quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Kenneth Maxwell


O ano das mulheres
Folha de São Paulo
Na Europa, não há dúvida de que Angela Merkel vem sendo a maior força -não só na Alemanha, onde ela foi reeleita para a liderança da União Democrata Cristã por quase 98% dos votos na conferência anual da agremiação, mas também na União Europeia, onde resolver a crise da zona do euro se tornou sua maior preocupação.
Na Alemanha, onde ela exerce o poder como chanceler [primeira-ministra] há sete anos e lidera seu partido há 12 anos, Merkel é definida como uma "Machtfrau" -uma mulher de poder. Ela é teimosa, suspicaz, persistente e científica em sua abordagem. Não é dada a discursos emotivos ou a articular visões grandiosas. Sua popularidade pessoal está em 60%.
Angela Merkel nasceu em Hamburgo, mas se mudou para a Alemanha Oriental com seu pai, um pastor protestante, com seis semanas de idade, e foi criada lá, onde estudou física.
Na Grécia, em Portugal e na Espanha, Merkel é muitas vezes retratada como nazista estereotípica. Mas, no norte da Europa, ela é muito popular. Mesmo na França, pesquisas recentes demonstram que é mais respeitada que os políticos franceses. Ela aprendeu que, sob o sistema federal alemão, a formação de coalizões e consensos é essencial, e aprendeu a esperar durante as árduas negociações que fazem o sistema funcionar.
Na Austrália, a primeira-ministra Julia Gillard declarou no Parlamento: "Não vou ouvir sermões deste homem sobre sexismo e misoginia" (ela estava falando de Tony Abbott, o líder da oposição). "Já ouvi o bastante. As mulheres australianas já ouviram o bastante. Sempre que eu encontrar sexismo e misoginia, vou chamá-los pelo que são". A popularidade dela nas pesquisas subiu a 50%.
Na Inglaterra, a venerável rainha Elizabeth 2ª celebrou seu jubileu de diamante neste ano. De acordo com o "Guardian", jornal que defende o sistema republicano, sua popularidade atingiu 69%, o índice mais alto em 15 anos.
Nos Estados Unidos, Hillary Clinton está encerrando seu trabalho como secretária de Estado e recebendo elogios de todos os lados. Quando perguntada sobre seus planos quanto à disputa da Presidência norte-americana em 2016, ela respondeu: "Talvez eu decida apresentar um programa de decoração".
E, no Brasil, a popularidade da presidente Dilma Rousseff é de 78%, de acordo com a mais recente pesquisa Ibope/CNI, a despeito da perda crônica de ministros, do "mensalão", do novo escândalo quanto à antiga assessora pessoal de Lula e da lentidão da economia.

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