domingo, 16 de junho de 2013

MANIFESTAÇÃO EM BH » Unidos por várias causas‏

Acompanhados de perto pela PM, participantes de protesto em Belo Horizonte percorreram a cidade em clima pacífico fazendo reivindicações, como a redução das tarifas de ônibus 


Pedro Rocha Franco, Mária Maria Cruz e Alfredo Durães

Estado de Minas: 16/06/2013 


Oito mil pessoas, a maioria jovens, fizeram uma manifestação em Belo Horizonte ontem cobrando melhorias no transporte público e nos gastos públicos. Por cinco horas, eles percorreram a cidade em tom pacífico, pedindo, entre outros, a redução das tarifas de ônibus. O protesto se iniciou na Praça Diogo de Vasconcelos e acabou na Praça Rio Branco (da Rodoviária), depois de passar pelas praças Sete e Rui Barbosa (da Estação).

Portando bandeiras e cartazes com dizeres diversos, o grupo caminhava em compasso, ocupando, na maior parte do tempo, as duas pistas das ruas. A cada cruzamento era feita uma parada e os manifestantes sentavam no chão, convocando outros cidadãos a participar do movimento. Tática que deu certo. Na Savassi, eram 2 mil jovens e, ao chegar na Praça Rui Barbosa, onde estava montada a Fan Fest da Copa das Confederações, o número era quatro vezes maior, segundo estimativa da Polícia Militar. De dentro dos carros, motoristas que cruzavam com os jovens buzinavam em solidariedade. Em raros casos as pessoas discordavam.

A movimentação teve início pela manhã, quando, desde as 10h, manifestantes começaram a chegar na Praça da Savassi para protestar contra o preço das passagens de ônibus e metrô em Belo Horizonte. Eles foram chegando aos poucos, usando de humor e ironia em cartazes que pintavam na hora. Até por volta do meio-dia, a manifestação parecia destinada ao fracasso, devido ao número reduzido de participantes. No entanto, por volta das 13h, eles já eram cerca de 2 mil.

A Polícia Militar, que desde o começo da manhã patrulhava o local, mantinha um efetivo de cerca de 30 agentes do 1º Batalhão, Cavalaria, Batalhão de Eventos e Batalhão de Trânsito, número que foi aumentando com o passar das horas. A coronel Cláudia Romualdo, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), disse que a presença da PM era para garantir uma manifestação “ordeira, pacífica e tranquila” e que não seria permitido que a passeata fechasse o trânsito, o que efetivamente não conseguiu.

AUDITORIA Às 13h40, os manifestantes fecharam a Avenida Cristóvão Colombo e iniciaram a caminhada. Mesmo que a comandante tenha se mostrado inflexível, dizendo que só permitiria a passeata caso os manifestantes ocupassem somente meia pista, a avenida foi tomada. No entanto, não foram registrados incidentes entre policiais e manifestantes. Na Praça Sete, por mais de 20 minutos eles fecharam os cruzamentos das avenidas Afonso Pena e Amazonas, onde se encontraram com outros jovens que participaram de um protesto nacional contra o Estatuto do Nascituro.

O ativista Fidélis Alcântara, de 38 anos, disse que a intenção de todos era que a manifestação fosse pacífica. Questionado sobre o porquê da manifestação, já que o aumento das passagens foi em dezembro do ano passado, ele disse que “é preciso verificar os números que a prefeitura apresenta para justificar os aumentos.” O vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Gladson Reis, pedia o congelamento das passagens por dois anos; o passe livre para os estudantes e auditoria na conta das BHTrans. “Essa luta vem se nacionalizando em razão da crise econômica no país”, afirmou ele, que esteve presente nos protestos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Na segunda-feira, segundo os jovens, novo protesto deve ocorrer na capital mineira.

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