sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Documentário liga obesidade de negros americanos ao vício em 'soul food'

FOLHA DE SÃO PAULO
Reprodução
Em um estacionamento de estádio em Jackson, Mississippi, americano faz churrasco de costela para os torcedores
Em um estacionamento de estádio em Jackson, Mississippi, americano faz churrasco de costela para os torcedores
DA REUTERS
Para o cineasta Byron Hurt, o vício em "soul food", a culinária gordurosa típica dos sul dos EUA, está matando os negros americanos.
Hurt, 42, chegou a essa conclusão após entrevistar historiadores, cozinheiros, médicos, ativistas e consumidores para o documentário "Soul Food Junkies", que será exibido na TV americana em janeiro (assista ao trailer em www.pbs.org/independentlens/soul-food-junkies/film.html).
O filme mostra como a identidade cultural dos negros está ligada aos alimentos calóricos, como frango frito e churrasco de costela.
O cineasta lembra que, séculos atrás, a dieta calórica permitia aos escravos aguentar as horas de trabalho braçal. Nos anos 60, o movimento de direitos civis cunhou o termo "soul food".
"Há uma ligação emocional e um orgulho no que é visto como a comida que permitiu a sobrevivência em tempos difíceis", diz o diretor.
O problema é que esse regime está prejudicando a saúde dos negros americanos, que têm taxas maiores de obesidade e diabetes do que os brancos no país e têm o dobro do risco de morrer de derrame até os 75 anos do que outros grupos populacionais, segundo os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
A pobreza e a ausência de supermercados com boa oferta de alimentos também contribui para o problema, diz Hurt. "Comunidades de negros pobres têm menos acesso a verduras e mais oferta de fast food e comida calórica."

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