Cultura e da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado.
"Fizemos algumas exibições de dança como teste e os resultados foram impressionantes. Em alguns casos, a descrição aos cegos exige quase a feitura de uma nova obra", diz Maria Thereza Magalhães, coordenadora da Secretaria Estadual da Cultura.
"O incentivo financeiro é uma ação pedagógica, mas é preciso deixar claro que ter acessibilidade para todos em espetáculos é algo que já existe em lei", afirma Linamara Rizzo Battistella, secretaria estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência. "Tenho convicção que é um projeto sustentável", diz.
É pré-requisito aos interessados nos recursos que haja acessibilidade física nos locais que receberão os espetáculos ou nas bibliotecas.

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