quinta-feira, 2 de maio de 2013

Entrevista c/o presidente do Times of India Group, Arunabh Das Sharma.

folha de são paulo

Jornal impresso tem espaço para crescer no interior
para o presidente do grupo indiano que distribui mais de 8 milhões de cópias por dia, o veículo está longe do fim
JOANA CUNHADE NOVA YORK
O jornal impresso ainda está longe de acabar, na opinião de quem distribui mais de 8 milhões de cópias por dia, o presidente do Times of India Group, Arunabh Das Sharma.
Em entrevista à Folha anteontem, durante o congresso da Inma (associação internacional de marketing de empresas jornalísticas), em Nova York, o executivo falou sobre algumas práticas da companhia para elevar receitas publicitárias --inclusive opções menos ortodoxas.
Com foco em novos suportes tecnológicos para a divulgação de notícias, o tema foi amplamente abordado durante o evento.
Folha - Como o "Times of India", seu jornal impresso que já tem uma grande circulação, pode crescer no cenário atual, em que discutimos a migração para o digital? Ainda há potencial nesse mercado?
Arunabh Das Sharma - Sim. O tamanho da população indiana é relevante, mas, assim como no Brasil, temos um grupo muito grande de pessoas, mais pobres, que estão começando a estudar e a se interessar. Elas podem se tornar novos consumidores. O impresso não acabou. Estamos nos expandindo em novos mercados no país. As regiões fora dos grandes centros são uma oportunidade, assim como a ampliação para outros idiomas locais, não apenas o inglês.
O "Times of India" desenvolveu um modelo de venda de espaço publicitário pouco usual, que envolve participação acionária nos anunciantes. Como está crescendo?
Recebemos 33% do valor envolvido em pagamento à vista, para cobrir os custos do anúncio. Os outros 67% nós recebemos em ativos. Essa parte é risco, mas tem tido sucesso e já representa cerca de 12% das nossas receitas com jornais. Queremos levar a 25% nos próximos anos.
Esse negócio se concentra em quais setores?
Em todos os setores, como empresas de testes laboratoriais, eletrodomésticos, de higiene, do varejo, entre outros. São tanto empresas maduras como as menores.
O senhor recomenda esse modelo de venda aos jornais brasileiros?
Depende da habilidade do anunciante. Mas recomendo que ele faça apenas com o líder de mercado ou com poucos líderes. Não é bom pulverizar. É como um casamento. Tem de escolher com quem vai ficar porque vai ser uma sociedade, uma relação de prazo mais duradouro.
O desenvolvimento de aplicativos para aparelhos móveis em larga escala também é uma especialidade do grupo. A arrecadação já começou a dar sinal nessa área?
Temos um mercado muito desenvolvido nesse setor na Índia. Produzimos aplicativos internamente ou trabalhamos com fornecedores, mas eles ainda não são um gerador relevante de receitas.

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